A Porsche considera cinco
gerações nestes 45 anos, tempo em que o 911 se consolidou como um dos
esportivos mais desejados do mundo
"Butzi" Porsche (foto), seu pai Ferry e Erwin Komenda projetaram o 901, depois 911, que estreava
em 1963 com motor de 2,0 litros e 130 cv |
Quando conversamos sobre a famosa, tradicional e reputadíssima marca
Porsche de carros esportivos, pensamos logo na Alemanha. Mas suas
origens vêm da pequena cidade de Gmünd, na Áustria, perto de Salzburgo.
Foi de lá que saíram os primeiros
Porsches 356, que logo ganharam fama na Europa e depois nos Estados
Unidos por serem leves, rápidos, estáveis e muito robustos. A mecânica
com motor traseiro refrigerado a ar, de quatro cilindros
opostos, vencia corridas e dava provas
de ser um produto digno de nota alta.
O primeiro modelo ganhou as ruas em 1947 de forma artesanal, com
carroceria moldada em alumínio, e foi evoluindo com a ampliação da
produção e as exigências de mercado. Era obra de Erwin Komenda, o
desenhista; Ferdinand Porsche, fundador da marca; e seu filho
Ferry,
estes dois os idealistas da parte mecânica. Os anos se passaram e, em
1955, mais de 5.000 unidades do 356 e das versões derivadas haviam saído
da unidade fabril de Zuffenhausen. Dois anos depois começava um projeto
que se tornaria lenda da história do automóvel.
Nascia nas pranchetas o 695, um esportivo que teria mais espaço para os
ocupantes que o 356 e também um caráter mais urbano. O primeiro esboço
era obra de Albrecht Goertz, autor do belo BMW
507. Não demorou muito e o estudo foi descartado. Em 1959 entrava em
cena Ferdinand Alexander Porsche, conhecido como Butzi, filho de Ferry
que tinha apenas 24 anos de idade. Na maquete de Goertz o esportivo
tinha quatro faróis, mas Butzi fazia questão de manter os dois faróis
circulares do 356. Também insistia num espaço maior para ocupantes do
banco traseiro e num porta-malas mais generoso.
O protótipo T7 foi fabricado pela especialista em carrocerias Reutter,
que já mantinha boas relações com os Porsche havia tempo. O carro tinha
motor traseiro de quatro cilindros opostos oriundo do 356 Carrera e
distância entre eixos de 2,40 metros. Como não agradou muito,
modificações foram feitas e o entreeixos foi reduzido, sendo o estudo
batizado como T8. Mais ajustes resultaram no T9 e afinal, no princípio
de 1962, o Porsche 901 ganhava suas linhas definitivas.
Em setembro de 1963 no Salão de Frankfurt, na Alemanha, era apresentado
ao público o esportivo de 2+2 lugares
com linhas curvas, bonitas e suaves, bom aproveitamento aerodinâmico e
ampla área envidraçada. Não demorou muito e a designação do carro teve
de ser alterada por causa de uma interpelação informal da francesa
Peugeot, que havia registrado em 1929 todas as numerações de três
dígitos com um zero no meio para sua linha. Não mais que uma dezena de
novos Porsches foi batizada como 901, pois ele logo ganharia o número
sagrado do mundo esportivo do automóvel: 911.
Na frente havia dois faróis circulares com molduras cromadas, conforme
desejo de Butzi, fixados aos pára-lamas em destaque. O capô com descida
suave tinha desenho agradável e o pára-choque na cor da carroceria
trazia filetes cromados e rentes à carroceria. Ainda contava com
ponteiras cromadas. Acima dele, luzes de direção nas cores âmbar e
branca e pequenas entradas de ar que contornavam parte da lateral e
parte da frente. Visto de lado era muito bonito e o destaque ficava por
conta da luminosidade interna, graças ao bom tamanho dos vidros. Estes
tinham molduras cromadas e os retrovisores externos contavam com o mesmo
acabamento. Na tampa traseira havia duas entradas de ar retangulares
para o motor com frisos cromados. Continua
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