




Linhas sóbrias, com leve
toque esportivo, apresentam um conjunto de itens de tecnologia como
raramente se vê, por estimados R$ 500 mil |
A terceira geração do Audi A8, o maior e mais luxuoso de todos os
elegantes carros da marca alemã, acaba de desembarcar no Brasil. E o
Best Cars teve a chance de dirigi-lo por bons quilômetros num teste
que, da sede da Audi em São Paulo, nos levou às proximidades de Leme, no
interior paulista, a cerca de 180 km da capital. Nesse percurso
vivenciamos dois diferentes aspectos desse grande sedã — grande mesmo,
com 5,13 metros de comprimento. O do ponto de vista do dono e do ponto
de vista de quem o dirigirá.
Como assim? Assim: custando cerca de R$ 500 mil (o preço exato ainda não
foi anunciado), o luxuosíssimo sedã será, no Brasil, um privilégio de
poucos abonadíssimos senhores e senhoras que, ao selecionar esse topo de
linha, o fizeram em grande parte a partir do critério de quem vai no
banco traseiro. Claro, pois a "humilde" atividade de dirigi-lo ficará na
maior parte do tempo reservada a um sortudo motorista.
Se por alguns anos a Audi pareceu dormir em berço esplêndido, a nova
safra da marca faz ver que tal sono lhe fez muito bem. A gama renovada
realmente impressiona, tanto em estilo quanto em tecnologia, e o A8 não
foge à regra. Ele é mais comprido e mais largo que seu antecessor, mas
mais baixo para, como quer a Audi, obter um "apelo mais dinâmico". Mas
nem precisava. A versão que chega ao Brasil é empurrada pelo V8 de 4,2
litros com injeção direta, potência de
372 cv e torque de 45,4 m.kgf, um motor que concilia suavidade de
funcionamento espetacular com uma "pegada" de esportivo que surpreende.
Com reduções de atrito, a nova versão do V8 consome 13% menos que a
anterior. Na Europa há também opções V6, W12 e turbodiesel.
A modernidade não está apenas na injeção FSI (Fuel Stratified Injection,
injeção estratificada de combustível), mas também em itens como o
aproveitamento da energia cinética nas desacelerações, que é
transformada em energia elétrica para armazenamento na bateria, assim
como uma sofisticada gestão térmica na qual são monitorados fluxos de
calor do motor, transmissão e habitáculo. A caixa automática, dentro da
tendência do segmento, usa oito marchas e pode ser a seleção de marchas
realizada pela alavanca no console, que inclui comando do modo
esportivo, ou por aletas situadas atrás dos raios do volante.
A transmissão, como padrão nos Audis de alta gama, incorpora a última
palavra de uma forte tradição da marca, a tração integral permanente
Quattro. O sofisticado gerenciamento do sistema permite ampla variação
sobre o padrão de repartição de torque, que em condições normais de
utilização prevê 60% da potência para o eixo traseiro e 40% para o
dianteiro. Em caso de perda de aderência de um dos eixos, o diferencial
central redistribui a força de acordo com a leitura feita pelos
sensores.
Por conta de sua carroceria de alumínio, como é usual em todos os A8
desde sua estreia há 15 anos, o volumoso sedã tem peso contido a 1.835
kg. O ASF, Audi Space Frame, é um sistema construtivo que concilia
partes de alumínio fundido, prensado e painéis que garantem uma
estrutura, ao mesmo tempo, leve e com rigidez torsional 25% superior à
do modelo anterior. Outro ponto destacado pela Audi é a
sustentabilidade, garantida pela elevada capacidade de reciclagem do
alumínio. O coeficiente aerodinâmico (Cx)
de 0,26 é um dos melhores do mundo hoje.
O leve metal também é usado na construção das suspensões, a dianteira de
cinco braços e a traseira multibraço. O sistema Audi Drive Select, já
conhecido de modelos como o A4, permite
comandar a assistência a ar das suspensões adaptativas combinando
diferentes cargas dos amortecedores. Há três modos já programados,
Comfort, Auto e Dynamic, e um quarto modo que se refere às opções de
ajuste escolhidas pelo motorista. Em todos eles, sensores analisam
constantemente as condições de uso (terreno, carga, velocidade, ângulo
de inclinação da carroceria, esterço do volante, transmissão de potência
ao solo, etc.) para que o sistema corrija o modo de operação em
milésimos de segundo.
Continua |