Um Fiat bom de briga

Duas gerações antes do Tempra, o 131 mostrava
desempenho nas ruas e nas pistas com a versão Abarth

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Oito anos após seu lançamento, a Fabbrica Italiana di Automobili - Torino — Fiat — colocava no mercado o sucessor do 124, um sedã médio de muito sucesso (leia história). Era o 131 Mirafiori, lançado em outubro de 1974 oferecendo uma família com sedãs de duas e quatro portas e a perua Familiare. O nome, o mesmo da região onde sua fábrica estava instalada, significa "flor do milagre" em italiano.

Eram modelos simples no desenho, com linhas retas e equilibradas, e na mecânica, em que mantinham o motor longitudinal e a tração traseira de seu antecessor. O estilo tinha alguma semelhança com o de nosso Alfa Romeo 2300, sobretudo no acabamento Special, que incluía quatro faróis circulares sobre uma ampla grade preta — nos demais havia dois retangulares. A área envidraçada era ampla e não incluía quebra-ventos. A tampa do porta-malas, porém, era baixa e pouco imponente como no antecessor.

A linha 131 Mirafiori: sedãs de duas e quatro portas e perua de cinco, com estilo sóbrio e equilibrado, motores de 1,3 e 1,6 litro e tração traseira

Os motores iniciais eram os herdados do 124: 1,3-litro de 65 cv e 1,6-litro de 75 cv, ambos com comando de válvulas no bloco e carburador. Nos Estados Unidos o 131 foi vendido com um nome bem conhecido nosso — Brava — e motores de 1,75 e 2,0 litros, de início carburados e depois com injeção de combustível, além de desajeitados pára-choques reforçados. O câmbio podia ser manual de quatro marchas ou automático de três; o de cinco viria mais tarde.

A suspensão dianteira era independente McPherson e a traseira de eixo rígido com barra Panhard (como no Chevette), com molas helicoidais em ambos os eixos. Os freios dianteiros usavam discos, os traseiros tambores. Com peso na faixa de 960 a 1.000 kg, os sedãs tinham desempenho razoável: velocidade máxima de 150 a 167 km/h, de acordo com o motor 1,3 ou 1,6.

A versão Stradale (de estrada) do 131 Abarth tinha o motor 2,0 de duplo comando com 140 cv, mas a de competição superava 200 cv

A preparadora Abarth, há tempos uma parceira da Fiat e absorvida por ela em 1971 (saiba mais), apresentava em 1976 sua versão do 131. Era um carro de competição, mas 400 foram vendidos para uso em rua, como exigido para homologação. Com base no sedã duas-portas, o 131 Abarth Stradale — para estrada, em italiano — exibia arcos de pára-lamas retilíneos e bem destacados, em belo conjunto com os spoilers dianteiro e traseiro. Havia tomadas de ar no capô e à frente das rodas de trás. E não tinha pára-choques.

O então moderno motor de 2,0 litros, duplo comando no cabeçote e 16 válvulas, muito próximo ao do Tempra brasileiro, desenvolvia 140 cv a 6.400 rpm na versão de rua. A de corrida, porém, chegava a 215 cv a 7.000 rpm, mais tarde elevados a 230 cv, quando a taxa de compressão foi aumentada de 10,7:1 para 11:1. Continua

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Data de publicação: 12/8/03

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