A pedido do cliente

Belo e rápido como queriam os americanos, o
roadster 507 da BMW fracassou pelo alto preço

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

O austríaco Max Hoffman nunca desenhou, produziu ou modificou automóveis, mas seu nome está ligado a diversos carros marcantes da história. Importador de marcas européias e sobretudo de carros de prestígio para os Estados Unidos na década de 1950, Hoffman conhecia muito bem o mercado americano e fazia negócios com pessoas influentes. Logo ganhou elevado respeito entre os fabricantes europeus, que ouviam atentamente suas sugestões de novos produtos e de modificações para atender ao que a América desejava naquele período de prosperidade.

Foi Max quem sugeriu à Mercedes-Benz a criação do carro esporte 300 SL "Gull Wing", e à Porsche, o lançamento de um 356 mais acessível, o Speedster. Foi também esse homem o "pai" de um BMW marcante daquele período: o 507. Hoffman indicou à Fábrica de Motores Bávara — nome que em alemão forma a sigla BMW — que um roadster baseado no sedã 502, com seu vigoroso motor V8, seria sucesso entre os americanos.

Longo, baixo e sinuoso, o 507 dava novas formas à dupla grade da marca alemã e adotava charmosas saídas de ar nos pára-lamas dianteiros

Aceita a sugestão, foi também indicação dele o projetista Albrecht von Goertz (autor dos modelos cupê e conversível 503, de quatro lugares, lançados ao mesmo tempo que o 507), escolhido para desenhar o carro, pois o importador não aprovou os esboços já elaborados por Ernst Loof, outra opção dos alemães. O engenheiro Fritz Friedler ficou responsável pela mecânica, que deveria aproveitar o máximo de componentes já em uso pela marca.

No Salão de Frankfurt em setembro de 1955 era apresentado o BMW 507, um conversível médio de dois lugares e linhas sinuosas. Suas formas pareciam mesmo pensadas para o mercado americano, com capô longo, cabine recuada, linha de cintura ondulada e pára-lamas em destaque em relação ao capô e à tampa do porta-malas. A grade tradicional da empresa, o "duplo rim", estava bem mais baixa e longa que o normal na época e, nos pára-lamas dianteiros, saídas de ar traziam o emblema azul e branco da hélice estilizada. O carro media 4,38 metros de comprimento, 1,65 m de largura e 2,47 m de distância entre eixos, mas apenas 1,25 m de altura. Pesava 1.485 kg.

Um teto rígido podia ser aplicado à carroceria de alumínio, que envolvia um chassi tubular; outra opção era uma cobertura que deixava à mostra só o banco do motorista

O interior era relativamente simples, com dois bancos individuais, grande volante de quatro raios e painel de fácil leitura, com velocímetro e conta-giros amplos e destacados. Termômetro de óleo também estava entre os instrumentos. A alavanca de câmbio ficava no assoalho, como convinha a um esportivo. Havia algumas comodidades, como ajuste interno do retrovisor externo (único), e detalhes singulares como dois arcos para comando de buzina ligando os raios do volante. Atrás dos ocupantes cabia um pouco de bagagem. Continua

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Data de publicação: 4/12/07

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