



Como sedã ou perua, esse Toyota
estava mais espaçoso e potente: 110 cv no motor de seis cilindros e 2,0
litros, novidade inserida em 1965 |
Carimbando o
passaporte
Quem não gostaria de
vender seus automóveis no mercado mais pujante do planeta? Pois a Toyota
enviou seus Crowns para os Estados Unidos já em 1957 e o resultado
foi... desastroso. Para mostrar as qualidades de seu veículo a marca
resolveu fazer uma maratona de costa a costa, entre Los Angeles e Nova
York, uma distância de quase 4.000 quilômetros. Antes de chegar a Las
Vegas, a maratona foi cancelada.
O fato é que o Crown havia sido projetado para as ruas japonesas, muitas
vezes sem pavimento e com tráfego moroso, e agora enfrentava o trânsito
rápido e intenso das freeways americanas. Um carro compacto com motor de
quatro cilindros não poderia concorrer com os V8 da terra de Tio Sam. A
exportação terminou já em 1960. Apenas o Tiara e o jipe Land Cruiser — à
época igual ao Bandeirante
brasileiro — continuavam no leque de opções para os compradores.
Em 1958 o Crown recebia uma pequena repaginação estética: perdia o
bigode cromado, ganhava luzes de direção logo abaixo dos faróis e estes
recebiam uma pequena "pestana" formada pelo prolongamento do paralama,
lembrando alguns Chevrolets da época. A lateral recebia a classe que só
um extenso friso cromado podia dar e o carro ficava mais elegante. O
motor também mudava em 1961. Agora usava uma unidade de 1,9 litro, com
90 cv e 14,4 m.kgf, números suficientes para imprimir a velocidade
máxima de 140 km/h. Chamadas de Master Line, as versões comerciais
recebiam painéis modificados nas laterais, mas a essência era a mesma.
O ano de 1962 marcou a chegada da segunda geração (S40) do Crown. Com
inspiração notadamente americana, era possível lembrar-se do Ford Falcon. As
linhas retas predominavam nos três volumes bem definidos. A frente
trazia dois faróis circulares de cada lado e a grade cromada tomava
conta de toda a dianteira, junto ao parachoque também cromado. A lateral
trazia um curioso vinco na altura da linha de cintura e neste havia um
friso cromado em toda a extensão da carroceria. Colunas dianteiras e
centrais finas e traseiras um pouco mais grossas completavam o conjunto.
A traseira era baixa, conforme o estilo da época, e trazia lanternas
horizontais.
Estava mais amplo, com entreeixos de 2,69 m. O comprimento ficava em 4,6
m, a largura em 1,69 m e a altura em 1,46 m. O peso era de 1.265 kg para
o sedã e 1.354 para a perua. O tanque, pequeno, comportava 48 litros.
Além do motor de 1,9 litro, haveria outro no catálogo da Toyota a partir
de 1965: um 2,0 de seis cilindros em linha e
comando no cabeçote, da série identificada como M, que rendia 110 cv
e 16 m.kgf. Os freios dianteiros agora eram a disco e a tração
continuava traseira. Uma caixa automática de duas marchas, batizada de
Toyoglide, também podia equipar o modelo.
De 1964 a 1967 a linha incluiu um sedã maior em todos os sentidos, o Crown Eight. Primeiro carro japonês com propulsor V8, era equipado com
uma unidade de 2,6 litros, 115 cv e 20 m.kgf. Com comando no bloco e
câmaras de combustão hemisféricas,
ganhou o apelido de "Toyota Hemi" em alusão ao V8 de construção similar
da Chrysler. O Eight, destinado aos executivos do país, media 4,72 m de
comprimento e 2,74 m entre eixos e pesava 1.375 kg. Seus concorrentes na
época eram o Prince Gloria Super e o Nissan Cedric Special, mas ambos
eram equipados com unidades de seis cilindros.
Continua
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