



O desenho é da década
passada, mas o Bora ainda está dentro do contexto e, na relação entre
itens de série e preço, situa-se bem em meio aos concorrentes |
O
Bora é daqueles carros que estão há anos no mercado, mas ainda são
desconhecidos por muita gente. Apesar de ser derivado de um modelo
nacional bem-sucedido, o Golf, esse sedã trazido desde 2001 do México
nunca conseguiu grande êxito de vendas por aqui. Uma das razões foi o
preço: nossa avaliação no ano do
lançamento mostrava que era possível comprar um Astra, Focus ou Marea
com potência e equipamentos equivalentes, ou mesmo superiores, por menor
valor que o do carro da Volkswagen.
A empresa alemã percebeu isso e tratou, nos últimos tempos, de aplicar
um preço mais convidativo ao Bora, aproveitando a situação de real
valorizado em relação ao dólar. Ele começa hoje em R$ 56 mil e com
câmbio automático de quatro marchas, como o avaliamos, passa a R$ 62,4
mil. E traz bom pacote de itens de série: bolsas infláveis frontais,
freios com sistema antitravamento (ABS), ar-condicionado automático,
faróis de neblina, rodas de alumínio e controle elétrico dos vidros,
travas e retrovisores.
O que era caro ficou um pouco menos com o tempo, mas a concorrência
ainda é forte. Na faixa do Bora automático, as alternativas com o mesmo
tipo de câmbio são Civic LXS (1,8, 140 cv, R$ 64,7 mil), Corolla XEi
(1,8, 136 cv, R$ 65,4 mil), Focus GLX (2,0, 140 cv, R$ 57,3 mil) e Astra
Elegance (2,0, 121/127,6 cv, R$ 65,5 mil com opcionais), sendo que o
Focus não traz ABS. Outros oponentes, Mégane e 307 Sedan automáticos,
são bem mais caros. Ou seja, o Bora hoje é competitivo na categoria.
É verdade que o estilo do sedã da linha Golf perdeu apelo nestes quase
seis anos sem alterações de monta — recebeu só detalhes como as
lanternas traseiras com seção incolor e os frisos cromados nos
pára-choques e nas laterais. Mas não está fora do contexto e consegue
ter linhas equilibradas, apesar da menor distância entre eixos da classe
(apenas 2,51 metros, quase alcançada pelos carros pequenos de hoje). O
interior está um tanto simples no revestimento dos bancos, mas usa
materiais de bom aspecto e transmite a sensação de um carro bem
construído. O motorista dispõe de ajustes de altura do banco e de altura
e profundidade do volante, o que permite encontrar boa posição, e o
painel tem desenho correto.
Continua |