Maior e com três volumes, o ZAZ-966 Zaporozhets manteve o motor V4 de 900 cm3 e 30 cv, mas logo passou a oferecer um de 1,2 litro e 40 cv

O ZAZ-968 de 1971 perdia a simulação de grade, trazia novo painel e levava o estepe para junto ao motor; Putin apareceu em 2006 com o seu

A versão 968M de 1979 (em cima), sem as aletas de arrefecimento nas laterais, e o modelo de 10 anos depois com ponteiras nos para-choques

Em 1963 aparecia a versão ZAZ-965A, com maior cilindrada (887 cm³), mais potência (27 cv) e torque (5,3 m.kgf), para alcançar 90 km/h e acelerar de 0 a 60 em 13,5 segundos. Eram retiradas as "orelhas" para captação de ar dos para-lamas traseiros. Outro discreto aumento de desempenho era providenciado em 1967: com a mesma cilindrada, o V4 chegava a 30 cv e 5,4 m.kgf e o carrinho, pouco mais pesado (665 kg), já podia "disparar" pelas rodovias soviéticas a 100 km/h. O modelo foi produzido até 1969 e incluiu a versão para exportação 965AE, com melhor acabamento interno, revestimento contra ruídos e rádio de série. Outras variações foram a 965P, um pequeno picape para uso rural, e 965S, destinada ao correio, com parte traseira da cabine dedicada à carga e volante no lado direito para facilitar a coleta de cartas nas residências.

Todo novo na aparência, embora sem grandes alterações técnicas, o modelo ZAZ-966 Zaporozhets era apresentado em 1966. Tratava-se de um pequeno sedã com três volumes bem definidos e duas portas, que media 3,73 m de comprimento, 1,53 m de largura, 1,37 m de altura e 2,16 m entre eixos. Embora houvesse uma simulação de grade dianteira, o motor estava atrás como no 965, perceptível pelas abas nos para-lamas para aumentar a admissão de ar para seu compartimento. De linhas mais retas, o 966 lembrava o Prinz da alemã NSU, de 1958, e o norte-americano Chevrolet Corvair de 1960. O interior um pouco mais espaçoso, ou menos apertado, contava com bancos dianteiros individuais reclináveis e painel com velocímetro em escala horizontal. Um interessante aquecimento interno a gasolina, montado na traseira e independente do funcionamento do motor, era bem-vindo.

O V4 de 887 cm³ e 30 cv, mantido do modelo 965, já não trazia a mesma agilidade diante do maior peso (720 kg), mas um mais potente era adotado já no ano seguinte. O motor MeMZ crescia em cilindrada para 1,2 litro, em potência para 40 cv e em torque para 7,5 m.kgf. tornando possível chegar a 120 km/h e lidar melhor com os 790 kg da versão. Uma opção mais vigorosa oferecia 45 cv e 7,9 m.kgf, para 125 km/h, e houve até a de 50 cv e 8,3 m.kgf com maior taxa de compressão, que exigia gasolina de octanagem mais alta. Importante avanço técnico era a suspensão traseira independente por braços arrastados. Em 1971 a empresa passava ao ZAZ-968 com novidades como aspecto frontal mais "limpo", luzes de ré, painel mais atual (que incluía termômetro de óleo), estepe junto ao motor (antes no porta-malas dianteiro) e pequenas alterações técnicas. Vladimir Putin, hoje o primeiro-ministro da Rússia, teve por muito tempo um modelo branco do ano seguinte, que chegou a ser mostrado a George W. Bush em 2006, durante uma visita ao país, e depois seguiu para um museu.

A versão 968A chegava em 1973 com melhorias em segurança como painel acolchoado, cintos e duplo circuito de freios. Em 1975 a ZAZ tornava-se parte do grupo AvtoZAZ, que incluía a empresa de motores MeMZ. Quatro anos depois vinha outra versão, a 968M, em que a remoção das abas captadoras de ar deixava o aspecto dos para-lamas mais "limpo". O arrefecimento do motor, bastante melhorado, dispensava tais acessórios. Mais tarde os para-choques ganhavam ponteiras de plástico, alteração sutil pra um desenho já com tantos anos de mercado, e apenas o motor de 40 cv permanecia disponível. Em alguns mercados de exportação, nomes como Jalta (usado já no 965) e Eliette substituíam as siglas do original soviético e chegou-se a usar um motor Renault de 950 cm³. Na Itália ele custava menos que alguns carros muito acessíveis como o Fiat 126 e o Skoda 105.

Embora não tenham conquistado maioria entre os compradores soviéticos — muitos aderiram aos sedãs Lada, feitos sob licença da Fiat de 1970 em diante —, os Zaporozhets fizeram um público cativo por qualidades como baixo preço, robustez mecânica, simplicidade de manutenção, resistência da carroceria contra corrosão e do motor ao uso de gasolina de má qualidade, além da aptidão para rodar por estradas mal conservadas. Tinham fundo plano, grande vão livre do solo e, como no Volkswagen, o motor fazia peso sobre as rodas de tração, o que ajudava na aderência em caminhos com lama — ao contrário do Lada, que tinha o propulsor na frente e a tração atrás. A empresa oferecia ainda, desde o modelo 965, adaptações para portadores de deficiência física, como a que substituía os pedais por acionamentos manuais. Essas versões costumavam ser distribuídas pelo governo com subsídio parcial ou total do custo do carro.

Um modelo bem mais moderno, o ZAZ-1102 Tavria, era lançado em 1988 com linhas retas dos anos 80, motor e tração dianteiros, dois volumes e três portas. Contudo, o ZAZ-968M seria mantido até 1994. Com a associação à sul-coreana Daewoo, em 1998, a nova AvtoZAZ-Daewoo passava a montar modelos da marca coreana, como o Lanos, com conjuntos de peças importados (CKD). Três anos mais tarde a Daewoo entrava em concordata e a AvtoZAZ era comprada pela UkrAvto, passando a montar modelos da Chevrolet coreana
Aveo, Lacetti e mais tarde Nubira. Encerrado o fornecimento de conjuntos do Lanos em 2004, a empresa começou a produção local de uma versão dele, o ZAZ Lanos T150.

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