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Além do volante com cubo fixo, um painel incomum: o conta-giros fica acima da coluna e e muda de cor no limite de rotações; o restante vai sob o pára-brisa, com uma iluminação eficiente sob qualquer condição de luz

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Com revestimento em tecido ou couro, o C4 é espaçoso e confortável na frente e não decepciona na traseira; o porta-malas, modesto, tem uma divisória escamoteável

Comparado ao Xsara, que ele substitui, o C4 parece bem mais volumoso — e realmente é. Cresceu 85 mm em comprimento, 63 mm em largura, 63 mm em altura e 60 mm na distância entre eixos, que com 2,60 metros está na média da categoria. As linhas fortes têm presença e os faróis seguem o padrão atual da marca, já visto no C5. O capô é de alumínio e os pára-lamas dianteiros de plástico. A fábrica divulga o melhor coeficiente aerodinâmico (Cx) da classe, 0,28, para esta versão com pneus mais estreitos.

Ao contrário do mercado europeu, onde usa (até com o motor 1,6) pneus 205/55-16 de série com opção por 205/50-17, o VTR será vendido aqui com modestos 195/65-15. A Citroën defende fatores como custo, conforto de rodagem e resistência a buracos, mas tudo é relativo. Se sedãs não esportivos como Civic, Vectra e Mégane já usam 205/55-16, nada justifica que o C4 não ofereça ao menos como opcional esta medida, bem mais adequada a sua proposta. Claro que o comprador pode substituir as rodas e pneus, mas um esportivo deveria vir de fábrica com o conjunto certo.

Original por dentro   A ousadia das linhas externas continua pelo interior do C4, que traz um recurso inédito: a parte central do volante é fixa, movimentando-se apenas o aro e os dois raios. As vantagens são que a bolsa inflável pode ser retangular (em vez de circular) e maior, pois é disparada apenas em uma direção, e que os comandos na almofada central estão sempre no mesmo lugar. Eles controlam sistema de áudio, ar-condicionado, controlador e limitador de velocidade, recirculação do ventilador e funções do mostrador do painel. A buzina é acionada por um arco na parte inferior.

São dois quadros de instrumentos. Acima da coluna de direção, e solidária a ela em seu ajuste, ficam o conta-giros de cristal líquido — cujo fundo alaranjado muda para vermelho a cerca de 6.500 rpm, logo antes do limite de rotação do motor — e algumas luzes-piloto. O restante está no centro do painel: velocímetro digital, marcadores de combustível, autonomia, temperatura e nível de óleo e demais luzes-piloto, que apontam inclusive cintos não-atados para os cinco ocupantes. Esse mostrador possui uma tela translúcida, com iluminação constante e auto-ajustável à luz ambiente. Em condições variadas, como sol forte à frente, sua leitura foi perfeita. O computador de bordo fica em tela separada e, como no C5, permite duas medições independentes.

É fácil encontrar boa posição de dirigir, com destaque para o ótimo espaço em todas as direções e o banco bem envolvente — que retém o corpo nas curvas sem o aperto notado no Xsara. Há ajuste do apoio lombar, mas a reclinação do encosto insiste no padrão de alavanca. A alça que rebate o encosto e faz o banco correr à frente (com memória de posição), para acesso à parte de trás, serve também para reter o cinto acessível mesmo com a mão direita do motorista, o que elimina um problema de carros de duas ou três portas. Mas outro permanece: as imensas portas são bastante pesadas.

No banco traseiro há boa acomodação para dois adultos e uma criança, com um conveniente porta-objetos no apoio de braço central. O compartimento de bagagem é dos menores da categoria (314 litros), mas tem uma prática divisória escamoteável que pode criar três compartimentos. O estepe, sob o assoalho interno, tem a mesma medida dos outros pneus. Inconveniente é o bocal do tanque aberto a chave. Continua

Teto, câmbio e 180 cv: por que não?
A Citroën deu várias justificativas para a escolha do motor de 143 cv para o mercado brasileiro, sem opção pelo de 180 cv que estava previsto. Uma, que desempenho não seria prioridade do público-alvo, como comprovaria o fato de que a versão mais potente do A3 nacional (também de 180 cv) respondia por parcela mínima das vendas. Outra, de que aquele motor seria mais sensível à qualidade irregular de nossa gasolina. E ainda que segundo o presidente da marca, Sérgio Habib, haveria um custo adicional de R$ 10 mil a R$ 12 mil.

Habib também explicou por que outras opções do C4 na Europa não virão ao Brasil. O amplo teto envidraçado (fixo) teria apresentado risco de rachadura nos testes em solo nacional — alegação surpreendente, já que a Peugeot importa as peruas 307 e 407 SW com recurso idêntico. Já o câmbio manual automatizado disponível lá fora, segundo o executivo, também seria prejudicado pela gasolina ruim:
"Como tem muita eletrônica, passaria a dar solavancos nas mudanças", alegou. Muito estranho desta vez, já que um combustível tão irregular seria sentido pelo motorista no motor, qualquer que fosse o tipo de câmbio. E ninguém em sã consciência continua a abastecer em um posto evidentemente desonesto.

Na opinião do Best Cars, os riscos são menores do que a Citroën quer fazer crer, pois não se espera que outros fabricantes — um deles do mesmo grupo, a PSA — tenham trazido tais recursos ao Brasil sem analisar os problemas apontados. As justificativas soam mais como um meio de justificar o pacote definido para o VTR no Brasil, que a nosso ver foi bem escolhido, mas não deveria ser o único. Mesmo que sob encomenda, a Citroën deveria oferecer as opções de motor mais potente, caixa automatizada e teto de vidro. Afinal, a isca deve agradar ao peixe — ou consumidor — e não ao pescador.

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