Mesmo sem a mesma sofisticação técnica, o Ferrari faria o 959 comer poeira. A lógica de
Maranello, corretíssima nesta situação, era a seguinte: quem se importará com qual veículo é mais avançado, se um deles for o mais veloz, agressivo e viril? O 959 pode ser um carro civilizado como poucos do
gênero, mas quem realmente quer um supercarro para usar todos os dias?
Existem pessoas que colocam outro motivo em pauta. Ao contrário da Porsche, que nunca pretendeu ganhar dinheiro com o 959 devido ao caríssimo desenvolvimento de novas tecnologias, a Ferrari
lucrou muito com os GTO que vendeu. E, pelo preço que eles atingiam no mercado de segunda-mão, parecia que poderia ter ganho ainda mais. Vivia-se o
boom de investimento em carros clássicos, e Ferraris como o
GTO, clássicos instantâneos, eram moeda forte. Seria fácil, então, produzir uma evolução do
GTO, ainda mais caro, garantia de grandes lucros.
Talvez por isso a produção do F40, inicialmente prevista para acabar em 400 veículos, acabou gerando mais de 1.000 carros. Em 1991, um F40 vendido nos EUA custava 399 mil dólares pela tabela oficial da Ferrari, mas
quem conseguisse comprar um por esse preço poderia vendê-lo por mais de
700 mil. Foi exatamente o que fez Nigel Mansell assim que recebeu o seu. Mesmo para ele, a possibilidade de lucrar 300 mil dólares tão facilmente não poderia passar em branco.
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