



O novo estilo tem menos
personalidade, mas agrada bastante, com destaque para o interessante
conjunto formado por vidro lateral e posterior e coluna traseira


Os faróis não têm mais duplo
refletor e desapareceram os repetidores de direção; bonitas as lanternas
traseiras |
O
Ford Ka era inconfundível, dono de linhas exclusivas, criadas pelo
estilista francês Claude Lobo (pronuncia-se lobô) e que surpreenderam o
mundo quando foi lançado, no Salão de Paris de 1996 (leia
história). E surpreenderam também o mercado brasileiro, ao chegar
aqui apenas seis meses depois. Eram de fato formas ousadas e únicas.
Apresentado nesta sexta-feira (14/12), o novo Ka não é apenas estratégia
de chamar de "novo" algo que não é, como se costuma observar, pois se
trata realmente de outro carro. O gerente de Design da Ford, João Marcos
Ramos, chefiou a equipe que fez um belo trabalho. O novo Ka exibe linhas
agradáveis, modernas e robustas, inserindo-o em nosso tempo com
perfeição. Se perdeu a personalidade de ser exclusivo, ganhou a de ser
um carro altamente desejável. Atrai de verdade, mesmo existindo em
versão de três portas apenas, como antes — embora a Ford já deva estar
preparando uma versão de cinco, apesar de jurar de pés juntos que não.
Uma olhada com mais cuidado revela detalhes interessantes, como a grande
porta traseira para acesso ao compartimento de bagagem que desce além do
pára-choque, tornando bem mais fácil a carga/descarga; a base dos grupos
óticos traseiros que avança pela lateral; um leve vinco sobre as janelas
traseiras que evocam velocidade; e o vidro do vigia curvo,
conferindo-lhe visual esportivo. Sobre o vidro, um discreto defletor
aloja a terceira luz de freio. Visto de lado, o conjunto coluna/vidro
lateral traseiro/vigia é diferente do que existe e salta à vista.
A dianteira segue o atual traço da marca com a grade de três lâminas,
incorporada ao pára-choque. Este, como o traseiro, vem na cor da
carroceria desde a versão básica. Mas a Ford não deveria ter retirado os
repetidores laterais das luzes de direção, que no básico anterior já não
existiam, mas vinham nas versões superiores. Ainda mais que as luzes
dianteiras ficam no lado interno dos faróis, junto à grade, posição que
impede serem vistas por quem está ao lado do carro — falha comum a Fox e
Celta. Também se foi o duplo refletor
dos faróis, por questão de custo.
Continuam a existir duas opções, de 1,0 e 1,6 litro, só que agora —
afinal — os motores são flexíveis, deixando a linha Ka de ser a única
somente a gasolina entre os automóveis fabricados no Brasil. Pelo que se
viu da apresentação, o fabricante parece mesmo disposto a ganhar
mercado, apesar da intenção de ficar em 5.000 unidades por mês. A
comercialização começa no final de janeiro ou início de fevereiro e dá o
ponta-pé inicial do ano-modelo 2009 na marca. Com preços que vão de R$
25.190 a R$ 31.790 para versão 1,0, está muito bem posicionado no
mercado. Vai bater de frente com as versões de três portas de Celta (R$
25.886), Gol (R$ 26.091) e Palio Fire (R$ 25.830).
Vêm de série travas elétricas, controle remoto para portas e tampa
traseira com botão de pânico, travamento automático ao atingir 15 km/h,
alarme de ultra-som e abertura elétrica da tampa traseira com
interruptor no painel. O 1,6 parte de R$ 31.800 e traz os mesmos
itens do 1,0, mais direção assistida hidráulica e rodas de 14 pol com
pneus 175/65. Pode chegar a R$ 36.390 com opcionais como
ar-condicionado, bolsas infláveis frontais (indisponíveis no 1,0) e
rodas de alumínio. Rodas de aço de 13 pol com calotas integrais
aparafusadas são de série no 1,0 com pneus 165/70.
Continua |