A alusão aos aviões a jato estava bem presente no Jetfire, que acelerava bem com o motor de 215 cv, mas teve problemas de confiabilidade

Além de linhas mais retas e da carroceria sobre chassi, o modelo 1964 ganhava motores mais potentes: até 325 cv no caso do V8 de 5,4 litros

A grade de perfil baixo, lembrando um osso, vinha em toda a linha 1965; o 4-4-2 fazia a estreia com versões cupê e conversível e mais potência

Além disso, sua suspensão (dianteira independente e traseira de eixo rígido, ambas com molas helicoidais) permaneceu inalterada com relação aos modelos menos potentes, tornando-o um carro pouco estável nas curvas. As rodas eram de aço estampado com pneus 6,50-13 de construção diagonal e tinha freios a tambor. Tanto esta versão quanto os sedãs e peruas da linha mediam 4,78 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,32 m de altura e 2,84 m de entre-eixos. O Jetfire pesava 1.215 kg. O F-85 encerrava o ano de 1964 com 122 mil unidades vendidas, sendo quase 54 mil na versão Cutlass, feito apreciável para um topo de linha.

De monobloco a chassi   Em 1964 a linha ganhava nova carroceria. Tornava-se maior, com 5,15 m de comprimento e 2,92 de entre-eixos, e abandonava a categoria dos compactos. Passava a usar carroceria sobre chassi, o método tradicional de construção que os norte-americanos ainda prezavam na época. As linhas estavam mais convencionais e retas e o peso chegava a 1.560 kg. A nova plataforma A da GM era comum às de Chevrolet Chevelle, Buick Skylark e Pontiac Le Mans. Uma boa novidade era a bela e diferente perua Vista Cruiser. Seu detalhe mais marcante era o teto mais alto na parte traseira, com vidros nas partes lateral e frontal dessa pequena elevação, o que aumentava a claridade interna, além de oferecer terceiro banco para levar até oito pessoas. Bem maior, seu entre-eixos era de 3,05 m e o comprimento chegava a 5,28 m, com peso de 1.720 kg.

O motor básico da família tinha seis cilindros em linha e 225 pol³ (3.687 cm³), mas havia um mais potente com 250 pol³ (4.097 cm³) e 157 cv, como o equiparia o Opala brasileiro, alimentado por um carburador Rochester. Podia receber câmbio de três marchas na coluna, de quatro velocidades no assoalho ou o automático de apenas duas marchas na coluna. Todos os modelos levavam com conforto seis ocupantes nas versões de bancos inteiriços, mais comuns no modelo F-85. Inédito no modelo, o motor V8 de 330 pol³ (5.408 cm³) partia de 230 cv e a versão de topo vinha com 325 cv na mesma cilindrada, com o que chegava aos 100 km/h em 11,5 segundos e atingia 178 km/h.

Ótima novidade era a versão esportiva, que faria história no grupo e em toda a América. Em maio de 1965 chegava o 4-4-2, número que indicava o uso de carburador Rochester de corpo quádruplo, caixa de quatro marchas e duplo escapamento. Há quem atribua também o primeiro 4 às 400 pol³ de cilindrada do motor V8 de 6.554 cm³. Com alta taxa de compressão de 10,25:1 (era recomendada gasolina de alta octanagem) e 345 cv, esse Cutlass apimentado fazia de 0 a 96 km/h em 6,5 segundos e sua velocidade máxima era de 185 km/h. O câmbio manual de quatro marchas tinha a alavanca no assoalho, mas podia também ser equipado com a antiquada caixa automática de duas velocidades. Aplicável ao Cutlass cupê e ao conversível, o 4-4-2 incluía carroceria mais baixa em relação ao solo para maior estabilidade e suspensão esportiva com molas e amortecedores mais firmes, estabilizador dianteiro mais grosso, outro na traseira e pneus 7,50-14, que podiam trazer faixas vermelhas decorativas. No entanto, os freios ainda eram a tambor.

