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Carros do Passado

Por que F40   A empresa italiana, então, não conseguiu o sucesso esperado com o novo GTO. Seu lugar de principal criador de supercarros do mundo havia sido usurpado por Stuttgart bem debaixo de seus orgulhosos narizes, e portanto algo precisava ser feito -- e rápido. Como não seria possível se equiparar à Porsche em tecnologia, a Ferrari tomou um rumo mais inteligente: reformular seu famoso conceito de "carro de corridas de rua" para enfrentar o inesperado concorrente.

Clique para ampliar a imagem Em vez do sofisticado pacote de tecnologia do Porsche 959, a Ferrari fez o F40 como um carro-esporte puro: o mínimo de peso, o máximo de potência

Mesmo sem a mesma sofisticação técnica, o Ferrari faria o 959 comer poeira. A lógica de Maranello, corretíssima nesta situação, era a seguinte: quem se importará com qual veículo é mais avançado, se um deles for o mais veloz, agressivo e viril? O 959 pode ser um carro civilizado como poucos do gênero, mas quem realmente quer um supercarro para usar todos os dias?

Existem pessoas que colocam outro motivo em pauta. Ao contrário da Porsche, que nunca pretendeu ganhar dinheiro com o 959 devido ao caríssimo desenvolvimento de novas tecnologias, a Ferrari lucrou muito com os GTO que vendeu. E, pelo preço que eles atingiam no mercado de segunda-mão, parecia que poderia ter ganho ainda mais. Vivia-se o boom de investimento em carros clássicos, e Ferraris como o GTO, clássicos instantâneos, eram moeda forte. Seria fácil, então, produzir uma evolução do GTO, ainda mais caro, garantia de grandes lucros.

Talvez por isso a produção do F40, inicialmente prevista para acabar em 400 veículos, acabou gerando mais de 1.000 carros. Em 1991, um F40 vendido nos EUA custava 399 mil dólares pela tabela oficial da Ferrari, mas quem conseguisse comprar um por esse preço poderia vendê-lo por mais de 700 mil. Foi exatamente o que fez Nigel Mansell assim que recebeu o seu. Mesmo para ele, a possibilidade de lucrar 300 mil dólares tão facilmente não poderia passar em branco.

Denominado em alusão aos 40 anos da marca, o F40 não era exatamente belo, mas tinha a imponência dos carros de grande desempenho. Quem conseguiu comprá-lo pelo preço de tabela pôde lucrar fácil 300 mil dólares

A Ferrari gostaria que acreditássemos que o mentor do carro foi o commendatore Enzo, e que ele aconteceria mesmo se o 959 nunca houvesse nascido -- mas é difícil crer nisso. Nascido em 1898, o poderoso chefão já tinha 89 anos quando o F40 foi lançado (morreria no ano seguinte) e, mesmo que ainda tivesse ligações com as operações da fábrica, o que não era verdade, dificilmente poderia influir nos planos futuros da Fiat para a marca. Enzo, como já dito, realmente nunca se importou com o que era vendido para milionários sedentos de status mundo afora, desde que o fluxo de caixa para sua amada Scuderia continuasse. E, para que isso acontecesse, a Fiat não deveria ser contrariada.

Mas isto não impediu a Ferrari de capitalizar com sua fama. O 40 do nome do carro vem do quadragésimo aniversário da marca, comemorado àquela época. E a empresa adora alardear que é o último Ferrari criado "sob a batuta" de Enzo, por sua vontade altruísta de dar um presente aos amantes da marca.
Continua

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