


Quase cinco metros de espaço,
conforto e segurança por R$ 85.900: a Dodge propõe com o Journey SE uma
forte opção em custo-benefício


O desenho é o mesmo para as três
versões hoje disponíveis; a maior diferença está nas rodas de 16 pol
(contra 17 e 19) de aço com calotas |
Um imponente crossover por R$ 85.900?
Sim, e esta pode ser a cartada mais precisa do Chrysler Group do Brasil
nos últimos tempos. Afinal, além de não existir praticamente nenhum
concorrente que ofereça o que o Dodge Journey SE oferece em termos de
espaço, equipamentos e — sobretudo — em imponência e status por esse
preço, ele é quase igual na aparência aos irmãos mais luxuosos SXT (R$
99.900) e R/T (R$ 108.000). E assim, se você é o tipo do sujeito que
baliza sua compra pelo grau de inveja que vai causar na vizinhança, o
Journey SE é para você. Conselho: apenas troque as rodas, que nesta
versão são de aço com calotas, o que os vizinhos dirão que é coisa de
carro popular.
Agora se você é do tipo que pouco se interessa pelo que seu vizinho vai
achar do carro, mas valoriza aspectos como a segurança da família, o
Journey SE também se sai bem. Nota máxima (cinco estrelas) nos testes de
impacto frontal e lateral pelo padrão da NHTSA (National Highway Traffic
Safety Adminstration), o órgão federal norte-americano que controla a
segurança dos veículos vendidos nos Estados Unidos.
E não é só isso: mesmo nesta versão SE, mais barata, o Journey conta com
os mesmos dispositivos de segurança ativa
presentes nas versões mais caras, como freios a disco nas quatro rodas
com sistema antitravamento (ABS), controles
eletrônicos de estabilidade e de tração,
assistência em frenagem de emergência e a atenuação eletrônica de
risco de capotagem. E se o tema for
segurança passiva, oito bolsas infláveis equipam esse Dodge, a
saber: as clássicas frontais para motorista e passageiro, mais duas sob
o painel para joelhos de ambos, laterais instaladas nos bancos
dianteiros e de cortina para os ocupantes de ambas as fileiras de
bancos. Há ainda encostos de cabeça
dianteiros ativos e fixações Isofix
para cadeiras infantis.
Um terceiro tipo de cliente também pode ser presa fácil do Journey SE:
um tipo que não está nem aí para o que pensa ou acha o vizinho e que
pouco se importa com a segurança embarcada. O que ele quer saber mesmo é
de conforto e espaço, muito espaço. E, fiel à origem de sua marca, esse
Dodge (apesar de ser “cucaracho” de nascença, feito em Toluca, no
México) não renega alguns dos bons valores da indústria automobilística
norte-americana, sendo dotado de inúmeros porta-copos e garrafas,
tomadas de força de 12 volts para todo lado e dimensões internas capazes
de abrigar cinco grandes comedores de hambúrguer, com mais de 1,90 metro
de estatura, sem fazer com que nenhum deles reclame de aperto.
E levando a bagagem de todos em um compartimento de 758 litros
(até o teto, ampliáveis a 1.461 com o banco rebatido) que, nesta versão
de cinco lugares, sem os banquinhos escamoteáveis, ganhou um grande
espaço sob o assoalho, coberto por uma ampla tampa. Ali é possível
esconder tudo aquilo que você quiser — lanterna, óleo sobressalente,
ferramentas — sem roubar espaço do porta-malas propriamente dito, que
conta com cobertura flexível. E há mais dois bons compartimentos sob o
piso diante do banco dos passageiros onde cabem várias latas de bebida
e... gelo! Sim, esse Dodge lembrou-se da infinita sede nas grandes
viagens. Para quem vai na frente, um porta-objetos refrigerado (ou
aquecido, você decide) sobre o porta-luvas, capaz de levar uma grande
garrafa do líquido que você quiser. Nas portas, todas, enormes espaços e
encaixe para mais garrafas.
O visual interno não é dos mais atraentes no desenho, sem incomodar, e
traz revestimento de tecido (que a Chrysler destaca ser de fácil
limpeza) agradável, assim como os bancos, nem macios nem duros demais e
com conformação correta. O quadro de instrumentos com um grafismo verde
degradê é algo feio, mas funcional. Não há computador de bordo, apenas
um econômetro: aparece escrito Eco se o motorista exige um pouco
mais e, se for delicado com o acelerador, surge Eco On. Para a
trilha sonora das viagens, o sistema de áudio traz disqueteira para seis
CDs no painel e leitura de MP3. É boa a posição de dirigir, com ampla
regulagem de altura do banco e ajuste de apoio lombar, e o volante de
quatro raios tem boa pega e excelente curso nas regulagens em distância
e altura. Merecem revisão o pedal do freio um pouco alto em relação ao
piso, mesmo para quem calça número 42, e a facilidade com que a alavanca
de abertura do capô é aberta sem querer quando se desativa o freio de
estacionamento por pedal.
Continua |