Coquetel de nacionalidades

Com tecnologia francesa e estilo italiano, a japonesa Hino fez
as interessantes versões cupê e sedã do modelo 1300

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A empresa japonesa Hino Heavy Industry Co., Ltd. iniciou atividades em 1942 como uma nova razão social para a Diesel Motor Industry Co., Ltd., cujas origens vinham de 1910 e estavam ligadas a veículos motorizados desde 1913. Após a Segunda Guerra Mundial, impedida de continuar a construir grandes motores para aplicações marítimas, a empresa concentrou-se nos mercados de caminhões, ônibus e motores a diesel, tornando-se em 1948 a Hino Diesel Industry Co., Ltd.

Seu ingresso no mercado de automóveis, de 1953 em diante, baseou-se de início no licenciamento pela francesa Renault para a produção local do 4CV, o "Rabo Quente", que se estenderia por 10 anos. No entanto, já em 1956 a Hino começava a desenvolver aquele que seria seu único carro próprio — ao lado de um pequeno furgão de motor dianteiro, lançado em 1960. O Contessa (condessa em italiano), um sedã compacto de três volumes e quatro portas, chegava ao mercado em fevereiro de 1961 na versão 900.

O primeiro Contessa sedã, o 900, usava uma mecânica baseada em modelos da Renault, pois a empresa francesa havia licenciado a produção do 4CV aos nipônicos

Era grande a influência do 4CV e de outros Renaults como o Dauphine em sua concepção mecânica, a começar pelo motor traseiro. Já a carroceria tinha identidade própria, com uma frente simples, que destacava os faróis em relação ao capô baixo, e sutis aletas nos pára-lamas traseiros, que acabavam em lanternas verticais. Junto às portas de trás havia tomadas de ar para o motor. O carro media 3,80 metros de comprimento, 1,48 m de largura, 1,42 m de altura e 2,15 m de distância entre eixos.

A unidade de quatro cilindros em linha e 893 cm³, arrefecida a líquido e desenvolvida pela Hino com base na tecnologia Renault, fornecia a potência máxima de 35 cv a 5.000 rpm. O câmbio era de quatro marchas e a suspensão, independente nas quatro rodas, usava na traseira o conceito de semi-eixos oscilantes — como no Dauphine. No ano seguinte chegava o Contessa Sprint, um cupê esportivo com linhas fluidas, altura bem menor e o mesmo porte, em que o motor tinha a potência aumentada para 45 cv a 5.500 rpm.

Tomadas de ar laterais e a grade na traseira denunciavam onde estava o motor; os pára-lamas com aletas eram típicos da década de 1950

A Hino chegou a exportar o sedã a países como Tailândia, Indonésia, Camboja e Hong Kong e estabeleceu, na África do Sul, um esquema de montagem com peças vindas do Japão. Em março e abril de 1963 apresentou-o, na ordem, nos Salões de Genebra e Nova York com o intuito de firmar exportações para a Europa e os Estados Unidos. Também fez sucesso nas pistas: em 1964 venceu provas como a subida de montanha de Willow Springs (Califórnia) e a corrida Del Mar. Continua

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Data de publicação: 12/12/06

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