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Motos do Passado

Havia uma razão adicional para tanta procura: a Honda não escondia que, dentro de meses, a necessidade de nacionalizar componentes levaria à eliminação de alguns recursos. O que poucos esperavam é que nossa 750 perdesse tanto em estilo e tecnologia quanto realmente aconteceu, em dezembro de 1986, com a versão nacionalizada (índice de 40% em peso).

O modelo nacionalizado de 1987: pintura chamativa, novos cromados e a ausência de diversos recursos, como os ajustes de suspensão e do sistema antimergulho

Versão brasileira   Da CBX "preta", como ficaria conhecida, sobrara pouco mais que o quadro e o motor. Para começar, o estilo perdia agressividade: dois faróis redondos estavam agora atrás de uma única lente, os escapamentos pretos passavam a vir cromados e a pintura "bandida" dava lugar a uma chamativa combinação de vermelho e branco. Em vez das rodas Comstar anodizadas em preto havia modelos convencionais de alumínio, com acabamento usinado.

Se os semi-guidões 20 mm mais elevados traziam certo conforto, por outro lado a carenagem apresentava mau acabamento na junção com o tanque. O painel era o mesmo, mas a útil luz indicadora de lâmpada traseira queimada cedia espaço a uma indicação de sexta marcha engatada. Ao menos no motor não havia prejuízos: permanecia com 82 cv e os comandos de válvulas mais "mansos" até melhoravam as respostas em baixa rotação.

A roda dianteira de 18 pol melhorava o conforto, em prejuízo da precisão e da estabilidade. Mas o desempenho do motor de 82 cv continuava superlativo

As maiores perdas, porém, estavam na parte ciclística. Alegando que a roda dianteira de 16 pol não se adequava bem a nossos pisos esburacados, a Honda adotava uma de 18 pol, em desacordo ao projeto original, o que prejudicou sua estabilidade e precisão de respostas. Desapareciam os ajustes de ambas as suspensões, inclusive do sistema TRAC, e os pneus Dunlop sem câmara, sendo adotados Pirellis nacionais com câmara. O dianteiro era mais estreito e ambos tinham código de velocidade inferior.

Ainda assim a CBX ficava mais cara naquele fim de ano, passando a 137.200 cruzados. Só que, com o mercado ainda aquecido, 1987 seria o melhor ano para a moto, com 2.727 unidades vendidas -- 3,1 vezes o total do ano anterior, em que apenas 868 motos haviam chegado ao mercado, entre montadas e fabricadas em Manaus.

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A cor preta retornava no modelo 1988, numa tentativa de atender aos insatisfeitos com
as mudanças. A série especial azul e branca ficou conhecida como Rothmans

No entanto, o mercado de usados é o melhor termômetro para as decisões de um fabricante: por muito tempo a versão de 1986 permaneceu como a mais valorizada, superando a de 1987. Exatamente como ocorrera no início da década com as primeiras unidades da XL 250 R e da CB 400, repletas de componentes japoneses.

A primeira atitude da Honda, a fim de recuperar o prestígio de sua topo-de-linha, foi retornar à cor preta, em setembro de 1987. Três meses depois era lançada uma série limitada, que ficaria conhecida como Rothmans (embora o nome não fosse utilizado oficialmente) pela pintura em branco e azul, como a usada pela equipe de competição da Honda.
Continua

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