Apesar de considerado um compacto pelos padrões locais, o carro não tinha motores pequenos: as opções eram um 3,3-litros de 128 cv (brutos) e um 3,8 de 145 cv, ambos de seis cilindros em linha, empregados pela AMC em outros modelos desde 1964. O câmbio podia ser manual ou automático, ambos de três marchas, sendo que o 3,8 tinha a alavanca do manual no assoalho, e o 3,3, na coluna de direção. Com menor peso que outros automóveis de potência similar, seu desempenho era um ponto alto, bem superior ao dos oponentes de quatro cilindros.

As opções de interiores do modelo 1977: cores e revestimentos ousados para conquistar o público jovem

Em 1971 o motor 3,3 era abolido, e pouco depois, também a versão de dois lugares. O 3,8 perdia potência, agora 135 cv, mas havia um 4,2-litros de 150 cv, também de seis cilindros. No mesmo ano aparecia o pacote esportivo Gremlin X, com faixas decorativas, rodas de 6 x 14 pol com pneus Goodyear Polyglas em medida D70-14, bancos individuais, painel e acabamento interno esportivos.

No ano seguinte a potência passava a ser líquida: 100 cv a 3.600 rpm no motor 3,8, 110 cv a 3.500 rpm no 4,2. E surgia a opção por um V8 de 5,0 litros, 150 cv a 4.200 rpm e torque máximo de 33,8 m.kgf a 2.500 rpm — o mesmo do Javelin, em um carro compacto! Com caixa automática fornecida pela Chrysler, acelerava de 0 a 96 km/h em 8,5 segundos, muito bom para a categoria. Essa versão pode ter inspirado as transformações em dragster que se vêem até hoje, com motores V8 de até 7,0 litros.

"É preciso algo muito forte para fazer as pessoas trocarem seus Volkswagens", ironizava a publicidade do concorrente do Fusca, acima. Ao lado, o "Gremlin com o coração de um Javelin", o V8 de 5,0 litros

O modelo 1973 ganhava pára-choques com amortecedores, resistentes a impactos leves, para atender à legislação. Ainda nesse ano era oferecida a série Levi's, com revestimento de jeans nos bancos. Para 1974 o Gremlin era remodelado na frente e na traseira, integrando melhor os pára-choques, e ganhava a versão Rallye X, com painel mais bem-equipado.

Um ano depois recebia ignição eletrônica, catalisador no escapamento e, para os seis-cilindros com câmbio manual, sistema overdrive de acionamento elétrico. Em 1976 deixava de existir o motor V8. Outra reforma dianteira e traseira vinha em 1977, deixando a frente 10 centímetros mais curta — e menos desarmônica. Para reduzir o consumo, um motor de quatro cilindros e 2,0 litros de origem Porsche/Audi era oferecido, junto de câmbio de quatro marchas (também nos seis-cilindros).

O esportivo Gremlin X de 1978, seu último ano: a indústria aprendeu que precisava reformular seu conceito de carros compactos

No ano seguinte era adotado novo painel, o mesmo do Concorde (sucessor do Hornet), e controle automático de velocidade. Era também oferecida a versão GT, com spoiler frontal em plástico reforçado com fibra-de-vidro, pára-lamas alargados, pneus DR70-14 e estabilizador na suspensão dianteira. O motor era o de 4,2 litros.

O estranho compacto "sem traseira" da AMC foi produzido até 1978, em um total de 671.475 unidades, o que configura um relativo sucesso. Seus concorrentes Vega e Pinto tiveram duração semelhante, todos evidenciando que a fórmula americana para fazer carros menores precisava ser revista, com modelos projetados desde o início para serem mais leves, eficientes e econômicos — e, se possível, menos feios.

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