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Comparativo Completo
Simulação de desempenho
Carros com mais de 80 cv de diferença nem deveriam ser comparados em desempenho, certo? Errado. Como há vários outros fatores envolvidos no que um carro consegue fazer com o que tem sob o capô, a simulação do consultor Iran Cartaxo para o Best Cars indicou maior proximidade do que se esperaria à primeira vista.

É verdade que o Camry se distancia em velocidade máxima, mérito tanto da maior potência quanto da melhor aerodinâmica entre os três. Os 253 km/h são resultado típico de carro esporte e não o deixariam fazer feio em qualquer autobahn da Alemanha. Mas poderiam ser ainda mais se o cálculo de transmissão fosse mais exato: o motor fica 900 rpm abaixo da potência máxima em quinta marcha. A quarta é bem mais curta (não passa de 211) e a sexta não serve para esse fim, pois termina a 251 km/h, sem potência para "encher" mais o V6.

O Passat não está tão atrás, com 230 km/h obtidos com exatidão em quinta — a sexta, também longa demais para máxima, para em 229. E a simulação mostrou que o Fusion poderia superá-lo e chegar a 233 com o motor a 6.050 rpm (500 abaixo do pico de potência) em quinta, se a Ford não optasse pela limitação eletrônica a 180 km/h. Limite que não se justifica tecnicamente, pois os pneus estão aptos a 240 km/h (código V) e o carro como um todo está adequado para esse nível de velocidade.
Para alguns pode ser frustrante saber que seu V6 não anda mais que um Ka 1,6 de um terço do preço, mas a verdade é que esse valor está 50% acima do maior limite de velocidade vigente hoje no Brasil, ou seja, ninguém vai se apertar em uma ultrapassagem por causa disso.

Se o câmbio do mexicano é o mais curto dos três, ainda não impõe muita rotação para viajar: apenas 2.300 rpm a 120 em sexta, pouco acima dos oponentes. A essa velocidade seu consumo de potência é claramente o maior, tanto pela tração integral quanto pela pior aerodinâmica, sendo o japonês o mais eficiente.

O Camry volta a se destacar em aceleração, como ao fazer de 0 a 100 em 7,7 segundos, cerca de 1 s mais rápido que os demais. O peso adicional do Fusion anula sua vantagem de potência sobre o Passat, que também tem mais torque em média rotação, mas não impede que o Ford vença o VW nas retomadas, ambos atrás do Toyota.

Consumo não costuma ser relevante para o público-alvo desses carros, mas vale saber que o Passat é mais econômico no ciclo rodoviário e em alta velocidade, enquanto o Camry o supera na cidade e a 60 km/h. A combinação de pior aerodinâmica, tração integral e motor menos eficiente que o do Passat explica por que o Fusion gasta mais, embora a diferença média não seja muito grande.
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  Fusion Camry Passat
Velocidade máxima 180,0 km/h 253,2 km/h 230,2 km/h
Regime à velocidade máxima / marcha 3.450 rpm / 6ª. 5.300 rpm / 5ª. 5.150 rpm / 5ª.
Regime a 120 km/h (6ª.) 2.300 rpm 2.150 rpm 2.100 rpm
Potência consumida a 120 km/h 32 cv 27 cv 29 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 8,6 s 7,7 s 8,7 s
Aceleração de 0 a 400 m 16,0 s 15,3 s 16,1 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 28,4 s 27,7 s 29,1 s
Retomada de 80 a 120 km/h em D 5,8 s 4,8 s 6,2 s
Retomada de 60 a 100 km/h em D 4,7 s 4,3 s 4,8 s
Consumo em cidade 7,4 km/l 8,7 km/l 7,9 km/l
Consumo em estrada 11,0 km/l 12,0 km/l 13,0 km/l
Consumo a 60 km/h 13,1 km/l 15,4 km/l 13,9 km/l
Consumo a 80 km/h 11,7 km/l 12,6 km/l 14,2 km/l
Consumo a 100 km/h 10,2 km/l 10,6 km/l 13,0 km/l
Consumo a 120 km/h 9,0 km/l 9,3 km/l 11,7 km/l
Melhores resultados em negrito; conheça o simulador e os ciclos de consumo
Dados dos fabricantes
  Fusion Camry Passat
Velocidade máxima 180 km/h* 230 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 8,5 s 7,4 s 7,8 s
Consumo em cidade 7,3 km/l 7,1 km/l ND
Consumo em estrada 11,7 km/l 13,5 km/l ND
* Limitação eletrônica; ND = não disponível
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Comentário técnico
> Os três motores são bem elaborados, com vantagem para os V6. O do Fusion, chamado de Duratec como muitos outros da Ford (incluindo os de 2,0 e 2,3 litros de quatro cilindros), é a última versão da linha inaugurada em 1994 pelo Mondeo com 2,5 litros e que também equipou, na versão de 3,0 litros, o Taurus de 1997 — não confundir com o veterano V6 de comando no bloco e mesma cilindrada usado por esse modelo até 1996 no Brasil. A versão lançada com o Fusion, em 2006, trouxe a adição de variador do tempo de válvulas. Na linha 2010 tal variação passou a ser acionada por energia torcional em vez de pressão de óleo, o que aumenta sua precisão, a torna três vezes mais rápida e reduz o consumo, segundo a Ford.

