Esportivos do começo dos anos 50 com a assinatura de Charbonneaux: roadster Salmson 2300 Barchette, em cima, e o cupê sobre Citroën 2CV

O projetista em foto de 1965, ao lado de um elegante Delahaye 235; ele mantinha um exemplar de cada carro de cujo projeto havia participado

O Renault 25 Grand Prestige era mais longo e tinha formas imponentes; embaixo, o Sbarro Squale, com motor Porsche para alcançar 300 km/h

Um exemplar esportivo de carroceria muito bela foi o Salmson 2300 Barchette, do mesmo ano. Construído em plástico e fibra de vidro, não passou do protótipo devido ao fechamento da Salmson. Ainda em 1955 era apresentado um cupê esporte sobre chassi Citroën 2CV. Outro político francês que se tornou cliente de Charbonneaux foi Maurice Thorez, para quem foi desenhado um Delahaye blindado — um carro nada modesto para um líder comunista!

Caminhões também faziam parte de seu portfólio. Para a francesa Berliet, criou tanto modelos civis como militares, e até um ônibus de dois andares para ser usado em Paris. Mas seu caminhão mais famoso para esse fabricante foi o Stradair, que entrou em produção em 1967 com uma cabine bastante avançada para a época. Bernard, Willeme e Unic, outros fabricantes de caminhões, foram grandes clientes.

Em setembro de 1960, a Renault estava em um impasse para desenvolver o projeto de seu futuro R8, cujo desenho não estava agradando à diretoria da empresa. Ela solicitou a ajuda de Charbonneaux. O projeto foi concluído em três semanas com a ajuda de uma pequena equipe. Devido ao curto espaço de tempo, o projetista executou os desenhos em uma lousa, sendo dali transferidos para o metal pelos artesãos. O carro foi lançado em 1962 e vendeu 1,3 milhão de unidades — nada mal para um veículo projetado dessa maneira.

Charbonneaux ainda foi responsável pela criação do Renault 16, o qual desenvolveu até setembro de 1963. Devido a problemas entre as partes, foram rescindidos os contratos com a Renault nesse mês, mas o carro foi apresentado praticamente com o mesmo desenho em janeiro de 1965.

Nos anos 70, o projetista passou a se concentrar na história do automóvel. Tinha o costume de manter um exemplar de quase todos os veículos em que havia assinado o projeto. Com o tempo, outros modelos que marcaram a história do carro francês juntaram-se ao museu que acabou abrindo em St. Dizier. Em 1985, a coleção de 150 carros seria transferida para o centro de Reims, uma cidade turística. Também foi diretor e editor da revista de carros históricos L'Anthologie Automobile,  de novembro de 1969 até seu término em 1975.

Mais tarde, Charbonneaux se uniu ao ítalo-suíço Franco Sbarro para construir um sedã de luxo baseado no Renault 25. Com bastante elegância, o R25 Grand Prestige despertou a curiosidade da Renault no Salão de Paris em 1984. O carro tinha alterações estéticas externas e internas, que levaram a um espaço interno 15 cm mais longo. Mas a diretoria da marca francesa se recusou a cobrir a garantia para os carros que fossem modificados, e o projeto foi natimorto.

No período final de sua vida, Charbonneaux ficou interessado em questões de segurança rodoviária. Dessa pesquisa nasceu o Anti-Chocs, mais tarde renomeado Ellipsis, apresentado em Paris em 1992. Era inovador em vários aspectos: tinha uma frente bastante angulosa, rodas dispostas como um diamante, raio de giro mínimo e posição de condução central. Sete protótipos foram construídos, todos diferentes. Um deles recebeu o nome de Sbarro Squale e foi construído com motor boxer da Porsche, de 286 cv. Segundo a publicidade, o carro de 5,05 metros de comprimento era capaz de atingir 300 km/h.

Philippe Charbonneaux morreu em 4 de junho de 1998, na idade de 81 anos. Sua obra foi publicada no livro Philippe Charbonneaux – Esthète & Styliste.

 
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