

Um painel mais convencional
substituía o criticado anterior; já o motor V6 só recebia elogios por
seu ronco esportivo, música para entusiastas

O sedã Alfetta também passava
por mudanças: pára-choques com ponteiras, faróis retangulares e essa
versão turbodiesel com motor VM |
O
painel mudava, agora com os instrumentos lado a lado e atrás do volante,
devido às críticas ao conta-giros em maior destaque que o velocímetro,
com este fora da visão direta do motorista. Os para-choques cromados
eram substituídos pelos de plástico e a frente recebia um defletor
pronunciado. Rodas de alumínio eram opcionais, com 15 pol em vez de 14.
Complementando as alterações externas havia novos grade e retrovisor,
além de
lanternas traseiras maiores. Internamente, bancos com outros materiais
e, no GTV 2.0, novo volante de madeira. Esse motor tinha a curva de
torque melhorada, com o pico em 18,4 m.kgf.
O GTV6 tinha como principal novidade o motor de seis cilindros em "V" e
2,5 litros que já era usado no sedã Alfa 6,
mas refinado com injeção eletrônica Bosch L-Jetronic no lugar dos muito
criticados seis carburadores do sedã. O V6, que foi lançado com mais de
10 anos de atraso devido à crise do petróleo, era feito de
alumínio, com ângulo de 60 graus entre as bancadas de cilindros e um
comando acionado por correia dentada para cada cabeçote —
portanto, embora com dois comandos no total, tecnicamente não se podia
mais falar em duplo comando.
Com 160 cv e 21,7 m.kgf, lidava bem com o peso do carro, que aumentava
para 1.210 kg. A Auto Motor und Sport afirmou que o GTV6 "é, sem
dúvida, o melhor seis-cilindros que se pode comprar hoje" — e não se
deve esquecer que o Porsche 911 entrava
nesse rol. O carro alcançou 218 km/h e acelerou de 0 a 100 km/h em 8,2
s. O formidável ronco do motor mereceu o comentário de que "dá a
impressão de que houve um engenheiro acústico trabalhando durante meses
para essa finalidade".
Com o que concorda a revista Octane ao listar o GTV6 entre seus
clássicos: "Enquanto os grandes Alfas 6 não tiveram muito sucesso,
atribuímos a existência de um dos Alfas com som mais agradável ao
fracassado sedã executivo, que doou seu maravilhoso motor V6 ao Alfetta
GTV, dando-lhe uma faixa de potência muito utilizável, assim como uma
das trilhas sonoras mais sublimes na história do automóvel. Como os
Alfettas GT e GTV de antes dele, o GTV6 era um carro fenomenalmente bom.
O cupê da Alfa enfim tinha potência suficiente para ser explorado".
O volante já não era mais de madeira, mas sim revestido de couro, mesmo
material opcional para os bancos, e o painel estava mais completo.
Externamente, a principal diferença do GTV6 era uma protuberância no
capô para que pudesse caber o motor V6, mais volumoso que os anteriores.
Em um comparativo da Car inglesa em 1983, o GTV6 enfrentou o Audi
Coupe de cinco cilindros e 2,15 litros e o
Ford Sierra XR4i V6 de 2,8 litros. Com vantagem em potência, obteve
as acelerações e retomadas mais rápidas e empatou com o Sierra em máxima
(acima do Audi), mas foi o que consumiu mais.
Continua
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