Não era muita força diante do elevado peso de 1.730 kg. Embora ainda atingisse 200 km/h e acelerasse de 0 a 100 em nove segundos, de acordo com a fábrica, o sedã não esbanjava desempenho como se espera de um Maserati. O sofisticado sistema hidráulico que controlava a suspensão hidropneumática (com altura ajustável e nivelamento automático), os freios e a direção (chamada de Diravi e dotada de retorno automático à posição central) era o mesmo do SM. Também típicos da marca francesa, os faróis acompanhavam a direção do carro para iluminar melhor nas curvas.

Da suspensão hidropneumática à direção com retorno automático, muito da mecânica deste Maserati era comum à do cupê francês

No interior, o painel todo digital combinava-se ao volante ovalado, com dois raios e uma grande almofada central, para dar ao Quattroporte um aspecto avançado. Teto solar com comando elétrico e telas de proteção solar nas janelas eram novidades. O carro tinha seus atributos para competir com o BMW E3 e o Opel Diplomat, entre outros, mas nasceu num momento infeliz. Em maio de 1974 a Citroën colocava a Maserati à venda, antes mesmo de concluir a homologação do novo sedã. Apenas as 13 unidades já iniciadas foram concluídas, tornando esta geração o mais raro Quattroporte.

Sob nova direção   Vendida a Alejandro De Tomaso em 1975, a empresa passou a trabalhar em um projeto — o AM 330 — fiel às tradições, com motor V8 e tração traseira. Três anos mais tarde, no Salão de Turim, era revelado o novo Quattroporte. A autoria do projeto mudava de mãos mais uma vez, agora pelo estúdio ItalDesign, de Giorgetto Giugiaro. Era clara a inspiração do projetista em seus carros-conceito Medici I e II, apresentados em 1974 e 1976, na ordem, assim como a semelhança de traços com o cupê Kyalami — primeiro Maserati lançado sob controle da De Tomaso.

Giugiaro foi quem desenhou a terceira geração do Quattroporte, que voltava a ter motor V8 e tração traseira; a esse tempo a Maserati pertencia à De Tomaso

Algo parecida à anterior na seção central, a carroceria mantinha as linhas retas e ganhava uma ampla grade dianteira ladeada, por quatro faróis retangulares — uma antecipação do estilo frontal que seria adotado pela extensa linha Biturbo na década seguinte. Tradicional, sem instrumentos digitais, o interior combinava couro e madeira no painel e adotava um amplo volante de quatro raios. O novo italiano enfrentava forte concorrente alemã, como o Mercedes-Benz 450 SEL 6.9 e o BMW Série 7, além do inglês Jaguar XJ12. Continua

Nas telas
Um bom filme de comédia policial é K9, Um Policial Bom Para Cachorro (K90), de 1989. O ator americano James Belushi faz o papel de um detetive de policia (Mike Dooley) obstinado na perseguição a traficantes de drogas muito poderosos. Mas ele tem métodos pouco ortodoxos e por isso fica sem parceiro, até ser obrigado a ter como acompanhante Jerry Lee — um pastor alemão de meter medo. No princípio a convivência não é muito amistosa, mas acaba virando uma paixão. Em seu Mustang conversível verde, faz as investigações, mas em várias cenas podemos ver um belo Maserati Quattroporte 1989, preto e com vidros escurecidos, muito bonito. Ele pertence ao traficante Lyman (Kevin Tighe), que usa belos carros para o transporte de drogas. Bom divertimento com ação para quem gosta de carros e animais.

Uma trilogia muito famosa, considerada um épico, O Poderoso Chefão (The Godfather) teve filmes lançados em 1972, 1974 e 1990. Conta a saga da família Corleone, de origem siciliana, desde o início do século 20 em Nova York. Grandes ícones das telas participaram com muito brilho dos três, como Marlon Brando, Robert De Niro, Al Pacino e Robert Duvall. Nos três podemos ver automóveis impecáveis, de épocas diferentes e de várias origens. No último, numa cena em terras romanas, aparece um belo Quattroporte 1979 (acima).

Outro filme com várias seqüências é Rocky, Um Lutador, de 1976, 1979, 1982, 1990 e 2006.

O ator principal é sempre o veterano Sylvester Stallone, que faz o papel do boxeador Rocky Balboa. No terceiro filme ele dirige um Quattroporte III preto (abaixo) após ter visto a publicidade do carro em uma revista.

Este belo Maserati também participou várias vezes de Miami Vice. Num dos episódios da série, vista de 1984 a 1989, há um modelo 1980 vermelho escuro. Outro preta e do mesmo ano faz parte de uma cena importante num estacionamento em outro episódio.

No interessante desenho animado Cars (Carros), de 2006, a história se passa numa cidade fictícia chamada Radiator Springs. O herói do filme é Lightning McQueen, uma homenagem póstuma ao grande ator Steve McQueen, que era um amante dos carros rápidos. Numa das cenas um Ferrari F430 entra numa garagem para visitar Luigi, um Fiat 500 de 1959. Então podemos ver ao fundo dois Quattroportes da atual geração “observando” tudo — um modelo cinza, outro verde. Foram cinco anos para realizar este desenho. Na corrida no oval da Piston Cup aparecem mais de 120 mil carros diferentes na arquibancada. Duzentas pessoas trabalharam na realização do filme, que tem 35 vozes, algumas famosas como a de Paul Newman (Doc Hudson) e Owen Wilson (McQueen). Todos os desenhos foram feitos à mão e depois informatizados. Será um clássico.

Francis Castaings

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