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Comparativo Completo
Inversão de valores

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Carros importados custam mais e oferecem menor conteúdo que os
similares nacionais? Nem sempre, como mostram esses médios

Texto e fotos: Fabrício Samahá
 
Ford Fiesta SE 1,6 16V Flex
4,41 m 110/115 cv R$ 55.877*
 
 
Honda City DX 1,5 16V Flex
4,40 m 115/116 cv R$ 55.420*
 
 
Kia Cerato 1,6 16V
4,53 m 126 cv R$ 59.900*
 
* Preços sugeridos para os carros avaliados, com possíveis opcionais

O comprador de um automóvel médio tem hoje, basicamente, três caminhos: pode optar por um modelo de fabricação nacional, por um produzido em país com o qual o Brasil tenha acordo comercial — o que evita o Imposto de Importação — ou por um importado no sentido literal, que vem de país não incluído nesse tipo de acordo e recolhe o tributo adicional com alíquota de 35%.

Imagina o leitor que, ao escolher o nacional, pagará menos pelo mesmo conteúdo ou levará mais equipamentos pelo mesmo preço, certo? Nem sempre, e o mercado dá bons exemplos em contrário. Veja o caso desses três sedãs médios, todos lançados da metade de 2009 para cá e, portanto, ainda cheirando a novos nas concessionárias. A versão de entrada do nacional Honda City, a DX com caixa manual, tem preço sugerido de R$ 55.420; já o Ford Fiesta SE mexicano, que vem sem o imposto, parte de R$ 49.900 e o sul-coreano Kia Cerato, que recolhe o tributo, começa em R$ 53.400. Todos eles oferecem versões superiores ou pacotes de opcionais.

Para saber qual a melhor compra nessa classe intermediária — carros maiores e mais caros que os sedãs compactos, mas com porte, potência e preço abaixo daqueles de um médio característico —, o Best Cars colocou lado a lado os três modelos em versões que se aproximam também em valores.

O City veio em acabamento DX, na qual a Honda hoje concentra seu empenho de vendas. O carro é praticamente igual ao LX, do qual perde apenas o sistema de áudio, mas custa R$ 2.000 a menos. Como é evidente que você não pagaria tal valor por um simples toca-CDs, o LX pode ser esquecido — e lançar o DX mostra-se um artifício de marketing da empresa, que poderia se "queimar" com os atuais clientes se, simplesmente, baixasse o preço sugerido da versão já existente. O modelo feito em Sumaré, SP, não cobra a mais pela pintura metálica e sai então pelos citados R$ 55.420.

De Cuautitlán, México, vem o Fiesta em versão única SE, mas com dois pacotes de opcionais. O mais caro, como foi avaliado, leva-o a R$ 55.877 com pintura metálica, muito pouco acima do City. O outro oponente vem de bem mais longe — o Cerato é fabricado em Hwasung, na Coreia do Sul — e oferece também três níveis com caixa manual, o superior deles por R$ 59.900. Esse valor não inclui o frete em torno de R$ 1.000, enquanto os concorrentes o trazem incluído. Vale notar que a Kia acaba de anunciar a adoção de caixas de seis marchas (manual e automática) no modelo, com aumento de preço, mas o carro avaliado usava a de cinco. Até então seu preço era de R$ 56.900.

Se os preços mostram equilíbrio, o que dizem os outros três "Ps" de nossos comparativos? Sim, eles confirmam boas condições para o confronto. Os carros seguem a mesma proposta de uso, de sedãs médios com quatro portas, espaço interno mediano e desempenho bastante adequado; têm porte semelhante, com variação máxima de 13 centímetros em comprimento, embora a distância entre eixos varie mais (16 cm); e obtêm potências próximas em motores de 1,5 e 1,6 litro, todos dotados de quatro válvulas por cilindro: 126 cv no Cerato (só a gasolina), 115/116 no City e 110/115 no Fiesta (gasolina e álcool, na ordem). Continua

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Data de publicação: 30/11/10

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