

Com 172 cv para 1,8 tonelada,
o Freemont não mostra grande agilidade, mas o desempenho está de acordo
com o oferecido pela concorrência |
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O motor de 2,4 litros de
moderna geração inclui variação nas válvulas; trocas manuais do câmbio
automático são comandadas para os lados


Com sete lugares o porta-malas é
pequeno, mas se podem rebater os bancos para uma plataforma plana;
embaixo, compartimento de objetos |
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O câmbio automático de quatro marchas, único disponível, permite
mudanças manuais movendo-se a alavanca para direita (trocas para cima) e
esquerda (reduções), padrão da Chrysler que soa fora de lugar em um
Fiat, mas não incomoda de fato. Em modo manual as trocas são automáticas
na rotação máxima, ao redor de 6.500 rpm, mas — curiosamente — não
ocorre redução mesmo que se acelere ao máximo. Essa opção poderia ser
revista, pois o motorista pode se surpreender sem o aumento esperado de
potência em uma situação de emergência, como ao ultrapassar, tendo então
de tirar a mão do volante para operar um comando em posição não usual.
Na maioria dos automáticos a redução é feita ao se acionar o fim de
curso do acelerador.
Em termos de suspensão o Freemont é um automóvel, não um utilitário no
sentido tradicional, pois usa o conceito McPherson à frente e o
eficiente multibraço atrás. A calibração foi feita pela Fiat brasileira
com foco em nossas condições de piso e nas preferências do motorista
local, o que levou a maior carga nos amortecedores, uso de
estabilizadores mais grossos (para menor inclinação em curvas) e, por
outro lado, buchas com maior capacidade de absorver vibrações e
irregularidades.
Além dos dispositivos eletrônicos de
segurança ativa já mencionados, o novo Fiat traz duas interessantes
funções. O ERM (Electronic Roll Mitigation ou atenuação eletrônica da
inclinação da carroceria) analisa a variação do ângulo do volante e a
velocidade do carro e, se detectar o risco de capotagem, intervém nos
freios. Já o TSC (Trailer Sway Control ou controle de balanço de
reboque), ao perceber que a carreta ou o trailer está oscilando de modo
perigoso, seja por efeito de uma manobra ou por ventos laterais, aciona
os freios do carro para estabilizar o conjunto.
A avaliação da imprensa com o Freemont entre Guarujá e Bertioga, no
litoral sul paulista, foi mais limitada que o habitual da Fiat — 40
quilômetros ao volante em percurso quase reto, com alguns trechos
urbanos. Nesse contato, a primeira boa impressão é de conforto: seja
pela acomodação interna ou pelo rodar, fica a sensação de um carro
agradável para cumprir longas viagens com a família, dentro da proposta
moderna dos utilitários esporte — obstáculos no fora-de-estrada, como se
sabe, ficam só na imagem de aventura que ajuda a vender.
O motor tem respostas razoáveis desde baixa rotação, mas não entusiasma.
Mesmo com apenas duas pessoas a bordo e em piso plano ao nível do mar (a
altitude faz diminuir a potência efetiva, à razão de 1% a cada 100
metros), o desempenho é discreto e requer condições especiais para
ultrapassar, pois os ganhos de velocidade são lentos mesmo em rotações
mais altas. Nem se esperava algo diferente de um carro tão pesado e com
a aerodinâmica pouco eficiente de um utilitário —
Cx declarado 0,368 e grande área frontal
—, mas a situação não é diferente nos adversários. A Fiat informa
aceleração de 0 a 100 km/h em 12,3 ou 12,9 segundos, de acordo com a
versão, coerente com o que se sente ao dirigir.
A favor do 2,4-litros está o funcionamento suave e o nível de ruído
bastante contido na maioria das situações de uso. A caixa automática
repete a suavidade e responde bem ao comando de redução; suas marchas
são longas a ponto de produzir algo como 2.500 rpm a 120 km/h, o que
concorre para o conforto acústico. Embora a maioria dos compradores deva
ser bem atendida pelo motor disponível, os mais exigentes em desempenho
farão bem em optar pela versão Dodge quando o Pentastar for oferecido
por aqui. À Fiat, que diz não ter planos para um Freemont V6,
acrescentar uma ou duas marchas ao câmbio permitiria aproveitar melhor a
faixa de maior potência do motor.
O que realmente agrada no Freemont é o comportamento da suspensão.
Nota-se o primor com que foi feita a calibração, pois a carga de
amortecedores mantém o rodar bem controlado, como a maioria dos
brasileiros parece preferir, sem que isso implique desconforto. Faltaram
mais curvas no trajeto — ou um local com menos tráfego — para analisar
bem a estabilidade, mas a sensação é de pleno controle, acima da média
dos bons utilitários de seu segmento, e o controle de estabilidade de
série é um item raro nessa faixa de preço.
A relação entre custo e equipamentos aparece mesmo como maior argumento
do novo Dodge — ops, Fiat — em um segmento que ganha participação no
mercado a cada ano. A meio caminho entre uma perua e um utilitário
esporte, o Freemont consegue oferecer as principais qualidades da
primeira categoria com o aspecto robusto da segunda, combinação que
parece ideal para cair nas graças do consumidor brasileiro de hoje. |
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando variável no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 88 x 97 mm.
Cilindrada: 2.360 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 172 cv a 6.000 rpm. Torque máximo:
22,4
m.kgf a 4.500 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 4 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente,
multibraço. |
RODAS
- 6,5 x 16 pol; pneus, 225/65 R 16 (Emotion); 6,5 x 17 pol; pneus,
225/65 R 17 (Precision). |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,888 m; largura, 1,878 m; altura, 1,705 m (Emotion)
e 1,75 m (Precision);
entre-eixos, 2,89 m; capacidade do tanque, 77,6 l; porta-malas,
580 l (Emotion) e 145
l (Precision com 7 lugares em uso); peso, 1.755 kg (Emotion) e
1.809 kg (Precision). |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 190 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 12,3 s (Emotion) e 12,9 s (Precision). |
CONSUMO
- em cidade, 9,1 km/l; em estrada, 15,0 km/l. |
Dados do fabricante |
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