Desenhado pelo autor do
primeiro Audi TT, o novo Cerato agrada muito pelo estilo, que remete ao
Civic e até Audis e BMWs em algumas partes
Maior em comprimento, largura
e entre-eixos, a nova geração saiu este ano nos EUA; o porta-malas de
415 litros é que decepciona um pouco |
O novo Kia Cerato é a prova de como um projetista pode mudar
radicalmente a direção de uma marca. A contratação do alemão Peter
Schreyer deu um novo rumo aos carros da Kia Motors. Depois de trabalhar
por 25 anos na Audi, onde entrou como estagiário em 1978 e logo de cara
criou o primeiro rascunho do Audi TT original, ele aceitou o desafio de
transformar os modelos da marca sul-coreana — para melhor, claro. E
conseguiu.
Ao primeiro contato com o novo sedã médio-pequeno é possível perceber
que a grande qualidade que salta, literalmente, à vista é o estilo.
Pode-se falar o que se quiser do Cerato, menos que seja um carro feio.
Absolutamente novo — do anterior só restou o nome —, ele estreou este
ano no Salão de Chicago, EUA, mercado onde se chama Forte. Logo de cara
percebe-se uma grande influência do moderno desenho da indústria alemã.
Nada mais natural, pois é onde Peter nasceu, estudou e trabalhou. Todo o
conjunto dianteiro, incluindo grade e faróis, tem uma leve semelhança
com os Audis, mas também remete ao Honda Civic. É fácil entender essa
geração de estilo: grades e faróis estão cada vez mais envolventes, com
as extremidades para cima, como se fosse um sorriso. E quem começou essa
moda foi justamente Peter Schreyer.
Os vincos nas laterais e a cintura alta já remetem ao BMW Série 3. Não
faltaram os retrovisores com luzes de direção integradas. A junção do
teto com a traseira, mais as lanternas de trás, também são inspiradas no
sedã da BMW. Graças a esse desenho de carroceria o novo Cerato melhorou
em aerodinâmica, reduzindo o Cx de 0,31 do
anterior para 0,29, ótimo resultado para seu porte (maior comprimento
favorece o Cx). Ele cresceu nesta geração 30 mm em comprimento e 40 mm
em largura e distância entre eixos, passando a 4,53 m, 1,77 m e 2,65 m,
na ordem. Já a altura diminuiu 10 mm para 1,46 m. Suas linhas bem
modernas, até mesmo esportivas, causam boa primeira impressão.
O Cerato chega em três pacotes de acabamento, sem denominação de versão.
O primeiro (E201), ao preço sugerido de R$ 49.900, vem de série com
bolsas infláveis frontais, ar-condicionado com ajuste manual, controle
elétrico dos vidros/travas/retrovisores, comando a distância da trava de
portas e do porta-malas, computador de bordo, rodas de alumínio de 15
pol (até no estepe, raro na categoria), faróis de neblina e
rádio/toca-CDs com leitura de MP3 e entradas auxiliar e USB. O pacote
E202, de R$ 52.900, acrescenta freios com sistema antitravamento (ABS) e
traseiros também a disco, encostos de cabeça ativos na frente, controle
automático de temperatura do ar-condicionado, detalhes internos que
simulam aço escovado, apoio de braço no banco traseiro, volante e
alavanca de câmbio revestidos em couro e rodas de 16 pol. No último
Cerato, o E252, vem o câmbio automático de quatro marchas com seleção
manual de marchas (sobe para frente, reduz para trás) ao valor de R$ 57.900. Há ainda opção de rodas de 17
pol.
Não há como negar que o carro chega para brigar de frente com o
recém-lançado Honda City, nome que foi
várias vezes mencionado durante a apresentação à imprensa da Kia. Até
mesmo a definição de equipamentos de série parece ter seguido a da marca
japonesa. No entanto, o Cerato básico sai R$ 6,3 mil mais em conta que o
City de entrada e o automático, mesmo com vários itens adicionais, ainda é R$ 2,1 mil mais barato que a versão LX do Honda.
Corolla, Civic, Focus, Linea, Polo
Sedan, 307 Sedan e Sentra são considerados outros
adversários pela Kia.
Continua |