Opel
Manta: 1970-1975 (Brooklands Road Test Books) - por R. M.
Clarke, editora Brooklands Books. Apenas a primeira geração do
cupê é abordada em um bom livro em inglês. A coletânea de Clarke
reúne testes, comparativos, informações técnicas, opiniões de
proprietários e dicas de compra. Abrange versões de 1,6, 1,9 e
2,8 litros em 92 páginas. O livro é de 1997. |
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A Irmscher
preparava as versões i200 (em cima) e i240, com motores
de 125 e 136 cv, generoso torque e decoração nas cores
da Rothmans |
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A
imprensa recebeu bem as alterações. A revista inglesa Autocar
elogiou o "pacote tipicamente refinado da GM a
um preço mais que competitivo com seus rivais". Destaques também partiram da compatriota Motor:
"Ainda é difícil pensar em qualquer concorrente que possa igualar sua
combinação de praticidade, espaço interno e estilo. E acima disso está
uma deliciosa diversão trazida pelo desempenho robusto, excelentes
engates de câmbio e um comportamento dinâmico incrível. Um grande Opel!".
O 400 ficava bem mais "bravo" com
para-lamas alargados, rodas mais largas e redução de peso. O motor
passava a usar carburadores e chegava a 230 cv. Até 1984, a versão de rua teve 245 unidades produzidas.
Quem quisesse potência com sobriedade podia recorrer à Irmscher, que lançou em
fevereiro de 1983 a versão i200. O motor de 2,0 litros com injeção era
modificado para render 125 cv e 22,5 m.kgf e havia defletor traseiro,
rodas de 14 pol com pneus 195/60, acabamento interno esportivo e as
opções de diferencial autobloqueante, suspensão mais firme, freios
especiais e para-lamas alargados. Era oferecido em branco, com escolha
de decoração do patrocinador Rothmans, e mais tarde também em prata.
Em
agosto do mesmo ano o GT/J tornava-se GT, o Berlinetta saía do catálogo
e o motor 2,0 com carburador deixava de equipar o Manta, agora dotado de
defletor traseiro. Ao mesmo tempo em que a Opel produzia a
milionésima unidade do modelo, em abril de 1984, a Irmscher apresentava
o i240. A cilindrada do quatro-cilindros passava a
2,4 litros — sem relação com o de mesma cilindrada da GM brasileira — e,
embora não trouxesse muito mais potência (136 cv), resultava em generoso
torque de 28,5 m.kgf. Depois de passar pelos 100 km/h em 8,8 segundos,
podia chegar a 202 km/h. Vinha com rodas de 15 pol e pneus 205/50.
Meses mais tarde o GT/E mudava de sigla para GSi, em coerência ao Kadett
que estreava na época, e ganhava os quatro faróis circulares. A nova denominação dos Opels esportivos duraria
mais de 15 anos, chegando a Corsa,
Vectra e
Astra. Duas novas versões
apareciam na fase final do modelo. A GT/E Exclusive de 1985, também com
os dedos da Irmscher, vinha com quatro faróis, defletor traseiro, novos para-choques e acabamento especial. Outra Exclusive, lançada
no ano seguinte e disponível só como hatch, substituía o GT com motor
1,8, quatro faróis e acabamento revisto. Na linha 1988 a Opel descartava
esse motor e oferecia opção de catalisador para o 2,0 injetado, que
nesse caso caía para 107 cv. Apenas o GSi, como cupê ou hatch, estava
disponível no fim de carreira.
Em junho de 1988 o último Manta, o de número 1.056.436 (sendo 498.496 da
primeira geração e 557.940 da segunda), saía da linha de produção para
ser conduzido ao museu da Opel. Seus admiradores, fieis à tração
traseira e a suas linhas imponentes, não aceitam a tese de que o Calibra
— lançado em 1989 com base no Vectra, assim como o Manta se baseara no
Ascona — seja seu sucessor. Para eles, o duradouro cupê nunca será
substituído.
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