> No Camry está a unidade da família GR, lançada em 2002 e que abrange versões de 2,5, 3,0, 3,5 e 4,0 litros. O de 3,5 apareceu em 2005 e hoje equipa numerosos automóveis, minivans e utilitários esporte da Toyota — e até o Evora da Lotus inglesa. O quatro-cilindros da VW, por sua vez, é uma evolução do clássico EA-827 (linha AP no Brasil) usado desde o primeiro Audi 80, de 1972, anterior ao próprio surgimento do Passat.

> Tanto Fusion quanto Camry usam bloco e cabeçotes de alumínio, variador dos tempos de abertura das válvulas de admissão e escapamento e coletor de admissão variável. O Passat tem variação do coletor, mas não do comando, o que apareceu na Europa em uma versão de 211 cv ainda não aplicada ao modelo. Por outro lado, usa turbocompressor, resfriador de ar e injeção direta.
> A injeção direta é um sistema similar ao adotado em muitos motores a diesel, em que os injetores atuam diretamente nas câmaras de combustão. Isso permite trabalhar com taxa de compressão mais alta (10,3:1 no caso do Passat turbo, a mesma do Fusion, sendo que motores superalimentados costumam usar ao redor de 8:1) e adotar mistura ar-combustível mais pobre (com mais ar e menos combustível) em diferentes camadas, conhecida como estratificada.

Apesar das vantagens em potência e torque e da redução de consumo e de emissões poluentes, no Brasil o sistema vem ajustado para não operar no modo estratificado em razão do elevado teor de enxofre da gasolina nacional. Ocorre que a mistura estratificada aumenta a produção de óxidos de nitrogênio (NOx), combatida com catalisadores especiais que não são compatíveis com o alto teor de enxofre.

> Ao adotar uma plataforma estendida a partir da usada por Golf (o de quinta geração, uma à frente da vendida no Brasil) e Jetta, o Passat abandonou a suspensão dianteira por braços sobrepostos Four Link, que era compartilhada com os Audis A4 e A6 nas gerações lançadas nos anos 90. O conceito atual é o conhecido McPherson, que o Camry usa tanto na frente quanto atrás. Na traseira do VW, em contrapartida, o tradicional eixo de torção — simples, barato e funcional para carros populares, mas já superado neste segmento — deu lugar a um moderno conjunto multibraço. O Fusion associa suspensão dianteira de braços sobrepostos e traseira multibraço, conjunto dos mais eficientes. Saiba mais sobre cada tipo de suspensão.

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