Como no 206 GT, acima da grade oblonga e no volante Momo, com aro de madeira e três raios em alumínio, em vez do cavalinho empinado via-se a marca Dino. O pára-brisa inclinado permitia boa visibilidade; para os lados era razoável e para trás muito limitada. Mas era um belo carro, com linhas curvas e femininas. Despertava suspiros. A cor vermelha era a mais vendida, como se espera, mas os clientes gostavam também do amarelo e alguns saíram em azul ou branco.

O 246 GTS foi a versão targa, ou semiconversível, do Dino: somente a parte do teto acima dos bancos era removível

O painel, com fundo em aço escovado, trazia oito mostradores. Além dos maiores — conta-giros e velocímetro —, carregava também manômetro de óleo, amperímetro, marcadores de temperatura da água e do óleo, nível de combustível e relógio. O acabamento não empregava materiais nobres, mas era correto. Os bancos esportivos e envolventes tinham apoio para a cabeça e havia dois padrões de acabamento. Para o passageiro existia um apoio para os pés, muito recomendável em percursos onde o motorista pudesse explorar o comportamento do carro. Mas os proprietários reclamavam da ventilação insuficiente e do calor excessivo.

A caixa de câmbio, da marca ZF, contava com cinco marchas e, como é tradição da Ferrari, a grelha metálica estava no console. A tração era traseira. A suspensão eram independente nas quatro rodas, com trapézios transversais, molas helicoidais e estabilizadores na frente e atrás. O pequeno bólido tinha comportamento neutro, embora saindo de traseira no limite de aderência. Não era arisco, apesar do motor central. A direção precisa proporcionava bom controle. Usava pneus 205/70 R 14 V e rodas que podiam ser de aço, alumínio ou mistas, da marca Cromodora, com cubo rápido central. Os freios a disco nas quatro rodas eram da marca ATE, em substituição aos da Girling. O tanque de combustível, que tinha o formato nada convencional, parecia um bloco trapezoidal.

A mecânica do GTS era a mesma do cupê, incluindo o câmbio de cinco marchas e a suspensão independente, mas o peso superior o deixava pouco mais lento

Seus concorrentes na península eram o Alfa Romeo Montreal, o Lamborghini Urraco, o De Tomaso Pantera e o Maserati Merak. Na França o Ligier JS2, na Inglaterra o Jaguar E-type e na Alemanha o Mercedes-Benz 350 SL e o Porsche 911 S. À exceção do Porsche e seu motor boxer, todos adotavam o posicionamento dos cilindros em "V". Mesmo custando mais que muitos desses oponentes, o Dino era o mais barato Ferrari: custava quase a metade do 365 GTB/4 "Daytona". Continua

No Brasil
O Dino 246 GT teve uma réplica nacional: o Dimo GT, feito no Rio de Janeiro pela empresa Fibrario. A idéia do proprietário Paulo Renha, que havia produzido o triciclo Renha e os bugues Emis e Terral, surgiu ao ver um Dino original em mau estado na garagem de um amigo em Petrópolis, RJ. O próprio Ferrari serviu de molde para a carroceria de plástico e fibra-de-vidro do Dimo, que seguia com boa fidelidade a estética do modelo italiano. A mecânica, naturalmente, estava aquém do original: Renha usava motor de 1,6 litro de VW Passat, só que entre eixos, e seu câmbio de quatro marchas.
Em escala

Feita pela marca americana Hot Wheels, a pequena coleção Bruce Wayne (Batman) conta com três modelos. E lá está, na cor preta, um Dino 246 GTS. Sobre uma plataforma, vem com o mordomo Alfred junto. Bem interessante, na escala 1:60. Também da Hot Wheels, mas em 1:18, o Dino 246 GTS amarelo (acima) preza pelo bom acabamento. Os cromados são destacáveis, assim como as rodas e o motor.

No Brasil, numa promoção da Shell, foram vendidas em postos de combustível miniaturas da Ferrari. Na escala 1:43 havia o modelo Dino de Fórmula 1 e o 246 GT, acima. Vermelhos, são da marca Maisto, feitos na Califórnia, na Tailândia e em Hong Kong. Corretos para a escala. Em 1:18 a Anson, de origem chinesa, também produziu o pequeno Ferrari em versão cupê, bem detalhada.

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