A frente nova, como nos demais, trazia grade em forma de osso e atrás havia lanternas retangulares. Ele era a resposta da Oldsmobile ao Pontiac GTO, considerado o fundador da categoria de "carros musculosos" (muscle cars). Se a velocidade máxima não era tão alta, arrancava com muito vigor, deixando a maioria dos carros da época para trás — até esportivos europeus de gabarito. Em território nacional seus concorrentes eram Plymouth Fury, Rambler Marlin, Dodge Charger, Chevrolet Impala SS e Ford Galaxie 500 XL. Em testes, foi mais estável que a maioria de seus concorrentes e também mais civilizado na condução em cidade. O pacote de equipamentos do 4-4-2 era vasto. Por dentro trazia bancos separados em tonalidades monocromáticas, volante de dois raios com aro cromado — de pouco apelo esportivo — e uma grande alavanca de câmbio, inclinada, todo o conjunto da marca Hurst. O painel, acolchoado nas bordas, trazia instrumentação circular que incluía mostrador de temperatura do óleo e amperímetro. O conta-giros em posição pouco visível era muito criticado. Continua

Nas telas
O Cutlass foi um carro frequente nos seriados norte-americanos famosos das décadas de 1970, 1980 e 1990. A bela Lynda Carter fez a Mulher-Maravilha (Wonder Woman) na série de TV homônima, baseada na personagem das histórias em quadrinhos da DC Comics e produzida entre 1975 e 1979. E foi muito usado em suas aventuras um modelo 1967 do Cutlass Supreme. É um sedã dourado de quatro portas com teto de vinil.

Outro seriado que fez muito sucesso nos EUA e também no Brasil foi Dallas, entre 1978 e 1991. Foram várias temporadas de uma trama que envolvia muito poder, riqueza, ambição e opulência. Tratava-se de uma milionária família texana de sobrenome Ewing, proprietária de poços de petróleo nos EUA e da companhia Ewing Oil. O império pertencia a um grande fazendeiro, cujo filho mais velho era mau caráter e inescrupuloso. Esato no elenco Larry Hagman, Patrick Duffy e as belas Victoria Principal, Linda Gray, Barbara Bel Geddes. Sempre podíamos ver um Cutlass Supreme branco cupê 1974.

Outra série que foi um xodó nacional foi a do intrépido MacGyver, entre 1985 e 1992. O homem de Profissão: Perigo era um agente secreto que não usava armas: resolvia os problemas com conhecimentos científicos, inteligência, muita sorte, engenhocas e seu inseparável canivete. Na divertida série podíamos ver um Cutlass Supreme esverdeado 1978 e um Ciera branco 1986. A Super Máquina (Knight Rider), estrelada por David Hasselhoff como Michael Knight, iniciou-se em setembro de 1982 e foi encerrada em maio de 1986 após 84 episódios. Alem do galã Hasselhoff, fazia muito sucesso o Pontiac Firebird Trans-Am chamado de KITT. Por várias vezes vemos um Cutlass Supreme 1982.

O Olds também brilhou em filmes. Difícil de Matar (Hard to Kill) foi estrelado pelo ator Steven Seagal (Mason Storm) e pela bela Kelly LeBrock (Andy Stewart). A trama em Los Angeles, na Califórnia, envolvia vingança, ódio e muita aventura. Nesse policial de 1990 há uma perua Cutlass Cruiser 1986. Um Homem de Confiança (L'Aîné des Ferchaux) é um filme francês de 1963 estrelado pelo então jovem Jean-Paul Belmondo. Mistura aventura, drama e um pouco de policial e foi realizado pela França e pela Itália. Para evitar um escândalo financeiro, um poderoso banqueiro foge da França em direção aos EUA. Para guarda-costas ele contrata o jovem boxeador Michel Maudet (Belmondo). Aparece um F-85 Cutlass 1962.
Mulher-Maravilha Dallas
Profissão: Perigo A Super Máquina
Difícil de Matar Um Homem de Confiança

Outras aparições importantes do Cutlass estão em La Sirène du Mississipi, com um conversível vermelho de 1965; I Due Superpiedi Quasi Piatti, comédia de 1977, com um modelo aberto dourado de 1967; Um Tira da Pesada II (Beverly Hills Cop II), ação de 1987, com um conversível 1965 vermelho; A Névoa (The Fog), filme de suspense de 2005, com um cupê de cor escura ano 1971; It's a Boy Girl Thing, comédia de 2006, com um conversível vermelho também de 1971; e o drama Paris, Texas, de 1984, com um Cutlass 1984 prata.

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