

Com carroceria de alumínio para
conter o peso, o A8 despeja os 372 cv nas quatro rodas e ganha impulso
com rapidez, sem perder a suavidade


Show à parte é a câmera térmica,
que "enxerga" até 300 metros adiante mesmo à noite e destaca no painel
se for detectado pedestre na pista |
Encontrar bom abrigo no banco do motorista é moleza. Capaz de ajustes
elétricos em 22 direções (!), que atuam em cada centímetro do
prestigioso "trono" revestido de couro, tem aquecimento e também
ventilação. Mas o mais peculiar são os cinco programas (com três fase de
intensidade) de... massagem. Como funciona? Como se pequenas mãos
estivessem dentro do encosto pressionando as costas de maneira alternada
e agradabilíssima.
Outro destaque eletrônico do A8 é o sistema MMI (Multi Media Interface),
pelo qual uma tela retrátil de 8 polegadas surge no painel e assume
variadas funções tais como navegador, guia para o sistema de áudio,
conexão Bluetooth para telefone e ajuste
de sistemas. Por meio de uma tela sensível ao toque no console, com a
mão apoiada na alavanca de câmbio é possível escrever ou digitar na
tela, como em computadores portáteis, para acessar números telefônicos e
outros itens.
Se conduzido como os motoristas das madames e patrões farão, com a
suavidade que garante o emprego, o ritmo é à prova de emoção: sem
vibrações, sem ruídos, até sem graça. Se no S6
que acompanhou o A8 no teste o espevitado motor V10 nos provocava com
seu caráter arisco e até brutal, no A8 (que não é S8...) os músculos são
menos aparentes. Claro, e assim deve ser para fazer feliz um cliente que
escolheu sobriedade, conforto e suavidade de marcha. Mesmo com pneus de
perfil baixo (45), é boa a capacidade de absorção de ruídos e asperezas
do piso.
Apertar o pé, levando o acelerador até onde o motorista do magnata
jamais levará, desperta a faceta poderosa do maior dos Audis. Mesmo não
sendo um esportivo, o A8 tem em seu DNA algo que, se não pode ser
chamado de excitante, oferece resposta além de um simples empurrão. O A8
ruge baixo e arremessa suas quase duas toneladas à frente com progressão
nada comedida, com o câmbio automático executando imperceptíveis
mudanças de marcha. Nas trocas pelos comandos do volante a suavidade foi
a mesma. Numa germânica autobahn, 250 km/h seria o limite do ponteiro do
velocímetro do A8, que até poderia mais que isso se não houvesse o
limitador.
Passando para o banco traseiro, deixam-se as emoções dinâmicas de lado e
resta o prazer de descansar como na primeira classe de um voo
internacional. Espaço, requinte, conforto e massagem. Sim, porque, da
mesma forma que o motorista e o acompanhante dispõem do sistema, quem
vai atrás também. Aliás ali, da primeira classe, é possível regular a
inclinação individual do encosto, assim como intervir na regulagem
longitudinal do banco dianteiro direito, avançando-o para maior espaço
para as pernas.
O ar-condicionado prevê quatro zonas de controle do sistema e uma
infinidade de graduações e possibilidades, tanto para quem está na
frente como na parte de trás do A8. A iluminação interna usa leds que
podem atuar em até três cores. E, como se fosse preciso, há ainda uma
pequena lista de opcionais para este incrível sedã de luxo, composto de
refrigerador, sistema de entretenimento traseiro com DVD e sistema de
áudio da renomada Bang & Olufsen, com 19 alto-falantes, dois
amplificadores e potência de 1.400 watts, entre outros.
O que mais dizer? Que os faróis são por leds, com 22 cada um e 72 nas
lanternas traseiras? Num carro deste naipe, tudo é superlativo, tudo é
grandioso, incluindo
—
é claro
—
o preço. Mas os R$ 500 mil, tendo em vista tudo o que o A8 oferece,
parecem uma cifra justa. Justíssima! |