Tanto o sedã (não mais de
cinco portas) quanto a perua estão mais convencionais, até com algum ar
alemão na traseira, mas não deixam dúvidas: os novos C5 ficaram muito
atraentes e cativam os olhos
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Quando o Citroën C5 foi lançado no
Salão de Paris de 2000, seguido pela perua em março do ano seguinte,
estava claro que a marca francesa fundada em 1919 almejava atingir novos
patamares. Fez isso começando pelo segmento M2, o dos veículos médios —
o mais disputado no mercado europeu —, e causou sensação pela
modernidade e beleza de suas linhas, a par de outros traços
característicos da marca, como a suspensão hidropneumática ativa e amplo
espaço interno e para bagagem, com porta-malas de 470 litros.
Mas quase oito anos se passaram e, mesmo tendo havido
reestilização em 2004, mostrada também
em Paris, uma mudança era necessária. Foi o que aconteceu em janeiro
deste ano, no Salão de Bruxelas, mas reprisado com toda a pompa no Salão
de Genebra, aberto ao público no dia 6 e ainda em andamento,
estendendo-se até o próximo domingo, 16. O Best Cars esteve em
Lisboa na semana passada para a apresentação à imprensa do novo C5 sedã.
A perua — agora chamada de Tourer em vez de Break, mostrando intenção
clara de internacionalização da marca — não foi oferecida à imprensa
para avaliação, mas estava no estande da Citroën em Genebra.
O novo C5 começa a ser vendido no Brasil em novembro e virá apenas na
versão Exclusive 2,0-litros com caixa automática, com preço previsto
entre R$ 90 mil e R$ 95 mil, segundo a Citroën do Brasil. A Tourer fica
para o primeiro trimestre do ano que vem e deverá custar R$ 98 mil. A
decisão de não importar mais o V6 3,0-litros prende-se a razões de
preço, por custar cerca R$ 30 mil mais, disse o presidente da fábrica
brasileira, Sérgio Habib. Ele lembrou a diferença de alíquota do Imposto
sobre Produtos Industrializados acima de 2,0 litros, que passa de 13%
para 27,5%, como um dos fatores do encarecimento.
O grande sedã, que continua um seis-janelas, mostra agora linhas mais
atualizadas e visto de traseira guarda semelhança com o estilo alemão,
ficando com visual bem mais robusto. O vidro de trás é ligeiramente
côncavo, visto antes no C6, e o do
pára-brisa possui raio de curvatura maior agora, já que o anterior não
agradava a muitos por ser quase plano. A distância entre eixos aumentou
6,5 centímetros, para 2,81 metros, mas o porta-malas sofreu pequena
redução, para 467 litros, isso sem estepe e com kit de reparos; com
roda-reserva, 429 litros.
Importante mudança é que o C5 deixa de ser um cinco-portas, pois o vidro não mais acompanha a tampa. Suas dobradiças
são do tipo tradicional ("pescoço de ganso"), embora ocultadas por
revestimento sólido para evitar danos às bagagens ao ser fechada. Um
sistema por pantógrafo com certeza seria
apreciado.
O comprimento total aumentou apenas 3,4 cm, para 4,78 m, e a
aerodinâmica permanece com o mesmo e bom Cx
0,29. Como a largura aumentou de 1,78 m para 1,86 m, mas a altura
diminuiu (de 1,47 para 1,45 m), o resultado final praticamente não
mudou. O tanque de combustível passou de 66 para 71 litros.
Mudança ainda nas rodas. Antes somente de 16 polegadas, agora há
também de 17, 18 e 19 pol (estas com a motorização superior somente, a
V6), com pneus de medida, na ordem, 225/60, 225/55, 245/45 e 245/40.
O C5, tanto
quanto o anterior, prima pelo ótimo espaço interno para todos os
ocupantes. O comprador pode escolher entre dois tipos de bancos
dianteiros: bem-estar e dinâmico, estes com mais apoio lateral, uma boa
idéia. E diante do motorista, o volante tem o cubo fixo,
repetindo o já visto no C4.
Continua |