Grandes opções para
gostos diferentes

Um é clássico e espaçoso, o outro dinâmico e esportivo:
mesmo assim, estes europeus têm muito em comum

A compra de um automóvel nem sempre segue rígidos critérios. Há pessoas indecisas entre um sedã e uma minivan, outras que hesitam entre estes e um utilitário-esporte. O que dizer, então, da escolha entre dois sedãs de mesmo preço -- ainda que de portes distintos -- e igualmente interessantes por seu estilo, refinamento e desempenho?

O francês Peugeot 607 3,0 V6 e o belga Volvo S60 (isso mesmo, a marca sueca o produz fora de seu país-sede) 2,0 turbo são um bom exemplo dessa indecisão. O primeiro é um tanto maior -- 29 cm no comprimento, 9 cm entre eixos --, tem um perfil mais clássico e 33 cv a mais. O outro é mais esportivo e chega a ser melhor na aceleração de 0 a 100 km/h, indicando desempenhos similares.

O elo entre eles: o Volvo custa R$ 118.900 e o Peugeot (com alguns equipamentos que no oponente são opcionais ou indisponíveis) R$ 129.900, o que pode deixar o comprador em uma séria dúvida. Pelo porte e potência, o concorrente mais direto do 607 na linha Volvo seria o S80 2,9 de aspiração natural e 201 cv -- mas seu preço é muito superior, R$ 182.000.

Concepção e estilo   Os dois carros são recentes no mercado internacional. O 607 foi lançado em 1999 no Salão de Frankfurt para substituir o retilíneo 605; o S60 veio um ano depois, no evento de Paris, para ocupar a lacuna entre o médio S40 e o grande S80 que se formava com o encerramento do antigo S70, carro pouco maior.

Num mundo em que tantos carros se parecem, é louvável como ambos os fabricantes conseguiram manter a identidade. Olham-se os faróis alongados do Peugeot, ou a grade protuberante e os "ombros" bem definidos do Volvo, e sabe-se de imediato a que marca pertencem. Uma tendência seguida pelos dois é a queda suave da capota, muito próxima à de um cupê.

O 607 é clássico, suave, enquanto o S60 inspira solidez. O ângulo em que essa diferença mais aparece é a traseira, um tanto "limpa" no francês e robusta, retilínea no belga-sueco. Ambos abusam do direito de usar grandes lanternas, o que nem sempre agrada. Mas a decisão final é mesmo pessoal, sendo difícil apontar um vencedor em estilo sem cometer injustiça. Continua