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Carros do Passado

Assim, optaram por aproveitar o recém-criado Grupo B da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que previa competições para veículos produzidos em uma série de no mínimo 200 exemplares em um ano, como a antiga categoria GT em que os 250 GTO competiam. E autorizaram a criação de um novo GTO. Esse carro deveria ser um Ferrari indiscutível -- o mais veloz e apaixonante carro já saído de Modena e também o mais veloz de seu tempo. Uma volta às tradições da marca, que diziam que um Ferrari devia se sentir em casa tanto em Monza quanto na Riviera francesa. 

Nasce o 288 GTO: idealizado para o Grupo B de ralis, era um retorno às tradições da marca de construir carros de corrida para as ruas

O novo GTO   O 288 GTO seria baseado no Ferrari 308 GTB, decisão acertada que ia ao encontro da opinião da imprensa da época. Esta o considerava o mais interessante dos Ferraris, pois os outros modelos viviam à sombra dos concorrentes. A Ferrari fez tudo como devia: o compacto V8 do 308 foi reposicionado em posição longitudinal, alinhado ao câmbio, num arranjo que auxiliaria muito as futuras competições de que deveria participar.

O motor foi extensamente retrabalhado para deslocar 2,85 litros e poder usar turbocompressor no Grupo B da FIA. Essa curiosa cilindrada era obtida a partir do coeficiente de equivalência (1,4) para motores turbo no Grupo B: 4,0 litros divididos por 1,4, que resultam em 2,85 (hoje o coeficiente é 1,7). Dois turbos da japonesa IHI (Ishikawajima-Harima Heavy Industries) foram instalados, soprando através de dois resfriadores de ar Behr, para produzir 400 cv a 7.000 rpm.

O estilo da carroceria era uma obra-prima: um 308 GTB masculinizado pelos pára-lamas mais largos e o baixo spoiler dianteiro, que abrigava quatro faróis retangulares. Na traseira, atrás das aberturas de roda, saídas de ar e um spoiler tipo rabo-de-pato, como no 250 GTO, bem integrados ao desenho do carro. Muitos, inclusive o autor, ainda consideram o 288 GTO um dos mais belos automóveis já criados.

Além do estilo irrepreensível, o GTO esbanjava potência: o motor V8 de 2,85 litros com dois turbos entregava 400 cv de potência

Apresentado no Salão de Frankfurt de 1983, seu desempenho anunciado era impressionante: 0 a 100 km/h em apenas 5 s, a caminho de 306 km/h de máxima. Embora muito bem recebido pelo público e crítica, não foi -- para surpresa das cabeças pensantes de Maranello -- a vedete do salão. Este título coube a um Porsche então apresentado como Gruppe B, que hoje conhecemos como 959.

A empresa alemã já há alguns anos vinha incomodando a italiana. Um progresso considerável: quando os Ferraris 250 eram produzidos, equipados com seus famosos V12 de 3,0 litros, a Porsche ainda fabricava pequenos cupês com arquitetura mecânica de Fusca... Mas o 911, sua versão Turbo e o 928 haviam gradualmente diminuído a distância entre Stuttgart e Maranello.
Enfim, quando lançado em 1986, o 959 fez a Porsche ultrapassar a Ferrari. Mesmo descontando o abismo tecnológico que distanciava então as duas empresas, a favor da alemã, não havia Ferrari algum capaz de alcançar um 959. Nem mesmo o novíssimo e poderoso 288 GTO. Continua

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