Pequeno, mas versátil

O diminuto Fiat 850 fez sucesso com sua praticidade
e economia e deu origem a uma família completa

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

O Fiat 600 foi sem dúvida, ao lado do Nuova 500, um dos grandes sucessos da marca italiana em um momento em que o país precisava de um carro pequeno, econômico e durável, a década de 1950. Mas o tempo é implacável e mesmo os grandes sucessos precisam ser atualizados. Essa foi a intenção da empresa de Turim ao apresentar ao público, em abril de 1964, a nova linha batizada de 850.

O primeiro membro da família de carros compactos utilizava a mesma mecânica básica de seu antecessor. Era um carro de medidas reduzidas (comprimento de 3,57 metros, largura de 1,42 m, altura de 1,38 m, distância entre eixos de 2,02 m, peso de 670 kg), tração e motor traseiros (como nos Volkswagens da época), duas portas e ampla área envidraçada que evidenciava o desenho discreto, mas moderno, da carroceria. O coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,42 estava entre os melhores naquele tempo.

O sedã de duas portas (ao lado), que substituiu o bem-sucedido 600, foi a base para versões de estilo atraente como o cupê (no alto)

O desenho continuava abaulado, como no 600, mas agora as medidas eram mais proporcionais. À frente os faróis circulares levavam uma moldura cromada. As luzes de direção vinham logo abaixo. A grade era pequena e discreta, sendo cortada por uma fina barra também cromada. As laterais eram quase limpas, com um discreto friso cromado da frente à traseira e, logo abaixo, um vinco suave que contornava a carroceria à altura das rodas. Detalhe interessante era a traseira levemente saliente, que recebia saídas de ar em forma de grelha.
 
A cilindrada aproximada do motor — 843 cm³, arredondados para 850 — dava nome ao carrinho. Uma unidade discreta nos números, desenvolvia potência de 34 cv na versão Normale, com torque máximo de 5,5 m.kgf, e 37 cv com 5,6 m.kgf na Super. Tinha quatro cilindros, refrigeração a água e comando de válvulas no bloco. A velocidade máxima ficava em 120 km/h, mas o baixo peso proporcionava um comportamento alegre, que agradou a seus compradores. A suspensão era independente nas quatro rodas, com mola semi-elíptica transversal na dianteira e helicoidais na traseira, e os freios usavam tambores.

Como no antecessor, o motor refrigerado a água ficava na traseira, que agora vinha mais saliente; as versões iniciais desenvolviam 34 e 37 cv

Não demorou muito e novos membros foram chegando à família. Com base no sedã foram criadas duas versões que apareceram no Salão de Genebra em março em 1965: o 850 Coupé e o Spider. O primeiro era obra do Centro de Estilo da Fiat e o segundo foi desenhado e produzido pelo estúdio Bertone. Se o desempenho não era um destaque, mesmo com o motor melhorado para render 47 cv e 6,1 m.kgf (mediante taxa de compressão mais alta e carburador de corpo duplo), o Coupé cativava pelas linhas típicas da época.

A frente era mais esguia, com o capô mais baixo que os pára-lamas, e os faróis circulares seguiam os moldes do sedã, mas logo abaixo e mais ao centro havia outra unidade de cada lado. A grade era suplantada em prol de um discreto "bigodinho" cromado. A traseira possuía caimento suave, no estilo fastback. Embora tivesse apenas 3 cm a mais que o sedã no comprimento e igual entreeixos, o cupê era 8 cm mais largo e baixo. Continua

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Data de publicação: 5/2/08

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