
O interior é bem desenhado e oferece espaço adequado, mas o aspecto dos materiais poderia melhorar;
seu painel inclui computador de bordo

O rádio/CD com MP3 e entradas
auxiliar e USB equipa toda a linha; já o ar-condicionado tem ajuste
automático de temperatura como opcional



Com apenas 1,6 litro o motor
dotado de variação de válvulas atinge 126 cv, só que a caixa automática
de quatro marchas limita seu rendimento |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 77 x 85,4 mm.
Cilindrada: 1.591 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 126 cv a 6.300 rpm. Torque máximo:
15,9
m.kgf a 4.200 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 5 marchas, ou automático, 4 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor ou a disco; antitravamento
(ABS) opcional. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 5,5 x 15 pol, 6 x 16 pol ou 7 x 17 pol; pneus, 195/65 R 15,
205/55 R 16 ou 215/45 R 17. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,53 m; largura, 1,775 m; altura, 1,46 m;
entre-eixos, 2,65 m; capacidade do tanque, 52 l; porta-malas, 415
l; peso, 1.223 kg (câmbio manual) e 1.248 kg (automático). |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 195 km/h (manual); aceleração
de 0 a 100 km/h, ND. |
CONSUMO
- em cidade, ND; em estrada, 15,9 km/l (manual) e 15,4 km/l
(automático). |
Dados do fabricante; ND =
não disponível |
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Não é novidade que os projetos estão apostando no privilégio ao espaço
interno. Para confirmar esse espaço no Cerato, usamos um colega de 1,94
metro de altura para regular o banco do motorista e, ao sentar no banco
de trás, ainda sobrou espaço para o passageiro. Os bancos dianteiros têm
regulagem de altura e na versão intermediária os encostos de cabeça
contam com sistema automático de proteção. Em caso de uma colisão
traseira, o encosto sobe em instantes e trava sua posição, impedindo a
cabeça de ser jogada para trás com o impacto.
O motorista senta-se bem no Cerato e encontra um volante de três raios
esportivo e de ótima pega, mas o painel pareceu algo confuso, com
leitura melhorável. O marcador de temperatura é digital e os demais
analógicos. Bons detalhes de acabamento são peças que simulam aço
escovado, revestimento de couro no volante (que tem regulagem de altura,
mas não em distância) e comandos do sistema de áudio no volante. Mas
faltou um pouco de tecido nos revestimentos das portas, que vem todo em
plástico e causa a sensação de falta de sofisticação. Os plásticos em
geral são mais simples do que o esperado, não há opção de bancos de
couro e seu tecido poderia ter um toque mais suave.
Se por um lado o limpador de para-brisa conta com ajuste do intervalo no
modo temporizado e não foi esquecida a faixa degradê, por outro o
controle elétrico dos vidros deveria oferecer
função um-toque para todos — vem só para
a descida da janela do motorista. Também divide opiniões a reclinação do
encosto por alavanca em pontos definidos. Com capacidade de 415 litros,
o porta-malas cresceu 70 litros sobre o anterior. Ainda é um tanto menor
que o do City (506 litros) ou mesmo de alguns sedãs compactos, mas o
formato e a grande abertura da tampa contribuem para acomodar as
bagagens. Um sistema permite abrir o porta-malas por dentro, útil no
caso de alguém ser fechado por acidente ou mesmo no caso de um
sequestro.
Na estrada
O motor das três versões é o mesmo, de 1,6 litro a gasolina, com
variação de tempo do comando e 16
válvulas. A potência declarada é muito boa para a cilindrada, 126 cv a
altas 6.300 rpm (79 cv/l), assim como o
torque de 15,9 m.kgf a 4.200 rpm. Segundo dados da fábrica, a velocidade
máxima é de 195 km/h. A Kia brindou a imprensa com um ótimo cardápio de
estradas no lançamento, saindo da região rural de Mogi das Cruzes, SP
com destino a Bertioga, no litoral paulista. Pôde-se experimentar desde
um asfalto novo em folha até estradas esburacadas e muitas curvas,
subidas e descidas.
O motor entrega potência com suavidade. Só tivemos contato com a versão com câmbio automático,
que funciona muito bem, mas demanda trocas frequentes para aproveitar
melhor a faixa de potência útil do motor. O peso de 1.248 kg nessa
versão não é tão alto para o porte do carro, mas uma quinta marcha
traria menor intervalo entre as relações, deixando o motor mais
"esperto" nas mudanças. Essa opção existe no exterior apenas para os
motores de 2,0 e 2,4 litros. Por outro lado, a quarta é longa o bastante
para se obter baixa rotação em viagem, como 3.100 rpm a 120 km/h (na
versão manual a quinta produz aceitáveis 3.600 rpm), e no modo manual
não ocorre troca automática ao atingir o limite de rotações.
O Cerato é oferecido com três tipos de rodagem: aro de 15 pol e pneus
195/65 na versão de entrada, 16 pol com 205/55 na intermediária e 17 pol
com 215/45 como opção. Como o motor e o conjunto de suspensões são
iguais, chega a ser apenas um apelo estético optar por rodas maiores e
pneus mais largos. Com o conjunto de 16 pol e as suspensões de esquemas
convencionais (McPherson à frente, eixo de torção na traseira), o Cerato
avaliado respondeu bem aos ataques às curvas da serra Mogi-Bertioga, com
comportamento preciso, e demonstrou conforto adequado de marcha. O peso
de direção está bem acertado desde baixa até alta velocidade, apesar da
assistência hidráulica simples (a elétrica, como no City, facilita esse
ajuste pelo fabricante).
De acordo com a Kia, cresce a cada ano, em todo o mundo, o segmento de
sedãs. No Brasil esse segmento já representa 25% das vendas e tem
conquistado mais o público na faixa de 30 a 35 anos. Parte dessa
migração deve-se à nova linha adotada pelos projetistas, pela qual os
sedãs médios perderam um pouco do jeitão de carro da família e ganharam
visual mais esportivo. O Cerato vem contribuir com a tendência e tentar
obter parte dessa maior aceitação.
Foi visível a pressa dos sul-coreanos em apresentar o Cerato logo depois
do City, para arrefecer o impacto da chegada do Honda. Em termos de
expectativa de vendas nem se pode chamá-los de concorrentes, pois as
projeções para 2009 são de 12.000 unidades do City contra 3.000 do
Cerato. Mas a vantagem de preço do produto da Kia, que mantém a garantia
de cinco anos habitual da marca, deixa evidente para onde está voltada a
artilharia dos coreanos — os do Sul, bem entendido. |