A face mais jovem da China

Clique para ampliar a imagem

A Chery amplia sua linha com o Face, um compacto bom de dirigir,
bonito e barato — vem completo ao preço de nacionais "pelados"

Texto: Fabiano Pereira e Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Atribuído ao estúdio Bertone, o estilo do Face é jovial e agradável; uma limitação é o porta-malas para só 190 litros, apesar do banco rebatível

Clique para ampliar a imagem

Interior com materiais simples, mas de desenho correto, e boa posição de dirigir; o revestimento em preto e bege já causa discussão no Brasil

Na China ele se chama A1; na Rússia, Kimo; na Austrália e na África do Sul, J1. Mas é com o nome Face que chega o "carro que deve sedimentar e solidificar a Chery no País", nas palavras de Luís F. Curi, presidente da empresa importadora da marca para o Brasil. Depois do utilitário esporte Tiggo em julho do ano passado e do modelo médio Cielo, lançado em maio, o Face desembarca para competir no segmento de maior volume em nosso mercado, o dos hatches compactos.

E, como todo Chery até agora, surge com preço atraente diante do que possui: R$ 31.900 (mais frete, que pode chegar a R$ 1.500) para um modelo de cinco portas com motor de 1,3 litro, ar-condicionado, direção assistida, bolsas infláveis frontais, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica de força entre os eixos, faróis e luz traseira de neblina (esta, item essencial de segurança), repetidores laterais das luzes de direção (idem), controle elétrico dos vidros/travas/retrovisores, alarme com controle a distância, sistema de áudio com rádio/toca-CDs e leitura de MP3 e sensor de estacionamento traseiro. O VW Fox de 1,0 litro chega a R$ 44.570 com conteúdo semelhante, o que dá uma ideia de quanto a marca chinesa enxugou o preço, mesmo recolhendo Imposto de Importação de 35%.

Com 3,70 metros de comprimento e 2,39 m de distância entre eixos, o Face é um pouco menor que a maioria de nossos pequenos, mas está entre os mais altos com seu 1,52 m. A exemplo do Cielo, aposta em linhas modernas e agradáveis para contornar o preconceito de muitos contra carros chineses. Desenhado pelo estúdio italiano Bertone, combina curvas e ângulos de forma harmoniosa e traz detalhes que chamam a atenção, como as lanternas traseiras. À linha Chery pode ainda faltar uma identidade própria — o que não se consegue da noite para o dia —, mas o compacto mostra um estilo que deve ajudar em sua aceitação no Brasil.

Quando se fala em carro chinês, logo vêm perguntas sobre qualidade de construção e de acabamento. No Face, a impressão é boa: partes da carroceria bem encaixadas, aspecto geral cuidadoso, revestimento dos bancos (em preto e bege claro, este já alvo de críticas pelos adeptos de interiores pretos) agradável ao toque e o das portas ainda mais macio. Há detalhes como bordas de cor metálica nos painéis de portas, aplique prateado na seção central do painel e iluminação de instrumentos e comandos em tom azul. Muito plástico rígido, certamente — como em qualquer carro desse preço —, mas com aspecto dentro da média, sem rebarbas, e combinações que inspiram capricho.

A posição de dirigir é das melhores, embora as colunas dianteiras não ajudem na visibilidade. O volante traz ajuste de altura em pequeno curso; o banco, não, o que merecia revisão. Há bons detalhes como a buzina dupla, "tipo Mercedes", e não um raquítico "bi" como nos Hondas nacionais; o apoio de pé esquerdo, amplo, de fazer inveja a muito carro de segmento superior; e a regulagem elétrica de facho dos faróis, que muitos fabricantes locais eliminam dos projetos vindos de fora, por não ser obrigatória aqui. Os botões são macios e funcionam bem (só os de climatização estavam um pouco duros) e os dos vidros ficam nas portas, quando a montagem no painel ou no console central é comum na categoria. Há porta-copos no console e porta-objetos sob o banco do motorista.

Embora modesto nas medidas, o Face agrada pelo espaço interno — exceto por ser um tanto estreito no banco traseiro, como se espera pela largura externa de 1,58 m. Um motorista de 1,85 m encontra conforto e pode sentar-se atrás do banco sem alterar a regulagem. Os instrumentos de fácil leitura incluem informação de consumo médio, autonomia e temperatura do motor, que muitos fazem questão de ter. O rádio tem entrada USB e seu formato não usual desestimula o furto. Destaque para a alavanca do freio de estacionamento larga e plana, disfarçada de apoio de braço.

Encontram-se algumas falhas, mas que não o tornam inferior ao padrão nacional nessa categoria — caso dos encostos traseiros duros e das costuras que deixam um pouco de sobras de tecido. Por outro lado, impressiona bem abrir o capô e ver o cofre com pintura da cor do carro e envernizada, nesses tempos em que até a BMW aboliu esse refinamento. Continua

Vários detalhes internos mostram cuidado no projeto do Face, que traz bom número de porta-objetos e porta-copos à frente da alavanca de câmbio

Avaliações - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 9/8/10

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados