A tração nas quatro rodas, a primeira em um carro pequeno com motor transversal, dava ao Panda boa aptidão para chegar a locais difíceis sem impor altos custos

Além de motor mais potente, cedido pelo Autobianchi A112, o 4x4 tinha câmbio de cinco marchas, em que a primeira servia como reduzida

Pequeno aventureiro   Por ser um carro de entrada, o Panda surpreendia com as variações criadas pela Fiat. Uma das mais interessantes era a 4x4. Criado pela empresa austríaca Steyr-Puch, o sistema de tração integral lançado em meados de 1983 era o primeiro instalado em um veículo pequeno de série com motor transversal. O motor vinha de outro modelo do grupo, o Autobianchi A112. A unidade de 965 cm³ rendia 48 cv e 7 m.kgf, o suficiente para 135 km/h de velocidade máxima.

O câmbio de cinco marchas tinha relações que faziam dele um quatro-marchas com reduzida — em condições normais de uso o motorista saía em segunda, já que a primeira era bastante curta, destinada ao uso fora-de-estrada. Toda a parte mecânica, incluindo suspensão traseira (de eixo rígido com molas semi-elípticas longitudinais) e freios, era produzia pela Steyr-Puch e enviada à fábrica de Termini Imerese para ser acrescentada à carroceria reforçada do Panda. Com tudo isso o pequeno carro pesava ainda bons 740 kg. O sucesso apareceu em números: até 1985 ganharam as ruas 1,4 milhão de Pandas.

Mudanças mais radicais chegavam no início de 1986. O pequeno dois-cilindros arrefecido a ar dava lugar a uma unidade de 769 cm³, com quatro cilindros refrigerados a água, 34 cv e 5,8 m.kgf. Outro que deixava a linha era o de 903 cm³, sendo substituído pelo de 999 cm³, 49 cv e 8 m.kgf. Os novos motores, com comando no cabeçote, já vinham da então recém-lançada linha Fire. A sigla, para Fully Integrated Robotized Engine ou motor robotizado totalmente integrado, indicava o moderno processo de produção.

O eixo traseiro ganhava o formato conhecido por ômega, em alusão à letra grega. Os Pandas de tração dianteira adotavam molas helicoidais, mas o 4x4 continuava com as semi-elípticas. As versões se chamavam 750 L, 750 CL, 750 S, 1000 S e 4x4. Visualmente havia poucas diferenças, a não ser pela remoção do quebra-vento das portas. O motor a diesel, opção muito apreciada no mercado europeu, era adotado em abril do mesmo ano. Com 1.301 cm³, entregava parcos 37 cv e o razoável torque de 7,2 m.kgf. Só estava disponível para o acabamento básico L e conjugado ao câmbio de cinco marchas.

Outra opção interessante era o furgão. Um prolongamento em plástico preto criava uma carroceria maior na traseira. Muito usada por pequenas empresas, a versão utilitária podia receber os motores a gasolina e diesel. A vida do Panda foi repleta de complementos ano após ano. Em 1987 foi a vez da versão Young, que recebia o antigo bloco de 903 cm³ e 34 cv. A unidade Fire, por sua vez, ganhava injeção eletrônica monoponto e catalisador. Continua

Em escala
A francesa Norev traz a miniatura do Simba em escala 1:43, laranja com anexos em cinza claro. Uma versão de linha da segunda geração, na cor bege (foto), também consta no catálogo.
No mesmo tamanho a Edison Giocattoli entrega o Panda 750 CL de 1986, na cor branca. A primeira geração também é reproduzida pela Minichamps (foto) com bom capricho.
Os Pandas 34 e 45 estão disponíveis pela Ixo (foto) em escala 1:43, em azul com parte inferior cinza.
Já a Brumm oferece várias opções. Entre elas estão o modelo 30 na cor branca, o Seat Panda vermelho (com um touro representando a Plaza de Toros, em Pamplona) e modelo preto da polícia, com o logo Carabinieri.
Inusitado mesmo é o Panda 45 da Brumm que comemora a Copa do Mundo de 2006, vencida pela Itália. Uma torcedora nada tímida, em pé, aparece através do teto solar... Todas de muito bom acabamento.
O Panda dos espanhóis
Antes de fazer parte do Grupo Volkswagen, a marca espanhola Seat produzia sob licença vários modelos da Fiat — e o Panda esteve entre as opções. Fabricado entre 1981 e 1986, o Seat Panda era idêntico à versão italiana. Com a venda da Seat e o fim do acordo, os espanhóis rebatizaram o pequeno de Marbella (foto), não sem antes criar discretas alterações visuais na dianteira, que perdeu o corte reto, e nos pára-choques. Com as sutis mudanças, durou até 1998. Seu sucessor foi o Arosa, uma versão “caliente” do VW Lupo.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade