Em setembro de 1964 era lançado o sedã Contessa 1300, com linhas mais retas e agradáveis, desenhadas pelo estúdio italiano de Giovanni Michelotti, em Turim. O capô não era mais rebaixado na parte central, havia quatro faróis circulares e a traseira seguia um estilo simples, sem aletas e com lanternas horizontais. A área envidraçada estava bem mais ampla e também eram eliminadas as entradas de ar laterais. Maior que o 900 de modo bem perceptível, tinha comprimento de 4,15 m, largura de 1,53 m, altura de 1,39 m e entreeixos de 2,28 m.

Com capô plano, quatro faróis e linhas mais retas, o Contessa 1300 adotava o estilo europeu da época, com linhas criadas por Michelotti

O novo motor de 1.255 cm³, ainda com comando de válvulas no bloco, fornecia 55 cv a 5.000 rpm e torque de 9,7 m.kgf a 3.200 rpm. Com um moderado peso de 880 kg, as acelerações eram razoáveis, mas a velocidade máxima ficava em 130 km/h. Os freios permaneciam a tambor nas quatro rodas. Em abril do ano seguinte, enquanto a versão de 893 cm³ deixava de ser produzida, a Hino lançava o atraente Contessa Coupe, com um perfil mais esportivo que o do sedã.

Apesar do desequilíbrio da traseira muito comprida, problema comum quando o motor é posterior, a altura 50 mm menor e as colunas inclinadas o deixavam mais elegante que o quatro-portas. O interior era bem-feito, com painel simulando madeira, bancos individuais e volante esportivo com raios metálicos. Com maior taxa de compressão e outras alterações, para gerar 65 cv a 5.500 rpm e 10 m.kgf a 3.800 rpm, seu motor era oferecido como opção também no sedã. Com peso de 945 kg, conseguia desempenho interessante para sua categoria, ao atingir 145 km/h; usava pneus 5,60-13 e freios dianteiros a disco.

A traseira longa destoava um pouco, mas o Contessa Coupe era um carro atraente; o motor de 65 cv trazia bom desempenho

O sedã 1300 conquistou outros mercados, como Austrália, Nova Zelândia, Caribe e, mais tarde, diversos países europeus. Também fez bonito nas pistas por meio da equipe Samurai, liderada por Pete Brock. Ao fundar a Brock Racing Enterprises (BRE) em 1966, Brock — que havia desenhado o Cobra Daytona Coupe de Shelby — teve como primeiro projeto a preparação de um Contessa com motor de 1,0 litro para o americano Bob Dunham, que estava no Japão e pretendia ingressar em competições nos EUA.

Tempos depois, o fabricante japonês convidou Brock a conhecer o Contessa 1300, que ele levou às pistas americanas com êxito: venceu em uma dobradinha com Dunham o evento Times-Mirror em Riverside, Califórnia, em 1966. O Hino também ganhou a Nippon Sports Car Race, no ano seguinte. Em 1967 Brock apresentava o protótipo Samurai, um cupê com chassi tubular, carroceria de alumínio desenhada por ele e motor central, o 1,3 do Contessa. Pretendia competir no GP do Japão e até na 24 Horas de Le Mans na França, mas não conseguiu: a altura livre do solo estava abaixo do mínimo exigido no regulamento e o carro não correu. Brock passou então a trabalhar com Datsuns, tendo obtido sucesso com o 510 e o 240Z.

Painel e volante do cupê transmitiam uma esportividade que se confirmou nas pistas: com os Hinos da equipe Samurai, Pete Brock e Bob Dunham brilharam nos EUA

Os carros de rua da Hino extinguiram-se na mesma época. Absorvida pelo grupo Toyota no final de 1966, a empresa deixou de fazer automóveis meses depois, com um total de 47.299 unidades do modelo 900 e 55.027 do 1300. No local de sua fábrica passou a ser produzido o picape Hilux, então na primeira geração. Nas últimas décadas, porém, a empresa manteve-se na liderança no mercado japonês de caminhões médios e pesados.

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