As rodas de 15 pol e a maior
altura de rodagem deixaram o C4 menos esportivo que o modelo de 2004,
mas seu estilo ainda cativa pelas formas arrojadas
Faróis, lanternas e até
retrovisores foram desenhados com esmero; o vidro traseiro tem duas
partes, sendo a vertical (entre as lanternas) a mais usada pelo
motorista |
O
Citroën C4 já é conhecido de muitos brasileiros: há dois anos, no Salão
de São Paulo de 2004, esteve exposto na versão VTS de três portas com motor
de 2,0 litros e 180 cv, que o Best Cars pôde dirigir logo depois
(leia avaliação). À época o fabricante francês
tencionava iniciar a importação pelo modelo de cinco portas e motor 2,0
de 143 cv, em meados de 2005, seguido pelo três-portas de mesma mecânica
e, no começo deste ano, a versão de maior potência.
Os planos foram adiados pois a empresa entendeu que não
compensaria lançar aqui o carro importado, mais caro, se há
possibilidade de que o cinco-portas seja fabricado na Argentina, de onde
viria sem Imposto de Importação (o três-volumes C-Triomphe tem produção
confirmada por lá; saiba mais). O motor
de 180 cv também foi descartado (leia boxe). Com isso, é pelo três-portas trazido da
França, em acabamento esportivo VTR e com o motor de 143 cv, que o C4
estréia no mercado nacional por um preço sugerido muito interessante: R$
69.800.
Por esse valor o carro vem bem-equipado de série: ar-condicionado automático
com duas áreas de ajuste, seis bolsas infláveis (frontais, laterais
dianteiras e cortinas), controles de
estabilidade (desligável) e de tração, freios com sistema antitravamento (ABS)
e assistência adicional, limitador e
controlador de velocidade, faróis e
limpador de pára-brisa automáticos, volante ajustável em altura e
profundidade, sensor de estacionamento
traseiro, computador de bordo e rádio/CD com
MP3, entre outros. Os únicos opcionais são bancos revestidos em
couro e faróis autodirecionais com
lâmpadas de xenônio em ambos os fachos.
Só três cores estão disponíveis: preto, prata e vermelho.
A Citroën não esconde sua intenção de conquistar o público órfão pela descontinuação do Audi A3
brasileiro — o importado de segunda geração parte
de R$ 100 mil. A empresa pretende vender 400 unidades por mês, o que nos
parece muito. Embora tenha só três portas, o VTR competirá com Astra SS (127,6 cv, R$
64,1 mil),
Stilo Schumacher (122 cv, R$ 71,2 mil), Focus Ghia (147 cv, R$ 63,6 mil) e Peugeot
307 Griffe (143 cv, R$ 73,4 mil), sendo que o último só vem com câmbio
automático. Embora não traga de série todos os itens de alguns desses
modelos, como rodas de 16 ou 17 pol, bancos de couro e teto solar,
surpreende como o C4 é competitivo, mesmo pagando 35% de imposto de
importação. Além disso, os demais estão
no mercado há pelo menos quatro anos, o que dá ao Citroën o atrativo de
novidade.
O desenho é certamente um ponto alto do C4. Esta versão de carroceria,
que a fábrica chama de cupê mas é na verdade um hatchback, tem linhas
bem diferentes do cinco-portas da metade para trás, em um conceito
lançado nos anos 90 pelo Corsa e pelos Fiats Brava/Bravo e que hoje tem
vários seguidores. Enquanto o outro modelo é comportado, tradicional, o
três-portas aposta na ousadia, com o vidro traseiro em duas seções — uma
quase horizontal e outra vertical, na qual fica o pequeno limpador.
Se não é inédita (já foi usada no Maserati Khamsin
de 1972, no Honda CR-X de 1983 e
no Mercedes-Benz Classe C Sport Coupé de 2001), a solução é incomum em
nossas ruas e certamente chama atenção. A visibilidade traseira é
adequada, ainda que a divisão entre os vidros apareça à meia-altura no
retrovisor interno.
Continua |