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O luxo com assinatura bávara 

Antecessor da Série 7, o BMW E3 conquistou europeus
e americanos ao combinar conforto e esportividade

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

No final da década de 60, a BMW -- Bayerische Motoren Werke ou fábrica de motores bávara -- começava a se recuperar de uma grave crise financeira. O minicarro Isetta a havia salvo da falência e a série de sedãs pequenos New Class era um sucesso. Era o momento de reinvestir no segmento de luxo, em que os desajeitados 501 e 502 estavam há muito superados. Em 1968 chegava o 2500, primeiro membro de uma linha identificada como E3.

Antecessor da primeira Série 7, era um quatro-portas de 4,7 metros de comprimento e 2,69 m entre eixos, com as linhas básicas que marcariam os sedãs BMWs dali em diante: três volumes bem definidos, frente agressiva com quatro faróis e a grade "duplo-rim", ampla área envidraçada, a característica quebra inferior das janelas laterais traseiras. Era um largo passo sobre os 501 e 502, que ficaram conhecidos como "anjos barrocos" por serem tão excessivos quanto os ornamentos das igrejas alemãs do período barroco.

A linha E3 começou com o 2500 e o 2800, ambos com o novo motor de seis cilindros em linha. A combinação dessas versões originou o Bavaria, modelo de exportação para os Estados Unidos, ao lado

O 2500 marcou o primeiro uso do legendário motor de seis cilindros em linha, que viveria até a década de 90. Por causa dele a série ficaria também conhecida como New Six, ou novo seis. Fora desenhado por Alex von Falkenhausen, responsável pelas competições da marca antes da guerra e autor também do quatro-cilindros da New Class. Seu funcionamento suave e silencioso, mas com um agradável ronco pelo escapamento, logo arrancou elogios da imprensa como um dos melhores seis-cilindros de seu tempo.

A versão de 2.494 cm3 (86 x 71,6 mm) e comando único no cabeçote, que era de alumínio, desenvolvia 150 cv a 6.000 rpm, com dois carburadores Zenith. Com opção de câmbio manual (quatro marchas) ou automático (três), alcançava velocidade máxima de 190 km/h, muito boa para a época. A suspensão traseira já seguia o conceito de braço semi-arrastado, que se manteria por décadas na marca, e a dianteira era McPherson. Freios a disco estavam nas quatro rodas, com pneus 175 HR 14. Foi também o primeiro BMW com a famosa caixa de ferramentas.

No anúncio do Bavaria, à esquerda, o trocadilho Wundercar!, indicando um carro
surpreendente. À direita, o 3.0Si, sugerido "para aqueles que não se negam nada"

No mesmo ano surgia o 2800, em que o motor de seis cilindros passava a 2.788 cm3 (86 x 80 mm). Além da potência, que crescia para 170 cv, ganhava em conforto e segurança: revestimento dos bancos em couro de série, desembaçador do vidro traseiro, diferencial autobloqueante, suspensão posterior com nivelamento automático de altura -- sistema denominado Boge Nivomat, que saía de oferta já em 1971 -- e estabilizador. Continua

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Data de publicação: 11/2/03

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