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Comentário técnico


Entre as particularidades mecânicas, a bomba d'água do Astra, acionada pela correia do comando de válvulas, permite continuar rodando (apenas sem carregar a bateria) se a correia do alternador vier a se partir. Seu câmbio possui marcha a ré sincronizada, única na categoria, e sistema de engates por cabos em vez de varões.

A direção traz assistência eletroidráulica, em que a bomba é acionada por um servomotor elétrico acoplado à coluna de direção e não mais pelo próprio motor via correia -- com isso consome menos energia do motor e torna a assistência independente do regime de giros. Os pedais se desarmam em caso de colisão, recurso exclusivo da GM, a fim de proteger as pernas do motorista. Já o Marea detém exclusividade da árvore de balanceamento, que anula vibrações para ganho em suavidade.

Pedais desarmáveis do Astra

Um aspecto nem sempre considerado pelos fabricantes é o "casamento" entre a velocidade máxima e o regime de potência máxima através das relações de marcha (saiba mais). No Mégane esse equilíbrio é quase obtido em quinta; já no Astra e Marea a transmissão é curta demais, levando o motor a regimes bem mais altos que os de 5.200 e 5.500 rpm, na ordem, em que ocorre a maior potência. Pode ser opção dos fabricantes para privilegiar as retomadas, já que não se trafega normalmente a 200 km/h, mas há outro preço a pagar: maior consumo, ruído e desgaste em velocidades normais de viagem, em que o Renault gira menos.

Suspensão traseira do Marea

A suspensão dianteira é do tipo McPherson em todos, mas a do Mégane recebe uma barra de amarração interligando as torres, recurso para ganhar rigidez torcional e melhorar o comportamento dinâmico. Já a traseira adota soluções diversas. No Fiat (ilustração acima) e no Renault utiliza braços arrastados, esquema tipicamente francês que invade menos o espaço do porta-malas. É um sistema com rodas independentes, o que não ocorre com o eixo de torção empregado no GM.


Mecânica, comportamento e segurança


Embora todos de 2 litros, os motores adotam receitas próprias: cinco cilindros no Marea e quatro nos demais; comando único e duas válvulas por cilindro no Mégane, duplo comando e quatro válvulas nos outros. O Astra é o mais potente, 128 cv, ante 127 cv do Marea (ambos em função de benefício fiscal -- saiba mais) e 115 cv do Mégane, e leva vantagem palpável em torque: 19,2 m.kgf contra 17,9 do Fiat e 17,5 do Renault, todos em regime similar (veja ficha técnica completa).

Vantagem do Astra é pequena em potência mas ampla em torque, favorecendo as retomadas

Por esses números já se prevêem diferentes comportamentos. Astra e Mégane são mais ágeis em baixa rotação, em que o Marea parece fraco para seu peso. Esticando as marchas, o GM revela grande disposição, seguido pelo Fiat, com o Renault deixando de crescer muito cedo -- a faixa vermelha começa já em 5.800 rpm --, o que dificulta um pouco ultrapassagens apertadas. O som do escapamento é mais esportivo no Astra e Marea (um pouco elevado neste), enquanto o Mégane produz mais vibração e ruído mecânico em altos regimes.

Como se esperava, vantagem do GM em desempenho, com Fiat e Renault na sequência (veja os números). O Astra também consome menos que o Marea, sobretudo em estrada, ficando dificultada a comparação com o Mégane porque a marca declara apenas valores em velocidade constante.

Operar o câmbio é tarefa agradável nos três, mas a quinta marcha do Renault tem engate algo difícil. O Astra inova pela ré sincronizada, que pode ser colocada mesmo antes da parada do veículo, desde que se consiga vencer a incômoda trava por anel. GM e Fiat optaram por relações mais curtas e próximas entre si (
saiba mais ao lado), resultando em cerca de 3.000 rpm a 100 km/h em quinta, 200 a mais que o Renault. Só neste a embreagem utiliza cabo em vez de comando hidráulico, mas o pedal é bastante macio, ao menos quando novo. No Astra houve exagero no peso do acelerador, fator de cansaço em longos percursos.

Motor do Marea é o único de 5 cilindros e conta com árvore de balanceamento para reduzir vibrações

Cada um empregando um tipo de suspensão traseira, todos se mostram aptos às condições nacionais, superando bem lombadas e irregularidades. O Marea é mais macio, transmitindo a sensação de carro maior, sem que isso comprometa a estabilidade -- muito boa também no Astra, o mais firme mas ainda confortável. Decepciona no Mégane o comportamento dinâmico: sai mais de frente nas tomadas rápidas de curva e de traseira quando se corta a aceleração, tornando difícil uma condução mais esportiva.

Parte do problema pode ser creditada aos pneus argentinos, de medida mais conservadora (185/65 contra 195/60 dos outros) e que parecem pouco aderentes; o restante, a um ajuste menos acertado da suspensão após seu levantamento em relação ao original francês. A Renault deveria reestudar esse aspecto para ganho em segurança, pois o motorista normal pode não saber lidar com a "traseirada" ao tentar corrigir um excesso em curvas desconhecidas.

Menos potente, o Mégane satisfaz pelo regime de giros mais baixo -- mas deve em estabilidade

Outro ponto passível de melhora no Mégane é a assistência da direção, que a deixa leve em alta velocidade e algo pesada em baixa. Por outro lado, e embora utilize freios traseiros a tambor, o carro é tão seguro em freadas quanto os demais -- que oferecem discos em todas as rodas --, apresentando inclusive calibragem correta do antitravamento (ABS).

Em relação à segurança passiva, todos oferecem bolsas infláveis (airbags) frontais como opcional, mas o Marea sai na frente pelas bolsas laterais (sidebags), também cobradas à parte, e pelos pretensionadores dos cintos dianteiros, existentes mesmo nos carros sem airbags. Cinto traseiro de três pontos também para o passageiro central equipa o Astra e o Mégane; no Marea é do tipo subabdominal.

 
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