Uma boa estabilidade era garantida pela suspensão com quatro rodas independentes e molas helicoidais. Usava pneus 135-400 em rodas com 15,7 pol de aro e os freios, com acionamento hidráulico, eram a tambor, suficientes para dar conta do pequenino. Por dentro era muito simples. O painel, ao centro, trazia o necessário e o volante de dois raios tinha um desenho espartano. Um pequeno porta-luvas com tampa estava disponível. A visibilidade dianteira era muito boa, devido ao tamanho do pára-brisa, e pelo tamanho reduzido era fácil estacioná-lo e ótimo circular com ele nas ruas estreitas da velha Europa.

As portas dianteiras eram do tipo "suicida", com articulação na traseira, e a grade frontal sugeria que o motor estivesse ali

O 4CV levava com razoável conforto quatro passageiros de estatura mediana. Era ideal para um casal mais crianças. O porta-malas dianteiro era limitado e o bagageiro, opcional mas necessário, era um acessório requisitado. Havia também um pequeno reboque oferecido por pequenos fabricantes. O conjunto ficava muito harmonioso. Seus concorrentes eram o VW, o Fiat Topolino, o Morris Minor e, na terra natal, o Simca 6 e o Citroën 2CV.

Fazendo muito sucesso na França e em toda a Europa, o 4CV ganhou um curioso apelido entre os franceses: barra de manteiga. Era devido à cor da produção inicial. Mesmo com outras cores, a alcunha pegou e ficou. Logo foram notadas suas qualidades dinâmicas. Vários preparadores da época já "tratavam" da mecânica Renault e começaram a trabalhar no pequeno. Assim, em 1949, na classe até 750 cm³ ganhou o famoso e disputado Rali de Monte Carlo.

No mesmo ano eram lançadas a versão com teto de lona e a Comercial, que não tinha os vidros traseiros: eram fechados por chapa. Também a Grand Luxe, que tinha a potência aumentada para 21 cv, alguns adornos externos e acabamento interior diferenciado. Em dezembro de 1950 chegava a versão Sport, que tinha 32 cv com a mesma cilindrada. Um ano depois, ganhava vários ralis na França, Bélgica, Argélia, Marrocos, o Rali Liège-Roma-Liège. Em sua classe, obteve vitória até na 24 horas de Le Mans!

A versão Gran Luxe, com melhor acabamento, pneus de faixa branca e potência aumentada de 17 para 21 cv: um 4CV mais refinado

Já no início da década de 50 chegava ao Brasil. E ganhava o apelido de Rabo Quente, por causa do motor traseiro. Também aqui participou de corridas, se dando muito bem. Em 1953 a bateria era deslocada da frente para junto do motor e o estepe vinha colocado na posição vertical. Melhorava o espaço para as poucas bagagens. No ano seguinte, já havia sido produzido meio milhão de 4CV.

Em julho de 1961, com a carroceria quase inalterada, à exceção de frisos, o 4CV deixava de ser produzido. Foram fabricadas 1.100.000 unidades durante 14 anos e o R4 o substituía. Em 1996, para comemorar o cinqüentenário, era exibido no Salão de Paris o Fiftie, carro-conceito com linhas inspiradas no 4CV. Uma pena não ter sido fabricado, pois era muito interessante e totalmente dentro da onda retrô que tem feito adeptos mundo afora.

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