Embora muito parecido com o anterior, o Soarer de segunda geração estava mais arredondado e oferecia uma suspensão bastante avançada


As dimensões variavam pouco; na mecânica, a mesma disposição com motores mais potentes, caso do 3,0-litros com turbo, que atingia 232 cv
 
 

O interior ganhava em requinte e tecnologia; uma tela no console era usada para comandar diversas funções, como os ajustes de suspensão

Oferecido em edição limitada em 1989, o Aerocabin era um targa: o teto rígido escamoteava-se sob uma tampa, mas sua estrutura permanecia

Uma versão de 24 válvulas do 2,0-litros aparecia em fevereiro de 1983, com coletor de admissão variável, 160 cv e 18,4 m.kgf era o primeiro Toyota a associar duplo comando e quatro válvulas por cilindro, primazia destacada pelo aplique Twin Cam 24  nas portas. No ano seguinte o motor maior passava de 2,8 para 3,0 litros, com 190 cv e 26,5 m.kgf. Novas tecnologias eram incorporadas, como freios antitravamento (ABS) e suspensão com controle eletrônico (Toyota Electronically Modulated Suspension, TEMS) na versão de topo GT Limited, que oferecia ainda banco do motorista com ajuste elétrico e controlador de velocidade.

"Carro excepcional"   Quem olhasse a segunda geração do Soarer (código Z20), lançada em janeiro de 1986, não perceberia com facilidade se tratar de um novo carro. O desenho era muito parecido com o do modelo anterior, embora as linhas tivessem sido suavizadas com cantos mais curvos e a eliminação de alguns vincos para melhor aerodinâmica (Cx 0,36). Em termos de dimensões, o carro crescia 2 cm em comprimento, 3 cm em largura e 1 cm em entre-eixos, mas perdia 2,5 cm em altura para um perfil mais esportivo. O peso variava de 1.300 a 1.520 kg. A plataforma era a mesma do Supra recém-lançado.

Seis cilindros em linha e tração traseira continuavam a fórmula mecânica desse Toyota, mas havia novas opções mais potentes. O motor de 2,0 litros passava a oferecer uma versão com dois turbocompressores — solução ideal para um seis-cilindros em linha —, o que se traduzia em 210 cv e 28 m.kgf. Ainda mais vigoroso era o de 3,0 litros com um só turbo e resfriador de ar, lançado um ano depois, que fornecia 232 cv e 33,1 m.kgf. A versão de topo GT Limited vinha com tal propulsor e suspensão com molas a ar. Continuava em produção o 2,0 sem turbo, mas o 3,0 só podia vir com o equipamento.

A suspensão era um destaque: por meio de controle eletrônico, a carga das molas a ar podia ser aumentada em cerca de 50%, enquanto os amortecedores ganhavam até 450% maior resistência à compressão e distensão, conforme as condições de uso. O motorista escolhia entre o modo normal e o esportivo, mas o sistema mantinha sua vigilância sobre o terreno: se uma roda dianteira sofresse um impacto, a suspensão era suavizada antes mesmo que a traseira chegasse ao desnível. A altura de rodagem admitia intervenção pelo condutor e variava conforme a velocidade e as condições da estrada.

A Car  avaliou um Soarer em 1987 pelas mãos do renomado L. J. K. Setright, que se descreveu "espantado por descobrir que esse é um dos melhores carros" que ele já dirigira. O motor turbo de 232 cv foi descrito como "difícil de sentir: é tão suave quanto um seis-cilindros em linha deve ser, preciso e musical como poucos motores dessa potência são". Capaz de acelerar de 0 a 96 km/h em oito segundos, o Soarer convenceu também pelas respostas ao acelerador: "Muito poucos carros poderiam saltar à frente tão rápido quanto este, e o bom desempenho é a menor de suas virtudes".

A suspensão, sim, era uma das maiores: "Tudo é feito para suprimir perturbações que ninguém deveria sofrer. O carro ajusta sua altura de rodagem, altera a carga de suas molas, varia os parâmetros dos amortecedores e até modifica sua sensibilidade a movimentos longitudinais, com tais velocidade e sutileza que nenhum ocupante, nem mesmo o motorista, perceberia o que está acontecendo. Mesmo com sua suspensão firme, o Supra não consegue igualar a inquietante estabilidade do Soarer. Nem poderia fazê-lo nenhum carro de que eu me lembre — nem mesmo o Citroën CX".

Detalhes também chamaram a atenção, como as dobradiças de porta com dupla articulação, que as faziam se mover um pouco à frente quando abertas, para aumentar o vão de acesso e evitar desconforto em locais apertados. Por tudo isso e mais "o soberbo acabamento e a exemplar qualidade", Setright concluiu: "Esse Toyota é um carro excepcional, e o mais excepcional é que ele faz tudo sem que mal se perceba, o que é uma indicação de um carro realmente bom".

Nas telas
A quarta geração do Soarer, por meio da versão Lexus, é muito mais frequente no cinema que qualquer das anteriores — aliás, encontrar as duas primeiras requer uma pesquisa atenta por filmes japoneses, pois o carro não alcançou vendas expressivas fora do país de origem.

O terceiro modelo, como Lexus SC 300/400, aparece sem grande projeção em alguns filmes. É o caso da ação The Dallas Connection (1994) e do drama Vingança (Wake of Death, 2004). No primeiro da série Velozes e Furiosos (The Fast and the Furious, 2001), um SC bastante equipado, com rodas largas e alto aerofólio, disputa um "racha" com um Honda Accord também modificado.

A versão SC 430, lançada em 2001, aparece em posições mais notadas. O conversível de luxo está na comédia Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro (Mad Money, 2008), na ação Fora do Jogo (Ride or Die, 2003), na comédia Os Vigaristas (Matchstick Men, 2003), na ação O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines, 2003), na comédia francesa Mariage Mixte (2004), na ação The Keeper (2009) e na comédia Meninas Malvadas (Mean Girls, 2004). Um modelo posterior, de 2006, é visto no policial Eu Sei Quem Me Matou (I Know Who Killed Me, 2007).
Velozes e Furiosos The Keeper
O Exterminador do Futuro 3 Eu Sei quem me Matou

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