Disponível só em 2006 no Brasil,
o C4 Coupé VTS impressionou pelo desempenho do motor de 180 cv, que
atinge 90 cv/l sem sobrealimentação, e pelos detalhes de bom gosto, como
as rodas de 17 pol e os faróis de desenho ousado, com lâmpadas de
xenônio e efeito direcional |
Já
que estava por aqui mesmo, para o Salão de
São Paulo, a Citroën resolveu oferecer o C4 Coupé VTS para ser
dirigido pela imprensa. No que merece todo o aplauso do BCWS,
pois o carro é de empolgar de qualquer um. Dificilmente haveria outra
ocasião para mostrar ao leitor o que é o Citroën que substituirá o Xsara
em sua versão de alto desempenho, já que a importação está prevista
apenas para 2006. O novo médio francês foi apresentado ao mundo no
também recente Salão de Paris.
O choque começa pelo motor 2,0-litros 16V de
aspiração atmosférica que desenvolve
nada menos que 180 cv a 7.000 rpm. São exatos 90,1 cv/litro de
potência específica, uma das maiores
do mundo em automóveis sem sobrealimentação, mas o
comando de admissão com variador
garante a necessária elasticidade. E o VTS (sigla que aqui será
substituída por VTR, informa o fabricante) anda para valer: dados de
fábrica indicam aceleração 0-100 km/h em 8,3 segundos e velocidade
máxima de 227 km/h.
A taxa de compressão não é tão alta, 10,8:1, mas já justifica o uso de
gasolina de 98 octanas RON, a premium
brasileira. O desempenho poderia ser ainda melhor, não fosse o peso de
1.337 kg (ainda que use capô de alumínio e pára-lamas dianteiros e tampa
traseira de plástico) e o coeficiente
aerodinâmico apenas razoável, 0,31 — bem mais alto que na versão
básica de motor 1,4, que obtém 0,29. Pneus mais largos, 205/50-17 ante
195/55-15, e um aerofólio de teto na traseira determinam a diferença.
O novo médio da Citroën cresceu em relação ao anterior. Ficou 8,5 cm
mais comprido, 6,3 cm mais largo e 5,3 cm mais alto. Mais expressivo, o
entreeixos passou de 2,54 m para 2,68 m (mais 14 cm), o que o coloca
mais como médio-grande que como médio-pequeno. O resultado só podia ser
espaço interno bem maior. A liberdade de pernas e ombros dos passageiros
traseiros impressiona.
Mudou também o conceito de carroceria, ambas hatchback, só que agora
totalmente diferenciadas conforme o número de portas. Há nisso um traço
da filosofia de desenho da Fiat na dupla Bravo/Brava, de 1995, com seu
desenho bem diferente entre o três e o cinco-portas. Mas o tratamento da
grande porta traseira é ímpar, com duas seções de vidro. É pela menor,
que fica na vertical, que o motorista tem visão à retaguarda. Por esse
motivo, o limpador traseiro pode ser mínimo. A solução, de qualquer
modo, é bem conhecida: apareceu em 1972 no
Maserati Khamsin e depois no
Honda CR-X (1983) e no
Mercedes-Benz Classe C Sport Coupé (2001).
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