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Forte personalidade

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Twingo Initiale ainda atrai atenções e anda bem com
o motor 16V, mas falha como carro de luxo

Texto e fotos: Fabrício Samahá

O Twingo é daqueles carros destinados a aparecer em meio ao tráfego. Desde o lançamento, em 1993 (Brasil, janeiro de 1994), o diminuto Renault de apenas 3,43 metros de comprimento -- 19 cm menos que um Ka -- conserva inalteradas sua forma peculiar, lembrando uma minivan, e sua originalidade no desenho interno.

Os primeiros modelos vendidos no Brasil vinham da França com um antiquado motor de 1.239 cm3, comando de válvulas no bloco e 55 cv de potência, substituído em 1997 por um mais moderno, de 1.150 cm3, comando no cabeçote e 60 cv. Desse propulsor derivaria o 1,0 de oito válvulas e 59 cv, aplicado ao carro produzido no Uruguai desde janeiro de 2000. Finalmente, em novembro último ganhou motor 1,0 16V de 68 cv e a versão Initiale, que o Best Cars Web Site avaliou.

Clique para ampliar a imagem Apesar dos nove anos de mercado internacional, o carrinho ainda é ousado no desenho -- e surpreende pelo aproveitamento de espaço, diante dos modestos 3,43 metros de comprimento

O conceito deste novo Twingo é similar ao do Ka Black (leia avaliação), que a Ford produziu no ano passado: um carro urbano com o luxo e os itens de conforto de um modelo maior, para atender a quem possui outro automóvel e quer um mais compacto -- ou com menos ostentação -- para o dia-a-dia na cidade. Só que, a exemplo do Black, o Initiale não é perfeito nessa proposta.

O revestimento dos bancos, painéis de porta, volante e pomo do câmbio em couro creme (que se suja com facilidade) chega a impressionar, conferindo requinte e sensação de amplidão ao interior. A dotação de itens de conveniência é farta (veja relação), não deixando de lado travamento a distância e controle elétrico dos retrovisores, ausentes do Ka.

No entanto, decepciona ver num carrinho "de luxo" as chapas da carroceria expostas nas laterais, em todas as colunas e até em torno do forro do teto, além dos parafusos que seguram pára-sóis, ancoragem dos cintos e outros. Os plásticos são de baixa qualidade, a iluminação interna se resume a uma luz na frente e o rádio/toca-CD, com comando junto ao volante, tem alto-falantes só dianteiros e qualidade de áudio das piores -- os sons médios predominam e chegam a competir com a voz dos ocupantes.

Um interior de contrastes:  se os bancos de couro e o painel digital transmitem requinte, a simplicidade no acabamento geral é flagrante, com muita chapa exposta e alto nível de ruído interno
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Todos os bancos são bem elevados, dificultando a acomodação de pessoas mais altas: há evidente exagero, pois a distância até o assoalho poderia ser menor sem comprometer o espaço. A posição do motorista, assim, lembra a de uma minivan, só que com o volante em ângulo mais adequado que na Scénic. E os pedais ficam bastante próximos entre si: cuidado com calçados largos.

À frente do motorista há apenas uma faixa de luzes-piloto: o painel digital fica distante, em posição central, como na Citroën Picasso. Trata-se de boa solução para quem tem presbiopia ("vista cansada") e requer óculos para enxergar de perto, pois neste caso ele pode ser dispensado ao dirigir. Por outro lado, traz apenas velocímetro, indicador de combustível, relógio e hodômetros: nada de conta-giros ou termômetro do motor. Ao menos a luz que o substitui é testada a cada partida.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 7/5/02

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