Seu sucessor, o Victor FD, chegava em 1967 com formas laterais sinuosas, no padrão "garrafa de Coca-Cola" que tomava conta de muitos sedãs e cupês na época, e bancos dianteiros individuais no lugar do único inteiriço. Agora media 4,48 metros, com entreeixos de 2,59 m, e pesava até 1.020 kg. Trazia também evoluções técnicas como a linha de motores Slant Four, com comando de válvulas no cabeçote, e a suspensão traseira com molas helicoidais, em vez de feixes de molas semi-elíticas. A versão de 1.597 cm³ desenvolvia 79 cv e 12,2 m.kgf; a de 1.975 cm³ chegava a 99 cv e 16,4 m.kgf e vinha com freios dianteiros a disco.

A linha de cintura ondulada identifica a geração FD, de 1967, que na versão VX 4/90 (ao lado) extraía bons 112 cv do novo motor de 2,0 litros

Continuava em oferta o VX 4/90, agora com quatro faróis e uma versão do motor 2,0 otimizada para render 112 cv e 17,5 m.kgf. Um ano depois a oferta crescia com o Ventora, uma variação do Victor de acabamento e desempenho superior. Usava a mesma carroceria, mas com o motor de seis cilindros em linha, 3.294 cm³, 124 cv e 24,5 m.kgf tomado emprestado do Cresta. Embora mais pesado que o modelo do qual era derivado (1.180 kg), acelerava com agilidade e atingia velocidade máxima de 170 km/h.

Na década de 1970 a Vauxhall iniciava uma cooperação com a Opel, a subsidiária alemã da GM. No Victor, isso representava a adoção do assoalho e da suspensão do modelo germânico Rekord por sua nova série, a FE, em 1972, embora as carrocerias tivessem desenhos diferenciados. As medidas continuavam a crescer: 4,56 metros de comprimento, 2,67 m entre os eixos. Os motores estavam maiores e mais potentes: havia o de 1.759 cm³, com 78 cv e 13,7 m.kgf, e o de 2.279 cm³, com 111 cv e 16,7 m.kgf — ambos com câmbio de quatro marchas e freios a disco à frente. Por pouco tempo foi oferecido o seis-cilindros de 3,3 litros do Ventora, com potência e torque ampliados (140 cv, 25,6 m.kgf), bem adequados ao peso de 1.270 kg. Mas as vendas dessa fase foram as piores da história do Victor.

Na série FE o Victor adotava a plataforma do Opel Rekord alemão, o começo da unificação de produtos entre as duas marcas; este é o Ventura, com motor de seis cilindros e 3,3 litros

Então, em 1976 a marca abolia esse nome em favor da sigla VX, efetuando leves mudanças como grade, faróis e acabamento interno. O Ventora era descontinuado, restando como opção de melhor desempenho o VX 2300 GLS, com o conhecido motor de 2,3 litros. Era um paliativo até que chegasse um novo modelo — o Carlton, em 1978 —, desta vez semelhante também no estilo ao Rekord da época. O nome Carlton resistiria ao carro, mantendo-se em uso pela marca inglesa quando o modelo desse lugar ao Omega, em 1986, desta vez idêntico ao alemão.

Uma versão bem interessante da série FE foi o Holden-Repco Ventora, de 1974, apelidado de Big Bertha e desenvolvido para a categoria V8 do Campeonato de Carros de Turismo. Se a aparência remetia ao modelo de rua, sob o capô estava um 5,7-litros da subsidiária australiana da GM, a Holden, bem preparado e conduzido pelas mãos hábeis de Gerry Marshall. O carro não chegou a ter longa carreira, pois era muito grande e pesado e sofreu um grande acidente após poucas provas. Mas deu origem a um rebento: o mesmo chassi, encurtado, e o motor V8 receberam uma carroceria baseada na do Firenza. Chamado de Baby Bertha, o pequeno bólido brilhou nas pistas até 1977, quando a Vauxhall direcionou esforços para os ralis.

O Big Bertha: um Ventora para competições de turismo com motor V8 de 5,7 litros da Holden australiana, depois adotado (assim como o chassi) com a carroceria do pequeno Firenza

O Victor tornou-se um sucesso também fora do Reino Unido: foi o carro inglês mais exportado de seu tempo. Era vendido nos Estados Unidos (nas concessionárias Pontiac, uma divisão da GM, mas só até 1961, quando a matriz americana lançou modelos próprios na mesma categoria), Canadá (pela Pontiac, como Victor, e também por Chevrolet, Oldsmobile e Buick com o nome Envoy, até a série FD), Austrália (também encerrando no FD), Nova Zelândia, África do Sul e em países asiáticos que usam o volante à direita, como Ceilão (atual Sri Lanka), Paquistão, Malásia, Tailândia e Cingapura.

Sua vocação em mercados menos desenvolvidos mostrou-se tal que, em 1984, a Hindustan Motors passou a fabricá-lo sob licença na Índia, com o nome Contessa. O carro existe até hoje e vem com duas opções de motores de desempenho modesto: 1,8-litro a gasolina de 74 cv e 2,0 a diesel de 51 cv. Um legítimo representante do passado britânico, que ainda pode ser comprado zero-quilômetro.

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