O projeto vem dos Estados Unidos, assim como motor e câmbio; a produção
é no México, mas a marca é italiana e, apesar disso, na central de comando do
painel as opções de idiomas são apenas inglês, francês e espanhol. Esse curioso
caso de globalização chega ao Brasil como primeiro fruto de uma união
intercontinental: o Fiat Freemont, uma variação do
Dodge Journey que inaugura por aqui os
frutos da aquisição da Chrysler pela Fiat.
Na definição da marca ele é um utilitário esporte, pois assim os consumidores
que participaram de pesquisas o consideraram, mas dessa categoria o Freemont —
nome que remete a liberdade e parece derivar de Fremont, cidade na Califórnia —
tem poucos elementos. Parece mais uma grande perua com altura acima da média, já
que nem o vão livre do solo (190 mm) segue o padrão dos utilitários. De qualquer
forma, a fábrica espera que ele concorra com alguns deles, como
Chevrolet Captiva,
Honda CR-V e
Hyundai IX35.
Trazido do México sem o Imposto de Importação de 35%, o Freemont chega a preços
competitivos. A versão Emotion, de cinco lugares, custa R$ 81.900 e traz de
série controles de estabilidade e tração, freios
com sistema antitravamento (ABS) e distribuição
eletrônica de pressão entre os eixos (EBD), bolsas infláveis frontais, rodas
de alumínio de 16 pol, sensor de pressão dos pneus, faróis e luz traseira de
neblina, ar-condicionado automático de duas zonas de ajuste, acesso e partida do
motor sem uso de chave, sistema multimídia Uconnect, computador de bordo,
volante revestido em couro com regulagem de altura e distância,
controlador de velocidade e alarme. Opcionais,
apenas as barras de teto longitudinais fixas e transversais ajustáveis.
A versão Precision, por R$ 86.000, acrescenta dois lugares, bolsas infláveis
laterais dianteiras e cortinas (que protegem ocupantes de duas filas de bancos),
encosto de cabeça dianteiros ativos, cintos de
três pontos para todos os ocupantes, rodas de 17 pol, três zonas de ajuste de
ar-condicionado (uma dedicada aos passageiros de trás),
sensores de estacionamento traseiros, faróis com
comando automático, banco do motorista com regulagens elétricas (apenas no
assento) e rebatimento elétrico dos retrovisores. Para ela são oferecidas as
opções de revestimento interno em couro preto ou bege, com aquecimento nos
bancos dianteiros, e teto solar com controle elétrico.
A garantia é de três anos e toda a rede de 560 concessionárias da Fiat está apta
a vender e manter o modelo, do qual a empresa prevê colocar nas ruas de 1.000 a
1.500 unidades por mês. Os compradores participam do clube L'Unico, já conhecido
do Linea, que inclui benefícios como socorro mecânico ou reboque (até mesmo para
furo de pneu e acidentes de trânsito), hospedagem e transporte alternativo para
motorista e passageiros, reservas para shows e restaurantes, transporte para
revisões, carro reserva sem carência de tempo e canal próprio de atendimento
telefônico.
O Brasil é um dos poucos mercados em que as versões Fiat e Dodge vão conviver, o
que explica as poucas diferenças aplicadas ao Journey para que se tornasse o
Freemont: em linhas gerais mudam apenas grade, para-choques e logotipos. Apesar
de toques de modernidade, como as lanternas traseiras com
leds para as luzes de posição e de freio, o
desenho como um todo está longe de inovar — nem se esperaria diferente, pois o
modelo original foi apresentado há quatro anos.
A marca de Betim, MG, gosta de apontar o painel remodelado "ao estilo italiano",
de aspecto muito superior ao do Journey vendido até agora no Brasil, mas o
modelo da Chrysler também o adotou na linha 2011. O ambiente mostra acabamento
bem cuidado, com plásticos macios e regiões acolchoadas onde se apóiam os braços
nas portas. Os bancos são amplos e bem definidos em espuma e formato. Na versão
Precision com ajustes elétricos, o do motorista pode ser regulado tanto em
altura quanto em inclinação e em apoio lombar; já a reclinação do encosto é por
alavanca em pontos predeterminados.
O quadro de instrumentos, com aparência e iluminação agradáveis, inclui
computador de bordo com várias funções, incluindo velocímetro digital, gráfico
de consumo instantâneo e indicação individual de pressão dos pneus. Comandos no
volante acionam computador, controlador de velocidade e sistema de áudio. A
chave eletrônica não tem serrilha, bastando mantê-la consigo para destravar as
portas e a tampa traseira, dar partida ao motor por botão no painel e trancar o
carro ao deixá-lo. A visibilidade poderia ser melhor, sobretudo em ângulo para
trás.
O sistema Uconnect é atração à parte: pela tela central de 4,3 polegadas
sensível ao toque controlam-se ar-condicionado e o rádio/CD com função MP3,
entradas USB e auxiliar, interface Bluetooth e
comando de voz — não em português, porém. Para facilitar o uso, os comandos de
ar estão em duplicada nos botões abaixo da tela. No Precision até mesmo os
ajustes de ar-condicionado para a traseira podem ser feitos por ali, com
repetição em um painel de teto para os passageiros.
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