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Luxo pela metade

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Atraente por fora e por dentro, a série especial
Ka Black não nega a simplicidade do projeto

Texto e fotos: Fabrício Samahá

A estratégia da Ford para seus modelos pequenos têm sido clara. O Fiesta foi escolhido como carro de entrada: o mais barato da marca e vendido em versão despojada (Street) pela Internet. E o Ka, que já cumpriu essa função no passado, foi redirecionado para um patamar mais alto, buscando prestígio e individualidade -- metas bem evidentes no lançamento da versão esportiva XR, em abril último, e da série especial Black, em junho.

Oferecido -- como se presume -- apenas na cor preta, o Ka Black está limitado a 1.000 unidades, com motor 1,0-litro de 65 cv ou 1,6 de 95 cv. A versão mais fraca custa R$ 24.960, e a mais potente, R$ 28.525, sendo idênticas em equipamentos de série. São preços elevados para o segmento, mas o carro vem bem-equipado e só oferece sistema de áudio (toca-fitas ou toca-CDs) como opcionais.

O estilo do Ka, que já foi mais polêmico, ganhou bastante com o tratamento estético desta série especial de 1.000 unidades
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Por fora o Black se identifica com o XR (leia avaliação), mesmo na versão de 1,0 litro. As rodas de alumínio de 14 pol possuem desenho exclusivo e pneus 185/60, a ponteira do escapamento vem cromada e há logotipos alusivos à série nas colunas traseiras e spoiler na terceira porta -- mas não saias laterais. O resultado é muito positivo e chega a agradar os que não apreciam muito o desenho do Ka.

Os maiores requintes aparecem por dentro: revestimento em couro (preto, é claro) nos bancos, portas, pomo do câmbio e volante, tapetes como o nome do modelo, maçanetas e molduras do pomo do câmbio e do relógio cromadas. O painel é o mesmo do XR, com conta-giros dotado de faixa vermelha -- que a Ford abandonara nos outros automóveis -- e o simpático relógio oval no centro, de fácil leitura. Permanece sem marcador de temperatura do motor, mas a luz correspondente é testada a cada partida, como deve ser.

Rodas de 14 pol, spoiler traseiro e o logotipo da série identificam o Black por
fora. Bancos revestidos de couro trazem ar sofisticado, mas faltam itens de conveniência

Direção assistida, ar-condicionado e controle elétrico dos vidros e travas das portas são equipamentos de série no Black, assim como pára-brisa com faixa degradê, comando interno do porta-malas, luzes de leitura dianteiras, banco traseiro bipartido (50/50, apenas o encosto), bolsas porta-revistas nos encostos dianteiros e uma simpática buzina aguda que lembra as "paquerinhas" do mercado de acessórios. Mas os confortos e conveniências não vão muito além.

Seja pela tradicional contenção de custos ou por dificuldades de aplicação a um projeto simples, itens muito comuns como ajuste elétrico dos retrovisores, comando a distância da trava das portas, temporizadores da luz interna e do controle elétrico dos vidros não são oferecidos.

Outras economias já discutíveis nos Kas mais simples tornam-se graves nesta versão: colunas centrais, traseiras e boa parte das portas sem revestimento, ancoragem superior dos cintos dianteiros de montagem fixa e porta-luvas ínfimo com tampa solta, sendo tão pequeno que o manual deve ser guardado na lateral traseira, longe do motorista.

Clique para ampliar a imagem Sem alterações mecânicas, o desempenho da versão de 1,0 litro é bom para o segmento. Mas o melhor do Ka ainda é a estabilidade, melhorada pelos largos pneus 185/60

De resto, é o interior sem grandes luxos do conhecido Ka, com boa posição de dirigir, apesar do volante um pouco alto em relação ao assento (ambos sem ajuste de altura) e do apoio lombar insuficiente, que gera cansaço em longos percursos. O espaço é mais adequado para dois adultos e duas crianças -- a propósito, este é um raro quatro-lugares, não podendo transportar um quinto ocupante legalmente.

No reduzido porta-malas, de 186 litros, ao menos as chapas à vista desapareceram, mas o acabamento ainda merece críticas. Há alguns novos detalhes, como o espelho "de vaidade" para o motorista, hodômetros digitais e marcador de combustível que cai a zero quando se desliga a ignição, um retrocesso comum às linhas Fiesta e Escort.
Continua

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