Nissei ao gosto brasileiro

Frontier nacional agrada pelo estilo e desempenho, mas
sofre com o ruído do motor e o desconforto da suspensão

Quando começaram a chegar ao Brasil, há cerca de 10 anos, os picapes japoneses tinham uma proposta no mínimo curiosa. Eram bem menores e mais leves que os pesados nacionais (D-20 e F-1000), mas também menos potentes, com motores a diesel em torno de 2,5 litros e 70 ou 80 cv. Só que pela tradição nipônica de produtos robustos e bem-feitos, pelo porte adequado a nossas cidades ou pela variedade de opções, alguns deles conquistaram muitos adeptos.

O Mitsubishi L200 ganhou cidadania brasileira, e o Toyota Hilux, argentina em 1997. Dos modelos mais bem-sucedidos (houve ainda o Mazda B2200, de pouco êxito), o último foi nacionalizado em 2002: o Nissan Frontier, que o BCWS avaliou na versão SE de cabine dupla e tração integral.

Esse picape não é um desconhecido para nós: sua versão anterior, lançada em 1998 ainda importada, foi avaliada no mesmo ano com exclusividade entre os sites. Em relação àquele, o atual Frontier diferencia-se pela reestilização da frente, traseira e painel e pela adoção de um motor turbodiesel nacional, o MWM de 2,8 litros com resfriador de ar e 132 cv, em lugar do diesel japonês de aspiração natural, 3,15 litros e 103 cv.

A reforma de estilo fez bem ao picape da Nissan. Embora tenha chocado alguns no início, o desenho ousado, com uma evidente "cara de mau", parece ter agradado à maioria. O pára-choque volumoso combina-se aos faróis de superfície complexa (mas sem duplo refletor, existente no S10), à grade composta de uma única barra preta, o capô com tomada de ar para o resfriador e às grandes molduras nos arcos dos pára-lamas, com simulação de parafusos — um adereço aceitável nesse tipo de veículo. Continua

Apesar de alguma dissonância entre a frente imponente e o estilo discreto das laterais e traseira, o estilo do Frontier agrada à maioria. Interessante a quase total ausência de cromados, tão comuns em picapes