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Carros do Passado

O avião de asfalto da Bavária


Projetado com Lamborghini e Giugiaro, o M1 chegou tarde às pistas, mas foi um marco na história da BMW

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A história da Bayerische Motoren Werke -- Fábrica de Motores Bávara, ou BMW -- começa em 1916, com a fusão de dois fabricantes de Munique: a Rapp Motorenwerke e a Gustav Otto Flugmaschinfabrik. A empresa, que dois anos depois assumia a designação conhecida hoje, dedicava-se à produção de motores aeronáuticos -- daí seu emblema azul e branco, que representa uma hélice estilizada.

Os primeiros motores para uso terrestre datam de 1922, construídos para as motocicletas Victoria e para caminhões. No ano seguinte surgia a primeira moto BMW, a R 32; em 1928, com a aquisição da fábrica de automóveis Eisenaches, iniciava-se a produção sob licença do Austin Seven inglês, renomeado Dixi.

O conceito Turbo, de 1972, fora o primeiro BMW com motor central. Essa configuração e seu desenho frontal ressurgiram, sete anos depois, no M1

Em meados da década de 70, a BMW obtinha bons resultados na disputa com a Ford no Campeonato Europeu de Carros de Turismo, com o "Batmóvel" 3.0 CSL, mas não estava satisfeita. A empresa tinha interesse em participar do Mundial de Carros-Esporte, categoria que havia revelado carros notáveis como o Ferrari 250 GTO e o Shelby Cobra Daytona Coupe. Só que lhe faltava um modelo apropriado.

Não havia sequer um automóvel na linha BMW que pudesse ser chamado de carro-esporte: apenas sedãs, cupês e conversíveis, ainda que alguns de alto desempenho. Assim, um projeto se definia: deveria gerar uma versão de competição, para enfrentar os Porsches naquela categoria de grande prestígio, e uma de rua, pois a homologação para as corridas exigia a oferta de 400 unidades ao público.

Clique para ampliar a imagem As linhas retas predominavam no estilo concebido por Giugiaro. As lanternas traseiras vieram da Série 6 e a tampa traseira, que cobria o motor e o porta-malas, incluía uma persiana

O carro das pistas ficou a cargo da divisão Motorsport, mas a versão de rua era um obstáculo: o departamento não tinha capacidade para fazer os 400 veículos, sobretudo com motor central, configuração que a BMW só havia usado até então no carro-conceito Turbo, de 1972. A decisão final foi a de contratar a engenharia de um homem há tempos ligado aos carros-esporte: Ferruccio Lamborghini.

A empresa do italiano (leia história), que havia entregue ao mundo projetos como Miura e Countach, tinha grande experiência com motor central, capacidade de produzir facilmente os 400 carros e, ainda, bons contatos com a ItalDesign. A empresa de desenho de Giorgio Giugiaro, que se encarregaria do estilo e do interior, já havia projetado o conceito Turbo.
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Em escala
O M1 com que Nélson Piquet venceu o campeonato de 1980 da Procar, superando nomes como Alan Jones, Didier Pironi e Clay Regazzoni, foi reproduzido em escala 1/18 pela alemã Minichamps. Trata-se de um produto para a rede BMW, não possuindo embalagem do fabricante, e pode ser encontrado no Brasil.

Outro M1 Procar em escala era o Pegasus (embaixo), carro de radiocontrole que a Brinquedos Estrela lançou em 1983. Com cerca de 35 cm de comprimento, recebia uma horrível barra metálica como "pára-choque" dianteiro, para proteger a carroceria plástica dos impactos da criançada... Tinha requintes como luzes de direção, que piscavam de acordo com o esterçamento das rodas.


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Data de publicação deste artigo: 9/3/02

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