Capô em preto fosco e faixas laterais deixam claro: esse é um GTV 2000 Turbodelta, o primeiro carro italiano com turbocompressor

A superalimentação levava o motor de 2,0 litros a 175 cv; os testes da imprensa indicaram máxima de 215 km/h com 0-100 em 7,9 segundos

Também da Autodelta foi o GTV com motor V8 de 2,6 litros, cedido pelo Montreal; a potência de 200 cv era suficiente para chegar a 230 km/h

Com oito cilindros   Se não fosse o bastante, a preparadora Autodelta, subsidiária de competição da Alfa Romeo, adaptava em 1977 — em produção limitada a 20 unidades — o motor V8 do Montreal ao Alfetta GTV 2.6 V8. A adaptação foi encomendada pelo distribuidor Alfa da cidade alemã de Aachen, Horst Reiff. Com 2,6 litros, 200 cv a 6.400 rpm e 27,5 m.kgf a 4.750 rpm, o carro atingia 230 km/h. No mesmo ano o sedã recebeu o motor de 2,0 litros na versão Alfetta 2000, que ganhava faróis retangulares, novos para-choques e retrovisores e interior remodelado. Nos EUA e na Alemanha foram vendidos em volume muito pequeno alguns Alfettas com motor 2,0 e injeção de combustível Spica, rendendo 111 cv.

O GTV 2000 L surgia um ano depois com revisões no comando de válvulas e na ignição, que permitiram alcançar 130 cv e 18,1 m.kgf. Em teste da revista italiana Quattroruote, acelerou de 0 a 100 km/h em 9,7 s e atingiu 206 km/h. Uma versão mais equipada, inclusive com teto solar, era oferecida nos mercados britânico e norte-americano com o nome Strada. O Alfetta sedã passava pela mesma revisão mecânica, recebendo então a nomenclatura 2000 L, enquanto nos EUA adotava o nome Alfetta Sport Sedan, com opção de caixa de câmbio automática ZF de três marchas, também em transeixo.

A revista inglesa Motor colocou o GTV Strada lado ao lado ao Lancia Gamma Coupe, o Saab 900 Turbo e o Vauxhall Royale Coupe (chamado de Opel Monza fora do Reino Unido). O Alfa mostrou bom desempenho, ao fazer de 0 a 96 km/h em 9,5 s e alcançar 190 km/h, e foi o mais econômico, mas recebeu notas baixas em transmissão, freios, espaço interno e nível de ruído. A conclusão não lhe foi favorável: "O Alfa foi o menos apreciado. Ele perde por pouco em características dinâmicas, mas também não tem qualquer excelente atributo que compense suas fraquezas, como o motor ruidoso, a má localização dos instrumentos e uma posição de dirigir com a qual nenhum de nossos testadores chegou a um acordo".

Ainda em 1978 era lançado o Alfetta GTV 2000 Turbodelta, com produção de 500 unidades para homologação para o Grupo 4 de competição da Federação Internacional do Automóvel (FIA). A versão usava um turbocompressor KKK com 0,95 bar de pressão que levava a potência até 175 cv, além de modificações na suspensão. O primeiro carro italiano de produção com turbo era identificado pelo capô preto fosco, duas saídas de ar embutidas nele e, nas laterais, faixas com a inscrição Turbodelta.

O desempenho obtido em teste da revista italiana Auto Sprint indicava 0-100 em 7,9 s e máxima de 215 km/h, embora fossem especificados 205 km/h pela fábrica. Alguns GTV 2000 Turbodeltas receberam injeção para o mercado alemão, mantendo os 175 cv. O sedã também teve uma edição especial lançada nesse ano, a 2000 LI America, com injeção Spica, 128 cv, faróis circulares e produção de apenas 1.000 unidades. Em paralelo ocorria a mudança dos nomes para Alfetta 2000 GTV America e Alfetta Sprint Veloce no mercado norte-americano.

"Trilha sonora sublime"   Um Alfetta a diesel era a novidade em 1979: o sedã 2000 Turbodiesel, com motor de 2,0 litros produzido pela empresa italiana VM Motori que obtinha 82 cv e 16,5 m.kgf. Uma curiosidade dessa versão era ter o cabeçote dividido em quatro partes, uma por cilindro. Já o desempenho deixava a desejar para um Alfa: apenas 155 km/h. No fim de 1980 os Alfettas GT 1.6 e GTV 2000 L saíam de linha, substituídos pelas versões GTV 2.0 e GTV6 2.5 — agora sem a designação Alfetta, embora no geral fosse o mesmo carro. Continua

Nas telas
No filme 007 contra Octopussy (Octopussy), estrelado por Roger Moore como James Bond e dirigido por John Glen, uma produção anglo-americana de 1983, um GTV6 é pilotado pelo próprio 007 em uma viagem pela Europa atrás do criminoso. O filme é sobre uma trama internacional liderada por Octopussy para desencadear um ataque nuclear, bem ao estilo 007.

Na produção italiana Roma, Armados até os Dentes (Roma a Mano Armata, 1976), com Maurizio Merli, Arthur Kennedy e Giampiero Albertini, aparece um Alfetta 1,8 como carro de um dos personagens principais. Trata sobre um policial durão e violento, que não se importa com a lei para usar sua metralhadora em busca do assassino psicótico corcunda.

Em Aldo Moro - Herói e Vítima da Democracia (Il Caso Moro), produção italiana de 1986, aparecem diversos Alfettas, inclusive em versão policial. O filme reproduz os acontecimentos reais que culminaram no assassinato do líder do PDC italiano, Aldo Moro, em 1978.

Outras aparições de relevo do sedã são nos dramas italianos Pizza Connection (1985) e Paolo Borsellino (feito para TV, 2004) e na comédia L'affittacamere (1979), do mesmo país. No policial ítalo-francês Cento Giorni a Palermo (1984) a versão mostrada é, claro, de polícia. Uma unidade da última série é vista em Compagni di Scuola (1988), outro drama italiano.

O GT/GTV aparece ainda em Bobby Deerfield (1977), sobre o piloto norte-americano, com Al Pacino no papel principal; e em Arvottomat (1982), um filme finlandês.
007 contra Octopussy Aldo Moro
Roma, Armados até os Dentes Bobby Deerfield
Para ler
Alfa Romeo Alfetta, 1972-87 (Gold Portfolio) - por R.M. Clarke, editora Brooklands Books. O livro, que tem 172 páginas e foi escrito em 1993, trata de toda a história dos modelos Alfetta. Traz testes de publicações realizados à época e dados técnicos de variadas versões.

Alfa Romeo Alfetta GTV6, 1980-86 - por R.M. Clarke, Brooklands. Nos mesmos moldes do anterior, tem 100 páginas e foi escrito em 1993, tratando de testes feitos com o GTV6 naquele período.
Alfa Romeo Alfetta (Le Vetture che Hanno Fatto la Storia) - por G. Catarsi, editora Giorgio Nada. O livro de 1994 tem 96 páginas e trata de toda a história do Alfetta.

Alfa Romeo Alfetta GT/GTV (Le Vetture che Hanno Fatto la Storia) - por Fabrizio Ferrari, Giorgio Nada. A mesma proposta do anterior, abordada em 120 páginas e publicada em 2008. Este trata apenas dos hatches.

Alfa Romeo Alfetta GT
- por David Owen, editora Osprey. Escrito em 1985, também cobre apenas os modelos de três portas da linha.

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