


Versão intermediária da linha
feita no Paraná, a SE traz de série o que é opcional na XE e vem com o
mesmo motor, o 2,5 turbodiesel de 144 cv

O interior bem desenhado, que
oferece bom nível de conforto mesmo no banco traseiro, vem com os
equipamentos convenientes mais comuns |
Trânsito congestionado, emissões poluentes, economia de combustível:
toda essa conversa parece não existir para os picapes. Eles são grandes,
ocupam um espaço bem maior que o de um automóvel — o que dá trabalho em
qualquer manobra — e, com seus motores a diesel, emitem material
particulado pelo escapamento. Em teoria, são feitos para trafegar em
outros territórios: fazendas, cidades pequenas, estradas de terra.
No entanto, não parece ser essa a vontade do público consumidor, que
cada vez mais enxerga nos picapes veículos para uso urbano. E os
fabricantes respondem a esses anseios deixando-os mais próximos aos
carros. O Nissan Frontier é um bom exemplo disso. Quando chegou ao
Brasil na primeira geração, em 1998 (leia
avaliação), era um utilitário sem maior preocupação com o conforto e
o desempenho, aspectos que evoluíram, mas não muito, na versão
brasileira de 2002 (leia). Na
atual geração, que teve as primeiras unidades importadas da Tailândia
até que a linha de produção nacional se adequasse ao novo modelo, essa
tendência de urbanização está evidente.
O Frontier que é agora fabricado em São José dos Pinhais, PR agregou
alguns itens ao modelo importado, como maior gama de cores (seis
opções), mais duas versões de acabamento além da topo de linha que já
existia, duas configurações do mesmo motor turbodiesel e opção entre
tração 4x4 e 4x2. Além disso, passou a vir equipado em todas as versões
com para-brisa degradê, rodas de alumínio de 16 pol com pneus 255/70,
fechadura na tampa da caçamba e novo ângulo do encosto do banco
traseiro, agora de 23° frente ao de 18° do picape importado.
O motor de quatro cilindros e 16 válvulas, equipado com
turbocompressor e
resfriador de ar, desloca 2.488 cm³.
Quando equipa as versões XE e SE, desenvolve a potência de 144 cv e o
torque de 36,3 m.kgf; já na versão de topo LE a potência vai a 172 cv e
o torque a 41,1 m.kgf. A diferença ocorre em função da diferente
calibração do sistema de gerenciamento do motor, da maior pressão do
turbo e do sistema suplementar de refrigeração da turbina com óleo e
água no LE. A versão avaliada foi a SE, com motor de 144 cv e caixa
manual de seis marchas, única oferecida para essa versão (apenas a LE
pode vir com câmbio automático de cinco marchas).
Externamente, o desenho do picape foi reformulado. A parte dianteira
inspira-se no utilitário esporte
Pathfinder, com faróis menores (de refletor único, o que poderia ser
melhor), grade em três partes e para-choque pintado — evidenciando a
urbanização do carro, já que a versão anterior o trazia cromado. Nas
laterais, as portas dianteiras e traseiras têm desenho mais simétrico.
Na traseira manteve-se a identidade do picape, com as lanternas
verticais e o aplique de plástico na região da fechadura. A tampa agora
é lisa e os emblemas cromados.
Internamente, a evolução se mantém. O painel ganhou desenho agradável,
com ergonomia correta e boa posição dos comandos. Ressalva feita para o
tamanho do quadro de instrumentos que, embora não prejudique a visão do
motorista, é um tanto quanto diminuto frente ao conjunto. A destacar os
dois porta-luvas, que não impedem a instalação da bolsa inflável para o
passageiro. O maior ganho, contudo, foi dos passageiros do banco
traseiro. Nos dianteiros os ocupantes já se acomodavam com conforto, mas
os de trás sofriam. Agora, com maior entre-eixos, eles vão com conforto
e espaço razoável para a cabeça, as pernas e os ombros. Mais ainda,
sentem pouco os solavancos da suspensão traseira.
Continua |