| 
		
							 
		
							 
		
							 Honda CR-V de frente, Toyota 
		RAV4 de traseira: embora pareça muito os japoneses de gerações passadas, 
		o Tiggo agrada e transmite robustez 
		
							 
		
							 
		O interior simples não mostra 
		falhas de construção que muitos esperam dos chineses; o motor de 2,0 
		litros entrega boa potência em alta rotação | 
		Pouco a pouco, os chineses vão chegando em busca de espaço no mercado 
		brasileiro. Começaram por um compacto monovolume de motor de 1,0 litro, 
		o Effa M100, que se tornou o carro mais barato do País, e por 
		utilitários de pequeno e médio portes das marcas Effa, Chana, Hafei e 
		Jinbei, incluindo versões atuais dos conhecidos furgões Towner e Topic. 
		Agora é diferente: estreia um utilitário esporte compacto, o Chery Tiggo.
 Não se trata de um chinês legítimo: é montado no Uruguai com grande 
		parte dos componentes enviada pelo país asiático. Ser feito no Mercosul 
		lhe dá a vantagem de ser vendido no Brasil sem recolher Imposto de 
		Importação de 35%. O preço sugerido reflete essa estratégia: R$ 49.900 
		na versão inicial dotada de motor de 2,0 litros a gasolina, tração 
		dianteira e câmbio manual. Opções de tração nas quatro rodas e caixa 
		automática de quatro marchas vêm no próximo ano. Em mercados externos 
		existem ainda motores de 1,6 e 2,4 litros, sempre de quatro cilindros a 
		gasolina; na Itália, a empresa DR o produz sob o nome DR5 e oferece um 
		turbodiesel Fiat de 1,9 litro.
 
 O conteúdo de série é muito atraente pelo preço: ar-condicionado de 
		ajuste manual, rodas de alumínio de 16 pol (incluindo estepe), controle 
		elétrico dos vidros/travas/retrovisores, faróis de neblina, ajuste 
		elétrico do facho dos faróis, terceira luz de freio, repetidores 
		laterais das luzes de direção, rádio/toca-CDs com
		MP3, alarme antifurto, para-brisa com 
		faixa degradê, bolsas infláveis frontais e freios com sistema 
		antitravamento (ABS) e distribuição 
		eletrônica de pressão entre os eixos (EBD). A garantia é de três 
		anos.
 
 O convidativo preço promete dar trabalho ao Ford EcoSport, que parte de 
		R$ 50.340 na versão XL de 1,6 litro e começa em R$ 58.110 na XLS de 2,0 
		litros, de desempenho mais próximo ao do Tiggo. O Chery pode ser também 
		alternativa a CrossFox 1,6 (R$ 41.530 sem ar-condicionado), Palio 
		Adventure Locker 1,8 (R$ 53.040) ou Sandero Stepway 1,6 (R$ 41.830, 
		também sem ar). Sobre qualquer um deles tem as vantagens das bolsas 
		infláveis e do ABS já incluídos, mas é o único sem motor flexível em 
		combustível. Outros utilitários esporte custam bem mais, caso do 
		Mitsubishi Pajero TR4 2,0 (R$ 66.730 já com tração 4x4), Hyundai Tucson 
		GL 2,0 (R$ 69.900) e Kia Sportage LX 2,0 (R$ 67.500). Mesmo o compacto 
		Suzuki Jimny 1,3 é mais caro (R$ 57.490), embora tenha tração 4x4.
 
 A China é hoje o segundo maior produtor mundial de automóveis, com cerca 
		de 150 fabricantes, e está prestes a se tornar o maior exportador. 
		Fundada em 1997, a Chery (pronuncia-se "tcherri", como cereja em inglês) 
		é uma empresa estatal com sede na cidade de Wuhu, província de Anhuí, e 
		15 unidades produtivas em 11 países: quatro na China, duas no Irã e mais 
		uma na Ucrânia, Tailândia, Vietnã, Síria, Rússia, Malásia, Uruguai, 
		Indonésia e Egito. Seu primeiro carro ficou pronto em dezembro de 1999. 
		No ano passado vendeu 360 mil veículos no mercado chinês, onde é a líder 
		entre as empresas 100% locais. No Brasil, espera colocar nas ruas 2.500 unidades 
		do Tiggo este ano e 10.000 no ano que vem. Depois dele serão lançados o 
		pequeno QQ, com motor de 1,1 litro e preço de R$ 22.900; o Face, com 
		formato monovolume, a R$ 29.900; e o modelo médio A3 (cujo nome será 
		alterado para evitar confusão com o Audi), em carrocerias hatch e sedã, 
		a partir de R$ 42.900. A empresa promete também que em 2010 seus motores 
		serão flexíveis.
 
 Alguns centímetros maior que o EcoSport em comprimento, largura, altura 
		e distância entre eixos, o Tiggo faz lembrar os japoneses Honda 
		CR-V e Toyota RAV4 das 
		gerações passadas, pela grande semelhança com a frente de um e a 
		traseira de outro, o que não é novidade em projetos chineses. Ainda que 
		lhe falte identidade (o que aconteceu por décadas com os carros dos 
		próprios japoneses, é bom lembrar), o modelo lançado na Ásia em 2005 tem aspecto atual 
		e agradável, com a impressão de robustez que o público-alvo desses 
		veículos procura. As rodas trazem pneus de medida generosa, 235/60, e o estepe externo é fixado à tampa traseira, cuja 
		articulação lateral a faz abrir da esquerda para a direita — um padrão 
		asiático não adequado ao Brasil, pois não permite acesso pelo lado 
		habitual da calçada. Mas também é assim nos modelos de origem japonesa e sul-coreana; 
		apenas o nacional EcoSport foge à regra. 
        Continua
 |