Novo Sorento — novo mesmo

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Não sobrou nada da versão anterior do utilitário esporte médio da
Kia, que avançou em espaço, desempenho e comportamento

Texto: Geraldo Tite Simões e Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

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Peter Schreyer acertou a mão outra vez: o antes discreto Sorento se tornou um utilitário elegante, com estilo que passa a sensação de vigor

O interior ganhou espaço, sobretudo longitudinal, e pode vir em três tons de couro; ajuste elétrico do banco equipa versões de sete lugares

Se alguém lhe perguntar o que permaneceu igual entre a versão anterior e a nova do utilitário esporte (SUV) Kia Sorento, pode responder: o nome. Mudou tudo — a começar pela estrutura, que passou a ser monobloco, deixando de lado a carroceria sobre chassi. Essa é uma das principais mudanças do novo Sorento, pois foi responsável por um emagrecimento recorde de 215 kg em relação à geração lançada em 2002. Outra novidade importante é a oferta de sete lugares.

No Brasil há cinco versões, todas a gasolina (motor a diesel não pode ser usado sem que haja caixa de redução na transmissão) e com a sigla EX. O de cinco lugares com tração apenas dianteira e motor de quatro cilindros e 2,4 litros tem preço sugerido de R$ 96.900. Com sete lugares e nível superior de equipamentos, passa a R$ 115.900; com tração 4x4 permanente, R$ 120.900. Com motor V6, a opção 4x2 custa R$ 119.900 e a 4x4 vai a R$ 124.900, nos dois casos com sete lugares. Todas as versões são equipadas com câmbio automático de seis marchas, bolsas infláveis frontais, apoios de cabeça dianteiros ativos, freios com sistema antitravamento (ABS), ar-condicionado automático de duas zonas de ajuste, rodas de 18 pol (estepe inclusive), sistema de áudio com rádio/toca-CDs/MP3 (dotado de conexões USB, auxiliar e para Ipod) e controle no volante, bancos revestidos em couro, computador de bordo, controlador de velocidade, faróis de neblina, acendimento automático de faróis, sensor de estacionamento traseiro e retrovisor interno fotocrômico.

As versões com sete lugares acrescentam vários itens de conforto e segurança que a básica não traz: tela da câmera traseira no retrovisor para orientar manobras em marcha à ré, chave inteligente (destravam-se as portas e liga-se o motor com ela no bolso, por exemplo), bolsas laterais e de cortina, banco do motorista com ajuste elétrico, faróis de xenônio no facho baixo, teto solar panorâmico de comando elétrico e ar-condicionado para a terceira fila de bancos. Aquelas com motor V6 vêm equipadas ainda com controle eletrônico de estabilidade. Os concorrentes no alvo da Kia são, sobretudo, Honda CR-V, Chevrolet Captiva, Toyota RAV4, Volkswagen Tiguan e o "primo" Hyundai Santa Fe, do mesmo grupo sul-coreano.
 
Como já aconteceu com o Cerato, os traços do habilidoso projetista alemão Peter Schreyer — chefe de Estilo da marca sul-coreana que fez fama na Audi — fizeram muito bem ao Sorento. Onde o modelo original era discreto, sem inspiração, surgem agora linhas fortes e bem definidas que chamam atenção. Repare no vinco inclinado nas portas, no capô mais alto nas seções laterais (antes era o contrário), nos arcos de para-lamas mais pronunciados e na terceira janela lateral integrada às demais, em vez de separada por uma coluna larga. A grade dianteira típica dos novos Kias é um dos poucos itens cromados e as lanternas traseiras usam leds. Bitolas bem mais largas e rodas de 18 pol de série concorrem para o aspecto vigoroso. Com o novo desenho o Sorento conseguiu uma pequena redução na área frontal. O coeficiente aerodinâmico (Cx) também foi melhorado, de 0,42 para 0,38, o que ainda ajudou a diminuir os ruídos de vento.

Em comparação ao anterior, o utilitário cresceu 95 mm em comprimento, mas perdeu 15 mm em altura (e 19 mm no vão livre do solo) e manteve a largura. Donos do antigo Sorento vão notar que o interior conserva a disposição original de muitos comandos, mas está com um aspecto renovado e mais atraente. Evoluíram sobretudo o sistema de áudio mais integrado ao painel e o volante com ar esportivo e pega bem melhor, enquanto os instrumentos assumiram o moderno formato de "três cilindros" já adotado em outros Kias. Bem-vinda é a oferta de revestimento dos bancos em couro em três opções: marfim/preto, preto e bege. O motorista dispõe de boa posição, mas o volante poderia trazer ajuste em distância e não só em altura.

Outros pontos melhoráveis: o freio de estacionamento com acionamento por pedal parece coisa de picape e o controle elétrico dos vidros só tem função um-toque para os dianteiros (com sensor antiesmagamento). A Kia destaca ligeiros aumentos de espaço para todos os ocupantes, como mais 27 mm para as pernas na segunda fileira e 102 mm na mesma medida da terceira fila. Com assoalho 32 mm mais baixo, o acesso à cabine também está mais cômodo. Continua

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Painel mais atual com instrumentos em forma de cilindros, câmera traseira no retrovisor e vários itens de conveniência adicionais: novidades

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Data de publicação: 20/5/10

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