Seu motor de quatro cilindros em linha, refrigerado a água, tinha cilindrada de 2.120 cm³, comando de válvulas no bloco e um carburador. A potência era de 70 cv a 4.000 rpm, e o torque máximo, de 15 m.kgf a 2.500 rpm. Com tração traseira e câmbio de três marchas (a primeira não sincronizada) com alavanca na coluna de direção, a velocidade máxima deste polaco era de modestos 130 km/h. O consumo também não era dos melhores: fazia uma média de 8 km/l e seu tanque comportava 55 litros.

No interior do Warszawa, muita simplicidade, bom espaço para cinco pessoas e o recurso da simetria estética no painel

A construção do 201 era tradicional. A suspensão dianteira independente usava molas helicoidais, mas a traseira era por eixo rígido com molas semi-elíticas. Longe de ambições esportivas, o carro tinha estabilidade adequada. Usava pneus 6,40-15 em rodas de desenho simples com calotas e freios a tambor.

Em 1961 um novo projeto era desenvolvido pela fábrica de Varsóvia para substituir o 201: o modelo 210, com uma carroceria moderna e bonita, comparável à de sedãs de sua classe por toda a Europa. Tinha linhas retas, ótima área envidraçada, faróis duplos circulares numa moldura retangular cromada e grade preta com frisos horizontais. Este sedã de quatro portas viria com um novo motor, com comando de válvulas no cabeçote e maior potência.

O projeto 210 previa um modelo mais moderno no estilo e na mecânica, mas acabou passando às mãos da alemã Wartburg

Infelizmente a empresa polonesa já havia acertado uma acordo com a Fiat italiana, para fabricar o modelo 125, e o projeto 210 foi então abandonado. Seria lançado em 1964, mas por outra empresa — a Wartburg da então Alemanha Oriental — como o modelo 353.

O sucessor do 201, assim, estreava em 1965 com menos ousadia. O modelo 223 trazia poucas mudanças, mas que causavam bom efeito. A traseira estava redesenhada no sedã quatro-portas e a frente de todos recebia grade retangular. O motor permanecia o do 201. Muito robusto e resistente, o Warszawa continuou a ser fabricado até 1973. Saíram das linhas de produção, desde 1951, 254.421 unidades.

A série 223, identificada pela grade retangular, manteve o modelo polonês em produção até 1973 com o mesmo desenho original

O Warszawa se tornaria manchete em todo o mundo no início de 2006. Estava sendo leiloado pela famosa casa inglesa Christie's um modelo M20 de 1958, de cor verde, em seu estado original. É o carro que o Papa João Paulo II adquiriu nos anos 50 quando era cardeal da Cracóvia, cidade ao sul da Polônia. O pontífice nunca chegou a dirigi-lo, pois não tinha carteira de habilitação, mas isso não impediu que o carro alcançasse a condição de raridade.

Acabou por não ser vendido, pois não atingiu o valor esperado pelo proprietário — um sobrinho do antigo chofer do papa que comprou o automóvel em 1977, um ano antes de Wojtyla assumir essa posição no Vaticano.

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